Posts Tagged ‘Eduardo Cunha’

A MAIOR LÁUREA

19 de julho de 2016

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Em 2010, em  Santa Catarina, Lula bradou em um comício: “Precisamos extirpar o DEM da política brasileira”.

 

Esta talvez tenha sido a maior láurea de um partido de oposição. Ser capaz de despertar o ódio de Lula.

 

Num episódio pouco lembrado, na CPI dos Correios Duda Mendonça prestou um depoimento admitindo ter recebido pagamentos no exterior por serviços prestados na campanha de Lula. Ante a ilegalidade, esteve por ser encaminhado um pedido de impeachment contra ele.

 

Sentindo a própria vulnerabilidade, Lula mandou que asseclas procurassem  o PSDB para pedir que não entrassem com o pedido. “Em nome da democracia”, “da governabilidade”, e “das instituições”, diziam, seria muito arriscado naquele momento a tramitação de tal pedido.

 

Em troca, Lula, comprometia não concorrer à reeleição. Roberto Jeferson já havia revelado Marcos Valério e o mensalão. Dirceu estava acuado.    

 

O DEM foi inicialmente contrário a atender o pedido. FHC e Serra, entre outras lideranças, conseguiram que o Democratas concordasse em desistir do pedido de impeachment.   

 

Mas Lula conseguiu o que parecia impossível. Recuperou sua popularidade, descumpriu o acordo seguiu em frente  e reelegeu-se.  Elegeu um poste como sucessora e arrasou o país, conforme o petrolão e a Lava Jato demonstraram.  

 

 Na última quinta-feira, o democrata Rodrigo Maia, foi escolhido para suceder Eduardo Cunha no comando da Câmara. Algumas pessoas inicialmente manifestaram estranheza e levantavam hipótese estapafúrdias de “acordão” pelo fato de as esquerdas terem optado por votar em Maia no segundo turno da eleição para presidente da Câmara.

 

Não houve nem há como ter havido “acordão”. O que houve foi a avaliação petista que no outro nome, com ligações com Eduardo Cunha, o PT não teria como votar. E, embora da oposição, o tom moderado de Maia foi considerado palatável ao PT.  

 

O fato é que a legenda, que passou maus bocados durante a dinastia petista no poder, com o governo fazendo tudo o que era possível para tentar exterminar a sigla, sobreviveu. E agora, com a chancela do Legislativo, o DEM está de volta ao centro do poder.

 

Embora o partido tenha comido o pão que o diabo amassou durante os treze anos de dinastia petista, é também graças a uma postura permanente como oposição, que a legenda está revigorada.

 

Nada como um dia depois do outro. 

Enio Meneghetti

 

QUEREM TOCAR FOGO NO BRASIL!

10 de maio de 2016

A cada dia que passa, em questão de horas ou até de minutos, as notícias ficam velhas. Às favas com a lógica, ás favas com o óbvio. De repente, um desconhecido presidente em exercício da Câmara Federal, ao que tudo indica, que jamais mereceria ter colocado os pés no Congresso Nacional,  resolve dar um canetaço e anular um ato juridicamente perfeito.

Waldir Maranhão (PP-MA) pretende que uma nova votação aconteça decorrido o prazo de cinco sessões após a devolução do processo pelo Senado à Câmara. Segundo nota, Maranhão acolheu os argumentos do ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da União, que disse terem ocorridos “vícios” no processo.

Ou seja, se o Senado, por decisão de Renan Calheiros, resolvesse simplesmente não devolver o processo para a Câmara, o impasse poderia render tempo indeterminado.

E depois falam em golpe! Golpe de quem, cara pálida?

Maranhão anulou  absurdamente um ato realizado sob balizamento de nossa mais alta corte e sob todos os preceitos constitucionais coincidentemente  logo depois de um encontro com José Eduardo Cardozo, Advogado Geral da União. Isso é um escárnio! 

E ainda tentam insinuar, como apressou-se a fazer Carta Capital, que isso teria sido manobra engendrada por Eduardo Cunha, em represália por ter sido afastado. 

É o famoso jogo do “dá o tapa e esconde a mão”.

A Câmara Federal não é instância recursal para a matéria em questão, que já está sob o exame do Senado da República. 

Em que pese a decisão de Waldir Maranhão não ter valor algum, já que a decisão do plenário da Câmara é soberana, como pode um país inteiro parar para assistir um ato monocrático de quem está onde nunca deveria estar?

 

Agora fica-se com a desconfiança de que, dependendo nas mão de quem a pauta for parar, no STF, a chicana poderia atrasar o inevitável.

Embora a maior parte dos ministros do STF esteja neste momento ainda a caminho de Brasília, o ministro Luiz Fux, do STF, negou mandado de segurança impetrado pelo deputado Paulo Teixeira, com argumentos semelhantes aos usados por Waldir Maranhão na decisão de hoje.

Ou seja, eles tentarão de tudo.  

Enquanto isso, a economia do país que vá as favas! Elementos que deveriam estar cuidando dos interesses superiores desta nação, estão preocupados em salvar a própria pele. Será que não pensam nos prejuízos que traz à imagem internacional do Brasil um disparate desta magnitude? Quem arcará com esses prejuízos?

Até onde precisaremos ir para frearmos os ímpetos de pessoas que parecem pretender trazer o caos?

Enquanto escrevemos este artigo, o povo se mobiliza para protestar contra a decisão de Waldir Maranhão. Sem falar na enxurrada de ações contra sua decisão.

Por fim, representantes de seis partidos vão pedir a cassação de Waldir Maranhão por quebra de decoro no conselho de Ética da Câmara.  Tem lógica.

Não vai ter golpe.

Enio Meneghetti

CALMA! UM DE CADA VEZ! – “Quanto mais moribundo, melhor”

12 de novembro de 2015

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“Confesso que vejo com muita desconfiança o espaço que a imprensa vem dedicando ao caso Eduardo Cunha.”

Esta frase era o ponto central deste artigo, que escrevi e foi publicado há duas semanas pelo “Correio de Cachoeirinha”  e contém nada mais do que o óbvio.

Pois veja o que registra publica hoje “O Antagonista”:

http://www.oantagonista.com/posts/quanto-mais-moribundo-melhor

Dilma Rousseff sabe que Eduardo Cunha é a melhor arma contra o impeachment.

Um “auxiliar presidencial” disse à coluna Painel, da Folha de S. Paulo:

“Enquanto a pauta for ele, estamos bem”.

O jornal acrescenta que “gente graúda do governo já admite que o melhor para Dilma é Cunha permanecer onde está. Quanto mais moribundo, melhor”.

 

Segue a singela postagem original: 

 

Depois da declaração de Lula semana passada de que “não tem medo de ser preso”, o país parece ter entrado em estado de letargia. Nem mesmo a recém iniciada greve dos caminhoneiros pelo impeachment da presidente da República parece ter agitado o ambiente.     

 

São três os temas explosivos do momento: a expectativa em relação a uma hipotética prisão de Lula, possibilidade que apavora a muitos e é ardorosamente desejada por outros tantos (bota “tantos” nisso), o processo de impeachment de Dilma, cujo andamento está nas mãos de Eduardo Cunha e a pressão para que o mesmo Eduardo Cunha renuncie a presidência da Câmara dos Deputados.

 

Confesso que vejo com muita desconfiança o espaço que a imprensa vem dedicando ao caso Eduardo Cunha. Claro que é um assunto gravíssimo, mas muito mais grave é a decisão que está nas mãos dele. O destino de Cunha está selado. Estão reservadas para ele as consequências do que vem sendo apurado de irregularidades. Ele não tem como escapar delas. Porém, constato como fato que, desde que Cunha passou a dominar o noticiário, o tema impeachment arrefeceu. A exceção são os caminhoneiros, em uma greve que o Planalto apressou-se a classificar de “fracasso”.

 

Porém, o assunto realmente importante é o pedido de impeachment, sem dúvida nenhuma.  Por que está no ar uma sensação coletiva de que o momento passou? Claro que para o Planalto seria excelente a oportunidade de emplacar no lugar de Cunha, um governista, a quem caberia, nos sonhos dos dilmistas, analisar o acolhimento do pedido.            

 

Eduardo Cunha declarou ao Estadão que sua decisão sairá na segunda quinzena deste mês de novembro, baseada em critérios técnicos.

 

E se formos falar em técnica, o ex presidente do STF, Ministro Carlos Velloso deu ao Correio Brasiliense uma opinião alentadora: “Fui dos primeiros a afirmar, quando se falava nesse tema, que não havia, até então, motivo, mas mudei o entendimento depois da decisão do TCU de rejeitar as contas da presidente”, disse.

“O TCU reconheceu aquilo que foi apelidado de ‘pedalada’ — aquelas operações que consistiam, em síntese, no fato de a Presidência ter obrigado e submetido um banco estatal a pagar dívidas do governo do Estado, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Então, a partir daquele momento, penso que surgiu um motivo determinado para o impeachment”, explicou o ex-ministro.

 

Com a palavra, ou melhor a caneta, Eduardo Cunha.

 

Pela ordem, depois viria Lula. E depois o próprio Cunha. 

Assim esperam as pessoas de bem. Um de cada vez. 

Enio Meneghetti

 

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Eduardo Cunha: mais problemas

24 de julho de 2015

Eduardo Cunha

 

Alvejado pela Operação Lava Jato, o presidente da Câmara Federal anunciou oficialmente sua oposição ao governo.

Embora o Planalto tente fazer de conta que “nem doeu”, provavelmente vai doer bastante.

Os ataques retóricos são o de menos. O presidente da Câmara poderá pautar as votações. E só para citar uma das pautas delicadas, se as contas do governo forem rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União, o passo seguinte será a apreciação pela Câmara. Quem ditará o andamento dos trabalhos será Cunha. Ele até já andou fazendo declarações lembrando que o parecer do TCU é muito menos eficaz que a decisão da Câmara, que é política.

Essa é só uma amostra dos problemas que o Planalto terá pela frente. 

 

No primeiro dia após o recesso, 3 de agosto, serão instaladas duas CPIs que prometem barulho: as dos fundos de pensão e a sempre aguardada CPI do BNDES.

Cunha pretende entregar a deputados oposicionistas a presidência das comissões e talvez até a relatoria.  Ante o fato consumado das CPIs, o Planalto, como sempre, tentaria colocar um governista competente pronto para arrefecer os ânimos. Não vai dar desta vez. Cunha está decidido a não facilitar para o PT.

Na CPI da Petrobras ele colocou Hugo Motta (PMDB-PB), na presidência. Homem de sua confiança. Mas topou a entrega da relatoria ao petista Luiz Sérgio (RJ). Os tempos agora são outros. Tudo indica que não será mais assim.  

Virão cobras e lagartos nestas duas Comissões. A ambicionada pela oposição e temida pelo governo – não sem motivos – CPI do BNDES ainda terá pela frente os empréstimos para obras em países estrangeiros. Algo que, sem o amém da Câmara Federal já seria constitucionalmente discutível, teve como principal beneficiária aquela empreiteira amiga que patrocinou viagens de Lula. Vai dar Ibope. 

Teremos tempos muito quentes. Logo.  

Enio Meneghetti

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