Que venha 2015

Que venha 2015

Depois de quase 20 dias fora do país, a primeira notícia que leio ao desembarcar, foi que entre 2010 e 2011, a Construtora Camargo Corrêa pagou R$ 886 mil por uma consultoria à empresa do hoje apenado José Dirceu, um dos condenados pelo mensalão.

Entre outros, um dos itens para os quais a empresa precisou dos conselhos de José Dirceu, foi receber uma “análise dos aspectos sociológicos e políticos do Brasil”.

Que azar de ambos! No mesmo mês de abril de 2011, em que topou pagar pelos conselhos do “mago  Dirceu”, a construtora celebrou contratos com a Petrobras para prestar serviços na refinaria pernambucana de Abreu e Lima no valor de R$ 4,7 bilhões.

Chamo de azar, porque sempre poderá surgir um mal intencionado que relacione a contratação de Dirceu com a assinatura de tais contratos com a Petrobrás. Imagine!

Pois bem, como a vida não para, no sábado 13 de dezembro, Moçambique vai inaugurar seu novo aeroporto. Obra financiada com R$ 144 milhões do BNDES brasileiro.

A construção é da Odebrecht e o projeto é do Escritório Fernandes Arquitetos Associados, o mesmo que  projetou o novo Maracanã.

Pergunta-se: como foi a autorização do Congresso brasileiro para o investimento em Moçambique, conforme dispõe o artigo 49, item 1, da Constituição federal para investimentos do governo brasileiro no exterior?

Enquanto esta pergunta fica sem resposta, a reportagem de capa da revista IstoÉ, menciona a existência de um “esquema” para tentar arrefecer os efeitos da operação Lava Jato.

A publicação menciona que que Rodrigo Janot teria se reunido com empreiteiras e teria proposto um plano para impedir que Planalto fosse investigado no escândalo. De acordo com a revista Isto É, pelo tal acordo, as empreiteiras admitiriam alguns crimes, e em troca poderiam continuar realizando obras públicas e seus executivos cumpririam pena em regime domiciliar.

O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, negou que tivesse proposto qualquer acordo. Em nota oficial disse:

“Em respeito à função institucional de defender a sociedade e combater o crime e a corrupção, o Ministério Público Federal cumprirá seu dever constitucional e conduzirá a apuração nos termos da lei, com o rigor necessário. O procurador-geral da República não permitirá que prosperem tentativas de desacreditar as investigações e os membros desta instituição”.

Segue: “ (…) a investigação revelou a ocorrência de graves ilícitos envolvendo a Petrobrás, empreiteiras e outros agentes que concorreram para os delitos, o que já possibilitou ao Ministério Público Federal adotar as primeiras medidas judiciais. A utilização do instrumento da colaboração premiada tem permitido conferir agilidade e eficiência à coleta de provas, de modo a elucidar todo o esquema criminoso” .

Pelo andar da carruagem, as denúncias do MPF à Justiça não devem passar de meados de  fevereiro de 2015.

É aí o momento em que será dado o tom. Vamos ver quem será denunciado e qual será o teor da peça acusatória. Espero não sentir saudades de Roberto Gurgel.

Se ficar evidenciado que a corrupção financiou campanhas, a coisa poderá ficar bem complicada…

Até lá, teremos que ficar na expectativa.

Enio Meneghetti

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