Posts Tagged ‘Acordão’

A MAIOR LÁUREA

19 de julho de 2016

13669537_1403317376361939_2779692844585355890_o

 

Em 2010, em  Santa Catarina, Lula bradou em um comício: “Precisamos extirpar o DEM da política brasileira”.

 

Esta talvez tenha sido a maior láurea de um partido de oposição. Ser capaz de despertar o ódio de Lula.

 

Num episódio pouco lembrado, na CPI dos Correios Duda Mendonça prestou um depoimento admitindo ter recebido pagamentos no exterior por serviços prestados na campanha de Lula. Ante a ilegalidade, esteve por ser encaminhado um pedido de impeachment contra ele.

 

Sentindo a própria vulnerabilidade, Lula mandou que asseclas procurassem  o PSDB para pedir que não entrassem com o pedido. “Em nome da democracia”, “da governabilidade”, e “das instituições”, diziam, seria muito arriscado naquele momento a tramitação de tal pedido.

 

Em troca, Lula, comprometia não concorrer à reeleição. Roberto Jeferson já havia revelado Marcos Valério e o mensalão. Dirceu estava acuado.    

 

O DEM foi inicialmente contrário a atender o pedido. FHC e Serra, entre outras lideranças, conseguiram que o Democratas concordasse em desistir do pedido de impeachment.   

 

Mas Lula conseguiu o que parecia impossível. Recuperou sua popularidade, descumpriu o acordo seguiu em frente  e reelegeu-se.  Elegeu um poste como sucessora e arrasou o país, conforme o petrolão e a Lava Jato demonstraram.  

 

 Na última quinta-feira, o democrata Rodrigo Maia, foi escolhido para suceder Eduardo Cunha no comando da Câmara. Algumas pessoas inicialmente manifestaram estranheza e levantavam hipótese estapafúrdias de “acordão” pelo fato de as esquerdas terem optado por votar em Maia no segundo turno da eleição para presidente da Câmara.

 

Não houve nem há como ter havido “acordão”. O que houve foi a avaliação petista que no outro nome, com ligações com Eduardo Cunha, o PT não teria como votar. E, embora da oposição, o tom moderado de Maia foi considerado palatável ao PT.  

 

O fato é que a legenda, que passou maus bocados durante a dinastia petista no poder, com o governo fazendo tudo o que era possível para tentar exterminar a sigla, sobreviveu. E agora, com a chancela do Legislativo, o DEM está de volta ao centro do poder.

 

Embora o partido tenha comido o pão que o diabo amassou durante os treze anos de dinastia petista, é também graças a uma postura permanente como oposição, que a legenda está revigorada.

 

Nada como um dia depois do outro. 

Enio Meneghetti

 

Se interessa ao Planalto, não é bom para o Brasil ou para os brasileiros.

20 de agosto de 2015

Se o Planalto festeja uma possível saída de Cunha da presidência da Câmara, então espero que ele fique.

Já pensaram se com a denúncia de hoje ele sai e entra em sue lugar um tipo como Calheiros, que se vendeu para o Planalto?

A única coisa certa é: tudo o que interessa ao Planalto, não é bom para o Brasil ou para os brasileiros.

 

“Planalto festeja ruína de Cunha, mas é cúmplice”

“O contrário do antigovernismo primário é um pró-governismo inocente, que aceita todas as presunções do Palácio do Planalto a seu próprio respeito. Em matéria de Lava Jato, isso inclui concordar com a tese de que o governo tem razões para celebrar a conversão de Eduardo Cunha de investigado em denunciado pela Procuradoria no STF.

Em privado, alguns dos principais auxiliares de Dilma Rousseff soltam fogos como se o governo fosse uma potência moral que não deve explicações à sociedade sobre as facilidades que ofereceu ao denunciado. É uma pena que o presidente da Câmara tenha escolhido para si o papel de perseguido. Melhoraria o enredo se adotasse outro figurino.

Se quisesse, Eduardo Cunha poderia desfilar em cena como vítima da cultura política brasileira, exacerbada durante os governos do PT. Nessa linha, Cunha basearia sua defesa nas circunstâncias.

Os advogados de defesa sustentariam que a culpa é do governo, que quase obrigou Eduardo Cunha a ser o que é, com todas as facilidades que lhe propiciou e as portas que lhe escancarou na Petrobras. Não fosse a Lava Jato, a pilhagem continuaria.

Enquanto soarem fogos no Planalto, Eduardo Cunha ficará à vontade para se autoproclamar uma inocente criatura no meio apodrecido que o produziu. Nesse meio, não há culpados nem inocentes, só há cúmplices. Nele, até um velho adversário como Fernando Collor pode virar herói da resistência.”

Blog do Josias de Souza

“Nomeações para cargos não vão tirar o governo do drama em que se encontra nem vão conquistar a respeitabilidade das ruas.”

19 de agosto de 2015

 

GeddelDivulgacao2Geddel Vieira Lima – Presidente do PMDB da Bahia e membro da Executiva Nacional do partido:

“A sociedade brasileira não entenderá nenhum tipo de acordão. O Tribunal de Contas da União tem de cumprir o seu papel. Não vejo como a Procuradoria da República e o Judiciário possam entrar num acordão que faça com que Curitiba pare de gerar notícias desagradáveis.”

“A Dilma perdeu a credibilidade. O país não se reconciliará com ela no cargo. Não dá para o país ser presidido por alguém que não consegue sair às ruas. Isso não existe. Ainda restam três anos e meio de mandato.”

“Fica o Renan fazendo esse jogo de agenda positiva, que não vai levar a lugar nenhum. Isso é conversa fiada. A resposta à articulação de Renan foi dada pela população de Alagoas na porta da casa dele no domingo.”

“Geddel diz estranhar o comportamento dos líderes do partido que ainda estendem a mão para Dilma. “O que o PMDB diz de noite não corresponde ao que certos peemedebistas fazem de dia.”

“Quero conversar com líderes dispostos a dialogar, num movimento suprapartidário, sobre a vontade das ruas, que cobram um modelo diferente desse que está aí.”

“O Michel vive um momento em que terá de tomar a decisão de exercer a sua função institucional de vice-presidente da República. Ele tem que entender que não cabe ao vice-presidente ficar discutindo nomeação para delegacia do INSS nos Estados. Esse modelo faliu.”

“Dizem que melhorou a situação do governo. A articulação feita durante a semana passada não evitou nem mesmo que o Lula fosse representado na manifestação de domingo com um boneco vestido de presidiário.”

“Fala-se no afastamento da Dilma e na aversão ao PT. Diante disso, que peso tem a articulação de Renan?”

“Eu conheço o que os meus colegas do PMDB pensam, sei o que meus colegas do PMDB dizem, e me escandalizo ao ver o que meus colegas do PMDB fazem em relação ao governo. O que o PMDB diz de noite não corresponde ao que certos peemedebistas fazem de dia.”

“É uma tolice ficar discutindo se uma manifestação foi maior do que a outra. A CUT, para reunir meia dúzia de gatos pingados na frente do Instituto Lula, colocou ônibus à disposição e providenciou o churrasco.”

“Por enquanto, só foi à rua a classe média, que tem como levar suas famílias. Mas o resto do país está em casa aplaudindo.”

 

Agenda de Renan é conversa fiada, diz Geddel

Presidente do PMDB da Bahia e membro da Executiva Nacional do partido, Geddel Vieira Lima decidiu participar da reunião suprapartidária articulada por Aécio Neves para discutir saídas para a crise. Em conversa com oblog, ele chamou de “conversa fiada” a agenda anticrise negociada pelo correligionário Renan Calheiros com Dilma Rousseff.

Geddel afirmou que Michel Temer, seu amigo de trinta anos, “vive um momento em que terá de tomar a decisão de exercer a sua função institucional de vice-presidnete da República. Ele tem que entender que não cabe ao vice-presidente ficar discutindo nomeação para delegacia do INSS nos Estados.” Ex-ministro de Lula e ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal sob Dilma, Geddel sustenta que “esse modelo faliu.”

Raro conhecedor do que se passa na cozinha do PMDB, Geddel diz estranhar o comportamento dos líderes do partido que ainda estendem a mão para Dilma. “O que o PMDB diz de noite não corresponde ao que certos peemedebistas fazem de dia.” Vão abaixo as declarações de Geddel:

— Reunião com Aécio Neves: “Irei à reunião. Certamente mais gente participará. Mas não vou conversar com um candidato à Presidência da República. Quero conversar com líderes dispostos a dialogar, num movimento suprapartidário, sobre a vontade das ruas, que cobram um modelo diferente desse que está aí. Se Aécio for obcecado em ser candidato à Presidência, ele não será candidato. A hora é de encontrar saídas institucionais, não de focalizar interesses pessoais.”

— O papel de Michel Temer: “O Michel vive um momento em que terá de tomar a decisão de exercer a sua função institucional de vice-presidente da República. Ele tem que entender que não cabe ao vice-presidente ficar discutindo nomeação para delegacia do INSS nos Estados. Esse modelo faliu. Ele é o vice-presidente da República. Essa é a função institucional dele. Precisa se colocar cada vez mais como o doutor Ulysses Guimarães, exercendo o papel de guia. Como dizia o doutor Ulysses, tem de guiar o PMDB rumo ao Sol, que é dia, não em direção à Lua, que é noite. Não dá para ele participar de artimanhas. Insisto: ele é vice-presidente da República. Nomeações para cargos não vão tirar o governo do drama em que se encontra nem vão conquistar a respeitabilidade das ruas. Michel sabe o que eu penso. Falamos com muita frequência. Sem que ele precise dizer, eu sei o que vai na alma do Michel. Sei muito bem o que o angustia.”

— A agenda positiva de Renan Calheiros: “Nao levo essa negociação do Renan como algo que vá resultar em consequências. O PMDB agora tem um ideólogo econômico, que é o meu amigo Romero Jucá. E fica o Renan fazendo esse jogo de agenda positiva, que não vai levar a lugar nenhum. Isso é conversa fiada. A resposta à articulação de Renan foi dada pela população de Alagoas na porta da casa dele no domingo. O recado das ruas é muito claro. Não dá para imaginar que a sociedade vai continuar caindo nessa esparrela de articulação de cúpula conogressual. Dizem que melhorou a situação do governo. A articulação feita durante a semana passada não evitou nem mesmo que o Lula fosse representado na manifestação de domingo com um boneco vestido de presidiário. Não evitou também que as ruas dissessem claramente o que desejam. Noutras manifestações, pedia-se de redução de passagem de ônibus a lançamento de foguete à Lua. Agora fala-se apenas no afastamento da Dilma e na aversão ao PT. Diante disso, que peso tem a articulação de Renan?”

— Dicotomia do PMDB: “Eu conheço o que os meus colegas do PMDB pensam, sei o que meus colegas do PMDB dizem, e me escandalizo ao ver o que meus colegas do PMDB fazem em relação ao governo. O que o PMDB diz de noite não corresponde ao que certos peemedebistas fazem de dia. Eu participo das conversas. Sei o que se passa. Isso não vai ter aderência na sociedade. Não funciona. Não dá mais para uma banda do PMDB, cujos interesses não coincidem com a vontade das ruas, ficar falando como se fosse o PMDB inteiro. Não dá mais. Isso não representa o partido. Falam pelos plenários do PMDB até que eles se rebelem. Que reúnam a Executiva, que convoquem um congresso extraordinário para fazermos esse debate. Aguardamos o Congresso do partido, no final de setembro.”

— Acordão: “A sociedade brasileira não entenderá nenhum tipo de acordão. O Tribunal de Contas da União tem de cumprir o seu papel. Não vejo como a Procuradoria da República e o Judiciário possam entrar num acordão que faça com que Curitiba pare de gerar notícias desagradáveis. No meu entendimento, isso pode caminhar para algo que eu já disse e vejo o Fernando Henrique Cardoso dizendo agora: a renúncia. Seria um mínimo de grandeza que se poderia esperar de Dilma, para reconciliar o país. A Dilma perdeu a credibilidade. O país não se reconciliará com ela no cargo. Não dá para o país ser presidido por alguém que não consegue sair às ruas. Isso não existe. Ainda restam três anos e meio de mandato.”

— As manifestações: É uma tolice ficar discutindo se uma manifestação foi maior do que a outra. A CUT, para reunir meia dúzia de gatos pingados na frente do Instituto Lula, colocou ônibus à disposição e providenciou o churrasco. E as ruas se encheram espontaneamente. Só não encheram mais porque os políticos, com medo de se envolver, não mobilizaram as pessoas. As pesquisas mostram que, se houver mobilização, outras pessoas virão. Não vieram ainda porque não têm dinheiro para pegar um ônibus. Por enquanto, só foi à rua a classe média, que tem como levar suas famílias. Mas o resto do país está em casa aplaudindo.

— Mea-culpa coletivo: Fala-se muito na necessidade de um mea-culpa da Dilma. Mas nós também precisamos fazer um mea-culpa. Participamos de uma estrutura política semelhante a essa, que não se sustenta mais. E uma parte do PMDB ainda não se convenceu disso. Discute a ocupação de delegacias do INSS nos Estados. Isso não é mais aceito pela sociedade. Nós precisamos nos penitenciar por termos integrado um sistema que a sociedade aceitava, mas não aceita mais. Mudaram os parâmetros. Ou nós aceitamos isso ou não tem acordo possível.

Do blog do Josias de Souza – editado

Enio Meneghetti

 

ACORDÃO, QUE NADA!

19 de agosto de 2015

Acordão, que nada

Um gigantesco boneco de Lula vestido de presidiário, fot o hit dos protestos em Brasília e teve seu sucesso ampliado pela televisão e nas redes sociais.

O boneco foi encomendado muito antes da revelação do teor do grampo da conversa  entre Lula e Alexandrino Alencar. Alguns defensores do ex presidente apressam-se a dizer que “nada tem de mais” na conversa flagrada. Pois sim!

Segundo relatório da PF, o petista conversou com Alexandrino Alencar, da Odebrecht, no dia 15 de junho de 2015, quatro dias antes da prisão do executivo.

Na conversa, fica óbvio que havia uma sintonia entre os interesses das empreiteiras e do ex presidente. Alencar chega a comentar o elogio de Emilio Odebrecht a uma nota oficial do Instituto Lula que abordava o tema de interesse de ambos.

 

Lula também informa a Alexandrino sobre um artigo de Delfim Neto a sair no dia seguinte no Valor, “metendo o pau”, isto é, defendendo o mesmo ponto de vista deles.    

Delfim defendeu no artigo, o financiamento do BNDES  para os serviços de construtoras em países como Cuba, Venezuela e Angola. Obviedade sem fim. O mesmo interesse de Alexandrino e Lula.

“É abusivo dizer que o BNDES é uma ‘caixa preta’ e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias das suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos contratos de seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil”, disse Delfim.

Rui Falcão não faria melhor antecipando-se ao que fará a CPI do BNDES.

 

Agora está se falando muito em “acordão”. Que os ponteiros “estariam acertados”e o “perigo já teria passado”.Cuidado. Verifique antes a fonte dessas “boas (para os corruptos) notícias”. Daí viria a ampliação no prazo para explicar as pedaladas, etc. Que dessas reuniões resultou o embrulho com Renan dentro do pacote, onde também estaria Janot. Um sem fim de lendas.

Mas aí vem a pergunta: e onde estaria Sérgio Moro durante essas conversas? Ou a força tarefa da lava jato? Ou o MPF?

Os otimistas são poderosos. Mas tem de ter o cuidado de não confundir os desejos com a realidade.

As delações premiadas, a esta altura, já forneceram um manancial de  informações que nem em sonho apareceram no mensalão.

E Lula, sem foro privilegiado, está na linha de tiro da primeira instância do Judiciário.  

Deixem que eles sonhem. O que é deles está guardado.

E não me refiro a dinheiro em contas no exterior.  

Enio Meneghetti 

https://login.skype.com/login/silent?response_type=postmessage&client_id=580081&redirect_uri=https%3A%2F%2Fblu176.mail.live.com%2F&state=silentloginsdk_1440001462395&_accept=1.0&_nc=1440001462395&partner=999