Em 2010, em Santa Catarina, Lula bradou em um comício: “Precisamos extirpar o DEM da política brasileira”.
Esta talvez tenha sido a maior láurea de um partido de oposição. Ser capaz de despertar o ódio de Lula.
Num episódio pouco lembrado, na CPI dos Correios Duda Mendonça prestou um depoimento admitindo ter recebido pagamentos no exterior por serviços prestados na campanha de Lula. Ante a ilegalidade, esteve por ser encaminhado um pedido de impeachment contra ele.
Sentindo a própria vulnerabilidade, Lula mandou que asseclas procurassem o PSDB para pedir que não entrassem com o pedido. “Em nome da democracia”, “da governabilidade”, e “das instituições”, diziam, seria muito arriscado naquele momento a tramitação de tal pedido.
Em troca, Lula, comprometia não concorrer à reeleição. Roberto Jeferson já havia revelado Marcos Valério e o mensalão. Dirceu estava acuado.
O DEM foi inicialmente contrário a atender o pedido. FHC e Serra, entre outras lideranças, conseguiram que o Democratas concordasse em desistir do pedido de impeachment.
Mas Lula conseguiu o que parecia impossível. Recuperou sua popularidade, descumpriu o acordo seguiu em frente e reelegeu-se. Elegeu um poste como sucessora e arrasou o país, conforme o petrolão e a Lava Jato demonstraram.
Na última quinta-feira, o democrata Rodrigo Maia, foi escolhido para suceder Eduardo Cunha no comando da Câmara. Algumas pessoas inicialmente manifestaram estranheza e levantavam hipótese estapafúrdias de “acordão” pelo fato de as esquerdas terem optado por votar em Maia no segundo turno da eleição para presidente da Câmara.
Não houve nem há como ter havido “acordão”. O que houve foi a avaliação petista que no outro nome, com ligações com Eduardo Cunha, o PT não teria como votar. E, embora da oposição, o tom moderado de Maia foi considerado palatável ao PT.
O fato é que a legenda, que passou maus bocados durante a dinastia petista no poder, com o governo fazendo tudo o que era possível para tentar exterminar a sigla, sobreviveu. E agora, com a chancela do Legislativo, o DEM está de volta ao centro do poder.
Embora o partido tenha comido o pão que o diabo amassou durante os treze anos de dinastia petista, é também graças a uma postura permanente como oposição, que a legenda está revigorada.
Parte do que você verá a partir de 1:55 segundos está transcrita. Acompanhe:
“Que vantagem leva um partido de oposição ao se juntar com essa gente que faz o jogo sujo do PT?
Que vantagem leva o senhor senador para articular tal fusão? Sim, porque ao partido ao qual o senhor pertence, e mais, PRESIDE, não há vantagem nenhuma.
Os decentes dentro do DEM também não levam vantagem. A oposição, menos ainda. E o país, que precisa de uma oposição forte em meio a este LAMAÇAL de corrupção, só perde.
Talvez nosso personagem da semana, José Agripino Maia, possa explicar este súbito surto de falta de bom senso.”
Pois é isso mesmo. Numa atitude que contraria toda e qualquer lógica, o presidente do Democratas quer forçar o partido a aderir a um dos partidos da BASE ALIADA.
Por que, em meio ao dilúvio de bandalheiras que assola o Brasil, José Agripino quer liderar tamanho absurdo?
Por favor, bem aventurados leitores, AJUDEM a impedir este absurdo!
Compartilhem esta publicação, enviem emails aos deputados e senadores do DEMOCRATAS, pedindo que rejeitem esse disparate que enfraquecerá ainda mais a oposição brasileira em um momento crucial da vida dos brasileiros.
DEPUTADOS FEDERAIS PELO DEM: ALBERTO FRAGA Partido/UF: DEM/DF – Gabinete: 511 – Anexo: IV – Fone: 3215-5511 – Fax: 3215-2511 dep.albertofraga@camara.leg.br
Para quem acha que exagero, Zero Hora desta 4.a. feira, 04.06.2014, pág. 35, coluna de Brasília, traz:
“Acompanhado – Vilson Covatti (PP) reclama não ser o único na bancada gaúcha do PP na Câmara a apoiar a reeleição de Dilma. Embora somente ele tenha participado do almoço de adesão à campanha, Covatti afirma haver pelo menos mais três progressistas (sic) com o pé na barca petista.”
Covatti com Dilma
Às vezes quando falo nisso, na hashtag #naovotenabasealiada , já houve quem me desafiasse, como se eu estivesse falando uma heresia.
No Congresso, ninguém faz nada sozinho. O que decide é o “acordo de lideranças”, ou o “voto de liderança”. É isso que define quem vai para as comissões, as matérias que entrarão em votação, os destaques, tudo! Se quiser fazer oposição efetiva, de verdade, tem de fazer isso em um partido de OPOSIÇÃO.
Na negociação do PP de seu verdadeiro valor e peso nos conchavos por cargos com o PT, vale o peso e tamanho do Partido. Assim funciona o sistema representativo.
Pior ainda é a gente votar naquele ‘coitadinho’, amigo de algum amigo, que concorre por algum partido da Base Aliada , sabendo que não vai se eleger, “para ajudar o partido”. Justamente para “fazer legenda”. Esse voto só servirá mesmo para reforçar a legenda para eleger algum cacique. Que depois irá fazer “negócios”. E às favas o ‘coitadinho’…
Evite isso. Vote contra o governo. Vote na OPOSIÇÃO. #naovotenabasealiada
Ora, o PP está atrelado ao governo Dilma desde a criação do mensalão, lá em 2003.
Quem decide as coisas no PP é a cúpula. A cúpula fecha acordos com o governo petralha, obtém os cargos, o Ministério das Cidades, indicaram até o Paulo Roberto Costa para a Petrobrás! Sim, esse que andou preso.
Aqui mesmo no RS, onde gostam de fingir-se de oposição, o Vilson Covatti chegou a ser anunciado como coordenador da campanha da Dilma no RS! O PP teve aqui no estado (se é que ainda não tem) as diretorias da Trensurb!
O boicote a BASE ALIADA tem que ser total e completo, de norte a sul, leste a oeste, por todos aqueles que não votam em petralhas. Isso não dá mais para passar em branco.
E a solução é simples: #naovotenabasealiada , ou seja, todos os partidos que tiveram gente condenada pelo mensalão, ocupam ministérios, cargos, diretorias de estatais.
As pessoas tem que ter lado. Ou é oposição ou é situação.
artigo jornal Correio de Cachoeirinha – 21.05.2014
O Ministro Teori Zavascki do STF mandou soltar na tarde da segunda feira 19 de maio, os presos da Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Entre os beneficiados com a medida, o ex-diretor de abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, indiciado por lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsidade ideológica, tentativa de destruição de documentos, o doleiro Alberto Youssef e o suspeito de tráfico internacional de drogas, Rene Luiz Pereira.
A decisão do Ministro, que colocou por terra o trabalho da 13.a. Vara Federal de Curitiba, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, foi embasada na alegação de que o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, teria extrapolado sua competência ao investigar o deputado André Vargas – eleito pelo PT do Paraná e hoje sem partido – que como parlamentar, é detentor de foro privilegiado.
Mais uma vez, a instituição do foro privilegiado, que foi criada para proteção da atividade parlamentar – opiniões, palavras e votos – é desvirtuada para proteção contra a investigação de crimes comuns por parte de parlamentares, numa distorção lamentável.
No momento em que se discute a instalação da CPI mista da Petrobrás, que sofre terrível combate da Base Aliada do Governo, é que se pode visualizar a importância das Comissões Parlamentares de Inquérito. Porque uma CPI não tem a limitação legal na qual se baseou Teori Zavascki para emitir a liminar que colocou por terra todo o trabalho investigativo realizado até agora. Uma CPI pode, com o voto de seus membros, aprovar quebras de sigilo bancário e fiscal, realizar diligências, convocar depoimentos, requerer documentos, de forma rápida, expedita e direta.
E porque ainda não foi instalada a CPI mista da Petrobrás? Porque o governo, com sua Base Aliada de partidos que o apoiam, não permite o início dos trabalhos que poderão expor as entranhas dos fatos gravíssimos que são apontados na gestão da Petrobrás. Com a distribuição de cargos, Ministérios, diretorias e benesses, o governo concentra o poder de limitar o papel das oposições.
Para que se tenha uma ideia da abrangência do poder total nas mãos dos atuais detentores do governo, basta exemplificar com um fato inédito que ocorre aqui no RS: todos os candidatos até agora anunciados como postulantes ao governo do Estado são de partidos componentes da Base Aliada de Dilma Rousseff. Esse fato por si só mostra o momento terrível que atravessamos.
Por mais que alguns parlamentares gaúchos, membros dos partidos da Base Aliada ao governo federal, afirmem ser “de oposição”, de nada adiantam suas atuações, se os comandos centrais de seus partidos em Brasília, ditam suas normas de acompanhamento do governo no ato de barrar a instalação de CPIs e outras medidas parlamentares legítimas que possam desvendar os desmandos administrativos do governo federal. Que ao comprar apoio, anula o papel de oposição, restando apenas uma minoria de partidos imune ao poder conquistado com a concessão de cargos e benesses.
Desta forma, a única maneira de existir oposição no Brasil, cabe ao povo. Àqueles que não são favoráveis ao governo atual, só cabe um papel: examinar a que partidos pertencem os postulantes a mandatos parlamentares, seja no âmbito estadual ou federal e não votar na Base Aliada do governo.
Do contrário, nunca reclamem que não existe oposição no Brasil.
O fato político do dia aqui na aldeia foi a desistência do deputado Raul Pont em disputar a indicação para concorrer a prefeito de Porto Alegre.
A coluna da jornalista Rosane Oliveira hoje destaca que seu objetivo principal foi atingido. Era impedir o PT de abrir mão da candidatura própria “como queria a direção nacional”. Diz mais: “Sua candidatura nasceu para contestar quem dizia que o PT deveria indicar o vice de Manuela D’Avila ou José Fortunatti”.
Aí é que está o ponto. Estamos então perto da situação de partido único. Fortunatti e Manuela estavam ávidos por conquistar o apoio petista, defendido pela direção nacional. O famoso José Dirceu chegou a vir a Porto Alegre para encontrar-se discretamente com o governador Tarso Genro para advogar o apoio a Fortunatti. Reuniu-se também com o atual prefeito. E ninguém fala nada! Onde está a oposição? O PMDB local, que faz um discreto barulhinho em contraponto a Tarso Genro, ocupa com o deputado Mendes Ribeiro Filho importante pasta no ministério, nada fala.
A tal “base aliada” de Fortunatti na Câmara de Vereadores, composta de ferrenhos adversários dos petistas, faz cara de paisagem. O PP não deveria se manifestar sobre o flerte do Prefeito com o PT? Mas o que é isso? Onde está a tão proclamada “politização” dos gaúchos nessa hora, onde o adesismo e a disputa por cargos falam mais alto que a coerência e o histórico? Como esperar que com um quadro fisiológico destes o eleitor, o contribuinte, o cidadão, seja representado dignamente?
Enio José Hörlle Meneghetti, 65 anos, é administrador de empresas. Tem cursos de especialização em marketing e mercado de capitais. Liberal conservador, já atuou nas esferas pública e privada. Foi Diretor de Incentivo ao Desenvolvimento da METROPLAN, Gerente Estadual da GEAP. Assessorou o deputado Onyx Lorenzoni, foi Chefe de Gabinete do Vice-Governador (RS) Paulo Afonso Feijó. Autor do livro "Baile de Cobras", biografia do ex-prefeito de Porto Alegre e ex-governador do Rio Grande do Sul, Ildo Meneghetti, seu avô.