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A MAIOR LÁUREA

19 de julho de 2016

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Em 2010, em  Santa Catarina, Lula bradou em um comício: “Precisamos extirpar o DEM da política brasileira”.

 

Esta talvez tenha sido a maior láurea de um partido de oposição. Ser capaz de despertar o ódio de Lula.

 

Num episódio pouco lembrado, na CPI dos Correios Duda Mendonça prestou um depoimento admitindo ter recebido pagamentos no exterior por serviços prestados na campanha de Lula. Ante a ilegalidade, esteve por ser encaminhado um pedido de impeachment contra ele.

 

Sentindo a própria vulnerabilidade, Lula mandou que asseclas procurassem  o PSDB para pedir que não entrassem com o pedido. “Em nome da democracia”, “da governabilidade”, e “das instituições”, diziam, seria muito arriscado naquele momento a tramitação de tal pedido.

 

Em troca, Lula, comprometia não concorrer à reeleição. Roberto Jeferson já havia revelado Marcos Valério e o mensalão. Dirceu estava acuado.    

 

O DEM foi inicialmente contrário a atender o pedido. FHC e Serra, entre outras lideranças, conseguiram que o Democratas concordasse em desistir do pedido de impeachment.   

 

Mas Lula conseguiu o que parecia impossível. Recuperou sua popularidade, descumpriu o acordo seguiu em frente  e reelegeu-se.  Elegeu um poste como sucessora e arrasou o país, conforme o petrolão e a Lava Jato demonstraram.  

 

 Na última quinta-feira, o democrata Rodrigo Maia, foi escolhido para suceder Eduardo Cunha no comando da Câmara. Algumas pessoas inicialmente manifestaram estranheza e levantavam hipótese estapafúrdias de “acordão” pelo fato de as esquerdas terem optado por votar em Maia no segundo turno da eleição para presidente da Câmara.

 

Não houve nem há como ter havido “acordão”. O que houve foi a avaliação petista que no outro nome, com ligações com Eduardo Cunha, o PT não teria como votar. E, embora da oposição, o tom moderado de Maia foi considerado palatável ao PT.  

 

O fato é que a legenda, que passou maus bocados durante a dinastia petista no poder, com o governo fazendo tudo o que era possível para tentar exterminar a sigla, sobreviveu. E agora, com a chancela do Legislativo, o DEM está de volta ao centro do poder.

 

Embora o partido tenha comido o pão que o diabo amassou durante os treze anos de dinastia petista, é também graças a uma postura permanente como oposição, que a legenda está revigorada.

 

Nada como um dia depois do outro. 

Enio Meneghetti

 

PIORES QUE ASSALTANTES!

24 de fevereiro de 2016

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Em um assalto a banco, ladrões arriscam a pele. Podem ser surpreendidos pela polícia e não raro são presos ou baleados na fuga.

O corrupto é pior. Em primeiro lugar, é covarde. Age dissimuladamente. Os piores, quando pegos, usam seu poder político para confundir a opinião pública, corromper autoridades e parte da mídia.

Causam prejuízo muito maior do que assaltantes comuns.

Alguém pode alegar: são crimes “não violentos”. Que não põe a vida de ninguém em risco. Não é assim.

 As quantias milionárias por eles roubadas dariam para construir e manter quantos hospitais? Para pagar salários melhores a quantos policiais? Adquirir armas, munição, viaturas.

Além de Petrolão, Lava Jato, mensalão, tivemos mais. Exemplo, a BANCOOP. Arapuca engendrada por  Luiz Gushiken e Ricardo Berzoini e assumida por João Vaccari Neto. Criada para financiar campanhas eleitorais do PT, resultou  no calote de dois mil bancários. Tungaram suas poupanças para ao final destinar apartamentos de luxo para Lula e Vaccari. Que vergonha!

 Adquirido o “direito” de superfaturar, comprada a consciência do corrupto, o corrompido coloca em seus cronogramas financeiros MUITO MAIS do que os valores destinados aos políticos canalhas.

Exemplo é o dinheiro gasto com as reformas do sítio e do triplex.

Aquilo foi um plus para atender aos devaneios do psicopata megalomaníaco. Alguém acha que a conta loja de material de construção ou a gratificação do engenheiro que trabalhou “nas férias” foi descontada do percentual da propina destinada ao PT? Claro que não.

Assim é que esses canalhas são piores do que os criminosos comuns, cujos prejuízos limitam-se aos valores que conseguem colocar em sacolas na hora do roubo e no susto que dão nas pessoas que tiverem o azar de estar no lugar errado, na hora errada. Corruptos destroem sonhos, enganando incautos com belos filmes publicitários mentirosos pagos com dinheiro roubado. A propósito, o marqueteiro acaba de ter decretada sua prisão.

A fase agora é de ocultar provas, confundir, dissimular e cooptar testemunhas.

Delcídio Amaral foi solto. Logo ao ser preso, Delcídio revelou sobre a propina da Odebrecht para pagar João Santana.

Em certa reunião no gabinete da madame, Aloísio Mercadante teria dito: “a prisão de Marcelo Odebrecht é problema de Lula.”

Presente à reunião, Delcídio, quando preso, contou que confidenciou depois à madame: “Presidente, a prisão do Marcelo é problema seu também, porque a Odebrecht pagou no exterior serviços prestados à sua campanha.”

Houve também aquela mensagem encontrada no telefone de Odebrecht: “O risco cta. Suíça chegar campanha dela”.  Deu para entender ou é preciso desenhar?

Com a prisão do marqueteiro oficial, parece que o telhado caiu.

 Al Capone era um trombadinha comparado a essa gente.

Que o diga do além Celso Daniel.

Enio Meneghetti

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Onyx: “Reforcei a necessidade de a CPI apoiar a LavaJato e o juíz Sérgio Moro, já que ontem o STF fatiou os processos para que petistas sejam julgados por petistas.”

25 de setembro de 2015

A CPI da Petrobras trouxe novos fatos esta semana.

QUADRILHA DA PETROBRAS USOU PORTA ABERTA PELO PETISMO APÓS O MENSALÂO PARA LAVAR DINHEIRO NO EXTERIOR.

 – Hoje, através de um requerimento meu, Leonardo Meirelles que operava junto a Alberto Youssef detalhou como o governo petista, através de uma normativa do Banco Central logo após a CPI do Mensalão, abriu a porta para lavagem de dinheiro no exterior. – disse o deputado Onyx Lorenzoni. E trouxe mais detalhes: 

 – Lembrei também das informações trazidas por Venina Velosa (contadora de Alberto Youssef) sobre o superfaturamento na refinaria do nordeste-RENEST, o que deixa claro que as digitais de Dilma nos prejuízos pela roubalheira na empresa vão além da compra de Pasadena.

– Reforcei a necessidade de a CPI apoiar a LavaJato e o juíz Sérgio Moro, já que ontem o STF fatiou os processos para que petistas sejam julgados por petistas. (4:41s)

ACORDÃO, QUE NADA!

19 de agosto de 2015

Acordão, que nada

Um gigantesco boneco de Lula vestido de presidiário, fot o hit dos protestos em Brasília e teve seu sucesso ampliado pela televisão e nas redes sociais.

O boneco foi encomendado muito antes da revelação do teor do grampo da conversa  entre Lula e Alexandrino Alencar. Alguns defensores do ex presidente apressam-se a dizer que “nada tem de mais” na conversa flagrada. Pois sim!

Segundo relatório da PF, o petista conversou com Alexandrino Alencar, da Odebrecht, no dia 15 de junho de 2015, quatro dias antes da prisão do executivo.

Na conversa, fica óbvio que havia uma sintonia entre os interesses das empreiteiras e do ex presidente. Alencar chega a comentar o elogio de Emilio Odebrecht a uma nota oficial do Instituto Lula que abordava o tema de interesse de ambos.

 

Lula também informa a Alexandrino sobre um artigo de Delfim Neto a sair no dia seguinte no Valor, “metendo o pau”, isto é, defendendo o mesmo ponto de vista deles.    

Delfim defendeu no artigo, o financiamento do BNDES  para os serviços de construtoras em países como Cuba, Venezuela e Angola. Obviedade sem fim. O mesmo interesse de Alexandrino e Lula.

“É abusivo dizer que o BNDES é uma ‘caixa preta’ e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias das suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos contratos de seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil”, disse Delfim.

Rui Falcão não faria melhor antecipando-se ao que fará a CPI do BNDES.

 

Agora está se falando muito em “acordão”. Que os ponteiros “estariam acertados”e o “perigo já teria passado”.Cuidado. Verifique antes a fonte dessas “boas (para os corruptos) notícias”. Daí viria a ampliação no prazo para explicar as pedaladas, etc. Que dessas reuniões resultou o embrulho com Renan dentro do pacote, onde também estaria Janot. Um sem fim de lendas.

Mas aí vem a pergunta: e onde estaria Sérgio Moro durante essas conversas? Ou a força tarefa da lava jato? Ou o MPF?

Os otimistas são poderosos. Mas tem de ter o cuidado de não confundir os desejos com a realidade.

As delações premiadas, a esta altura, já forneceram um manancial de  informações que nem em sonho apareceram no mensalão.

E Lula, sem foro privilegiado, está na linha de tiro da primeira instância do Judiciário.  

Deixem que eles sonhem. O que é deles está guardado.

E não me refiro a dinheiro em contas no exterior.  

Enio Meneghetti 

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“Uma ovelha negra no poder”

13 de maio de 2015

uma ovelha negra no poder

“É uma piada discutir se alguém contou ou não contou algo que publicaram em um livro!”

Acaba de ser lançado um livro sobre a passagem do ex-presidente uruguaio José Mujica pelo poder.

 

A obra traz a narração de uma conversa entre Lula e Mujica, onde o brasileiro teria confessado o crime do mensalão para o colega uruguaio.

 

A obra foi escrita pelos jornalistas Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, a partir de depoimentos de Pepe Mujica.

 

O registro de uma conversa acontecida no início de 2010, em Brasília, vem trazendo uma marolinha de confirmações e desmentidos.

 

Para início de conversa: até chegar a edição, um livro passa por inúmeras revisões. Jamais uma revelação desta importância, em uma obra sobre um ex presidente, estaria nela se autores e biografado não soubessem exatamente o que estavam dizendo e o impacto que causaria. É uma piada discutir se alguém contou ou não contou algo que publicaram em um livro!

 

Na conversa que o “afilhado” Mujica revela, Lula teria se referido às dificuldades da tarefa que desempenhava: “Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens”. E explicou: “Essa era a única forma de governar o Brasil”.

 

Segundo Mujica, o ex-vice-presidente uruguaio Danilo Astori também estava na sala e ouviu a declaração.

 

Andrés Danza, um dos autores do livro Una Oveja Negra al Poder – Uma Ovelha Negra no Poder, confirmou em entrevista a narrativa do ex-presidente uruguaio. E nem precisava, afinal, está escrita.

 

Segundo o autor, Mujica ouviu a afirmação. Ele estava com seu vice, Danilo Astori. Lula queixava-se que a corrupção é alta no Brasil e ensinava como, no caso dele, um presidente tem de lidar com questões imorais e chantagens.

 

Para Mujica ficou evidente que ele estava se referindo ao mensalão, embora Lula obviamente não tenha usado o termo. Afinal, a expressão foi criada por Roberto Jeferson ao denunciar o esquema em 2005 e usada comumente de forma pejorativa, tal qual “Petrolão”…

 

Ao relatar a conversa aos jornalistas que escreveram o livro, Mujica entendeu perfeitamente a confissão do escândalo que levou à prisão algumas das principais lideranças do PT e do governo Lula, como José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha.

 

O autor do livro ainda esclareceu:

 

Mujica se preocupa com a corrupção. Vive de forma humilde e a combate. Ele não a defende. Mas ele defende Lula, com quem tem uma relação muito próxima. Ele considera que Lula não é corrupto e o vê como padrinho. Ele entende que Lula teve de conviver com a corrupção.

 

Embora estejamos na fase do “não foi bem isso que ele quis dizer” e demais desmentidos, tentam tapar o sol com a peneira.

Mas fiquei bem curioso de saber em que consistiriam as tais “chantagens” que o padrinho possa ter sofrido.

Parece que há muito mais de onde tem vindo tanta lambança…

Mujica bem pode ceder-nos o título “Uma ovelha negra no poder” para uma versão do caso brasileiro.

 

Enio Meneghetti

 

 

Conversa mole para boi dormir

4 de junho de 2014

ZH PP com DILMA

Para quem acha que exagero, Zero Hora desta 4.a. feira, 04.06.2014, pág. 35, coluna de Brasília, traz:

Acompanhado – Vilson Covatti (PP) reclama não ser o único na bancada gaúcha do PP na Câmara a apoiar a reeleição de Dilma. Embora somente ele tenha participado do almoço de adesão à campanha, Covatti afirma haver pelo menos mais três progressistas (sic) com o pé na barca petista.”

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Covatti com Dilma

Às vezes quando falo nisso, na hashtag #naovotenabasealiada , já houve quem me desafiasse, como se eu estivesse falando uma heresia.

No Congresso, ninguém faz nada sozinho. O que decide é o “acordo de lideranças”, ou o “voto de liderança”. É isso que define quem vai para as comissões, as matérias que entrarão em votação, os destaques, tudo! Se quiser fazer oposição efetiva, de verdade, tem de fazer isso em um partido de OPOSIÇÃO.

Na negociação do PP de seu verdadeiro valor e peso nos conchavos por cargos com o PT, vale o peso e tamanho do Partido. Assim funciona o sistema representativo.

Pior ainda é a gente votar naquele ‘coitadinho’, amigo de algum amigo, que concorre por algum partido da Base Aliada , sabendo que não vai se eleger, “para ajudar o partido”. Justamente para “fazer legenda”. Esse voto só servirá mesmo para reforçar a legenda para eleger algum cacique. Que depois irá fazer “negócios”. E às favas o ‘coitadinho’…

Evite isso. Vote contra o governo. Vote na OPOSIÇÃO. #naovotenabasealiada

Ora, o PP está atrelado ao governo Dilma desde a criação do mensalão, lá em 2003.

Quem decide as coisas no PP é a cúpula. A cúpula fecha acordos com o governo petralha, obtém os cargos, o Ministério das Cidades, indicaram até o Paulo Roberto Costa para a Petrobrás! Sim, esse que andou preso.

Aqui mesmo no RS, onde gostam de fingir-se de oposição, o Vilson Covatti chegou a ser anunciado como coordenador da campanha da Dilma no RS! O PP teve aqui no estado (se é que ainda não tem) as diretorias da Trensurb!

O boicote a BASE ALIADA tem que ser total e completo, de norte a sul, leste a oeste, por todos aqueles que não votam em petralhas. Isso não dá mais para passar em branco.

E a solução é simples: #naovotenabasealiada , ou seja, todos os partidos que tiveram gente condenada pelo mensalão, ocupam ministérios, cargos, diretorias de estatais.

As pessoas tem que ter lado. Ou é oposição ou é situação.

O resto é conversa mole para boi dormir.

No facebook, hashtags:

#naovotenabasealiada
#dilmavaiperder

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Lula surtou?

2 de maio de 2014

Lula Traira

Foi patético o discurso eleitoral de Dilma em cadeia de TV na véspera do Dia do Trabalho.

Antecipando descaradamente o discurso eleitoral, trabalhou para gerar manchetes para o dia seguinte.

Aumento do bolsa miséria e do piso do imposto de Renda.

O velho e apelativo discurso, a defesa dos fracos e oprimidos contra a voracidade das elites. Mirando na classe média-média-baixa, onde vem perdendo apoio, procurou cativar com o piso do imposto de renda.

Sem emoção alguma, denotando uma imagem de cansaço e alguma depressão, limitou-se a ler no teleprompter o texto redigido cuidadosamente pelo marqueteiro, visando o público de menor renda e menor nível de instrução.

Dilma está repleta de problemas. Até então, o fato da semana havia sido a desastrada entrevista concedida por Lula para a TV portuguesa.

Nela o ex-presidente afirmou que o maior escândalo político da História brasileira não existiu.

O que eu acho é que não houve mensalão. Também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Eu só acho que essa história vai ser recontada. É apenas uma questão de tempo, e essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade. O tempo vai se encarregar de provar que no mensalão você teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica. – afirmou o ex-presidente.

Em suma, ele acha que “não houve mensalão” e em seguida recuou para dizer que “não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte”…

Nada falou sobre o fato de que o relator do processo foi um Ministro da Suprema Corte nomeado por ele próprio, Lula. No caso, o atual presidente do STF, Ministro Joaquim Barbosa. Não falou que seis dos Ministros que votaram na primeira fase foram nomeados por ele ou sua sucessora, eleita com seu apoio. Não fala do amplo direito de defesa que tiveram os réus condenados, fato que inclusive reduziu suas penas e garantiu-lhes o direito de cumprir as penalidades no regime semiaberto. E, suprema heresia, quando a entrevistadora assinalou que entre os presos estão companheiros próximos de Lula, ele negou a amizade: ─ “Sabe, tem companheiros do PT presos… mas não se trata de gente da minha confiança”. – Que feio, hein seu Lula?

Bem, já que se está descobrindo essa nova faceta de Lula, a trairagem, será interessante ver como se desenrolará outra polêmica que recém se inicia.

Atolada em dificuldades com seus índices de aprovação que se reduzem gradativamente, muitos lulistas pensam em rifar Dilma, substituindo-a como candidata à reeleição pelo ex-presidente. Na avaliação de alguns próceres petistas, o nome de Lula seria o único capaz de unir a base aliada em torno de uma candidatura. Dilma está quase isolada, contando apenas como apoios certos, o do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), da senadora Gleisi Hoffmann no Congresso e do presidente do PT, Rui Falcão.

A principal defensora da substituição de Dilma por Lula é a ministra Marta Suplicy. Porém, os próprios petistas assinalam que só há duas hipóteses de Lula ser candidato: se a própria Dilma pedir ou se a base aliada (alugada?), com partidos como PR, PP e PMDB, pularem fora.

Há ainda outra hipótese mais maluca sendo defendida por alguns: a de Lula concorrer como vice de Dilma. Bem, se isso ocorrer, e na hipótese de reeleição da macabra combinação, será interessante ver a ação do “fogo amigo”, que se movimentará bastante para possibilitar uma – quem sabe? – promoção do “vice”…

De um ou outro jeito, teremos tempos quentes pela frente.

Enio Meneghetti
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Saulo Ramos disse sobre Celso de Mello

18 de setembro de 2013

Código+da..

Saulo Ramos foi quem defendeu junto ao então presidente José Sarney a indicação de Celso de Mello para o STF.

Mello havia sido secretário de Saulo Ramos na Consultoria Geral da República no governo Sarney. Findo o governo, vendo que o pupilo voltaria para o MP de São Paulo de onde era originário, Saulo Ramos lutou junto ao presidente por sua indicação para o STF, com o argumento que aquela seria sua “única chance”, senão o jovem talentoso ficaria “esquecido” no MP de São Paulo.

Posteriormente eles romperam, num episódio curiosíssimo que está no livro “O Código da Vida” de Saulo Ramos, que, ao que se sabe, nunca foi desmentido por Celso de Mello. Transcrevo:

“Na minha vida, conheci juízes formidáveis, dos quais guardo lembranças entusiastas e profundo respeito. Mas sofri também grandes desilusões. Algumas lamentáveis. Vou contar uma delas.

Terminado seu mandato na Presidência da República, Sarney resolveu candidatar-se a Senador. O PMDB negou-lhe a legenda no Maranhão. Candidatou-se pelo Amapá. Houve impugnações fundadas em questão do domicílio e o caso acabou no Supremo Tribunal Federal.

Naquele momento, não sei por que, a Suprema Corte estava em meio recesso, e o Ministro Celso de Mello, meu ex-secretário na Consultoria Geral da República, me telefonou:

– O processo do Presidente será distribuído amanhã. Em Brasília, somente estão por aqui dois ministros: o Marco Aurélio Mello e eu. Tenho receio de que caia com ele, primo do Presidente Collor. Não sei como vai considerar a questão.

– O Presidente tem muita fé em Deus. Tudo vai sair bem, mesmo porque a tese jurídica da defesa do Sarney está absolutamente correta.

Celso de Mello concordou plenamente com a observação, acrescentando ser indiscutível a matéria de fato, isto é, a transferência do domicílio eleitoral no prazo da lei.

O advogado de Sarney era o Dr. José Guilherme Vilela, ótimo profissional. Fez excelente trabalho e demonstrou a simplicidade da questão: Sarney havia transferido seu domicílio eleitoral no prazo da lei. Simples. O que há para discutir? É público e notório que ele é do Maranhão! Ora, também era público e notório que ele morava em Brasília, onde exercera o cargo de Senador e, nos últimos cinco anos, o de Presidente da República. Desde a faculdade de Direito, a gente aprende que não se pode confundir o domicílio civil com o domicílio eleitoral. E a Constituição de 88, ainda grande desconhecida (como até hoje), não estabelecia nenhum prazo para mudança de domicílio.

O sistema de sorteio do Supremo fez o processo cair com o Ministro Marco Aurélio, que, no mesmo dia, concedeu medida liminar, mantendo a candidatura de Sarney pelo Amapá.

Veio o dia do julgamento do mérito pelo plenário. Sarney ganhou, mas o último a votar foi o Ministro Celso de Mello, que votou pela cassação da candidatura do Sarney.

Deus do céu! O que deu no garoto? Estava preocupado com a distribuição do processo para a apreciação da liminar, afirmando que a concederia em favor da tese de Sarney, e, agora, no mérito, vota contra e fica vencido no plenário. O que aconteceu? Não teve sequer a gentileza, ou habilidade, de dar-se por impedido. Votou contra o Presidente que o nomeara, depois de ter demonstrado grande preocupação com a hipótese de Marco Aurélio ser o relator.

Apressou-se ele próprio a me telefonar, explicando:

– Doutor Saulo, o senhor deve ter estranhado o meu voto no caso do Presidente.

– Claro! O que deu em você?

– É que a Folha de São Paulo, na véspera da votação, noticiou a afirmação de que o Presidente Sarney tinha os votos certos dos ministros que enumerou e citou meu nome como um deles. Quando chegou a minha vez de votar, o Presidente já estava vitorioso pelo número de votos a seu favor. Não precisava mais do meu. Votei contra para desmentir a Folha de São Paulo. Mas fique tranquilo. Se meu voto fosse decisivo, eu teria votado a favor do Presidente.

Não acreditei no que estava ouvindo. Recusei-me a engolir e perguntei:

– Espere um pouco. Deixe-me ver se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de São Paulo noticiou que você votaria a favor?

– Sim.

– E se o Sarney já não houvesse ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor dele?

– Exatamente. O senhor entendeu?

– Entendi. Entendi que você é um juiz de merda!

Bati o telefone e nunca mais falei com ele.” *

* CÓDIGO DA VIDA – Saulo Ramos – Ed. Planeta – 2007 – págs. 168 a 170
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Pulhas

2 de setembro de 2013

De acordo com o dicionário Aulete, “pulha” é aquele que “não tem caráter, dignidade; patife; calhorda”. Ou apresenta “comportamento ou ato de mau-caráter; canalhice”. E ainda “faz afirmação mentirosa; lorota”.

Pois que semana terrível tivemos! Assistimos a presidenta batendo boca com um diplomata porque não deseja desagradar Evo Morales, sendo que num passado recente até refinarias da atualmente capenga Petrobrás foram deixadas de presente para ele.

Esse caso do senador boliviano, cujo principal crime, ao que parece, foi denunciar autoridades bolivianas envolvidas com o narcotráfico, chega as raias do ridículo.

Episódio que não pode deixar de ser confrontado com outras trapalhadas diplomáticas cometidas por ocasião do caso Battisti e daqueles boxeadores cubanos (sem falar no suspeitíssimo acordo dos médicos cubanos). Em comum nos dois primeiros casos, o dedo do então ministro Tarso Genro.

Quando parecia que nada mais poderia acontecer na semaninha fatídica que passou, veio outro escárnio: a não cassação do deputado Natan Donadon, criminoso condenado. A ausência injustificável de 14 deputados federais gaúchos, sendo que os 14 pertencem a legendas que apoiam o governo Dilma, embora quando aqui nos pagos costumem fazer de conta que são adversários do PT.

Sim, o PT. Por que, alguém duvida que a manobra de não cassação do deputado condenado Donadon, não é um “avant première” do que tentarão fazer para evitar a cassação dos deputados mensaleiros logo ali adiante? Quem assistiu o discurso patético do ministro Barroso, (ex advogado de Cesare Battisti) exaltando a pureza do pobrezinho José Genoíno, entenderá muito bem a que me refiro.

Bem, se tudo isso era pouco, agora tomamos conhecimento da enorme dívida particular de outro ministro do STF, Dias Toffoli (ex advogado do PT), para com o Banco mineiro BMG, do qual ele é relator de vários processos. Para quem tem memória curta, o banco mineiro BMG, juntamente com o Rural, são aquelas instituições financeiras envolvidos até o pescoço com os empréstimos fictícios ao PT no caso da ação penal 470, o caso mensalão.

Pelo amor de Deus, será que ninguém vai somar dois mais dois nesta aberração?

Acabou a dissimulação, o disfarce, o “faz de conta” que “não é comigo”. Aqui no Rio Grande do Sul, certos parlamentares de partidos autoproclamados adversários políticos do PT descem do avião em Brasília e tentam (e muitos conseguem) uma vaga debaixo da saia de dona Dilma. Seja com a liberação das verbas de suas emendas parlamentares, um ministério, quem sabe… Essas benesses tem preço! Depois eles vem com o discurso crítico fazendo de conta que são oposição aos atuais detentores do poder, lá e cá. Analise-se o comportamento passado de suas siglas! Como alguém pode mudar de senhor – ou senhora – em tão pouco tempo em plena vida adulta?

Parece bastante. Mas nem falei ainda no estuprador de incapazes, assessor petista lotado na Casa Civil. A deputada ministra Maria do Rosário, que costuma ser tão saliente em casos do gênero, ainda não referiu-se à respeito. Está esperando o que?

Ano que vem teremos eleições. Não vai dar para esquecer daqueles que comportar-se-ão de acordo com o título acima. E não estou falando em simplesmente deixar de votar nestes. E sim de LEMBRAR diariamente quem é digno de engrossar a lista daqueles que possam ser merecedores de classificação equivalente ao título deste comentário.

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Mensalão Difere de Golpe de Estado?

25 de outubro de 2012

Trechos da manifestação desta tarde do Ministro Joaquim Barbosa por ocasião da definição das penas de um dos principais réus do Mensalão, no capítulo referente à Corrupção Ativa:

Joaquim Barbosa:   (…) Não se tratou de um crime de corrupção ativa comum, tendo réu Valério aderido à empreitada criminosa voltada à compra do apoio político e manteve intensa atuação durante todo o curso do delito criminoso ao lado do réu Delúbio Soares. Os milionários empréstimos puderam ser distribuídos aos deputados federais escolhidos por José Dirceu e a conduta de Valério foi extremamente reprovável devendo ser exacerbada a sua intensa culpabilidade.

(…) Valerio aceitou a empreitada criminosa executando os pagamentos combinados a outros parlamentares de outras legendas para os propósitos reprováveis e os motivos da prática criminosa demonstram o desprezo pelou demais, minando para propósitos privados as bases para uma sociedade livre que todos nós almejamos construir.

(…) Pois dele decorrem lesões que atingem bens jurídicos, mas igualmente o regime democrático, o pluripartidarismo, (…).  Por tudo o que foi dito, fixo a pena base em 4 anos de reclusão.

Significa o óbvio: ao comprar maioria no Legislativo, o Executivo subverte os fundamentos da democracia ao obter de forma ilegítima o poder de aprovar tudo o que for de seu interesse. Qual a diferença prática entre uma atitude dessas com a de simplesmente FECHAR o Congresso através de um Golpe de Estado? Será que esses réus condenados e a própria sociedade brasileira tem a exata noção do que foi (in)tentado? E se não fosse o acaso, a sorte, de um desacerto entre o ex-deputado Roberto Jeferson e a quadrilha agora condenada, ter trazido à tona a história toda, hoje talvez estivéssemos sob a presidência (quem sabe?) do Sr. José Dirceu.

Felizmente, parece, que nós, a sociedade brasileira, tivemos mais sorte que juízo.

Por fim, uma curiosidade: Embora as penas somadas do Sr. Valério devam ultrapassar os 40 anos, crime a crime ele ficou abaixo da pena máxima a cada uma das imputações. Embora, como no caso da “Lavagem de Dinheiro”, tenha sido condenado pela prática de 46 vezes (!!!) o delito. Minha dúvida é:  o que ele precisaria ter feito mais para receber a pena máxima prevista no Código Penal?

Por fim, felizmente o excelente e zeloso Ministro relator foi indicado e nomeado pelo ex-presidente Lula. Já pensaram se o relator fosse algum dos demais ministros nomeados pelos governos anteriores? A ladainha dos companheiros seria insuportável.