Moradores de Hamamatso, no Japão, foram surpreendidos no último domingo com a chegada de Jair Bolsonaro a estação de trens da cidade.
A comitiva foi recebida aos gritos de “mito” por uma multidão, para o espanto dos locais, que não entendiam o que estava acontecendo.
Após se encontrar com o cônsul brasileiro em Hamamatsu, a cidade com a maior concentração de brasileiros no Japão e tirar foto com os fãs, Bolsonaro palestrou para 350 pessoas no restaurante Servitu.
A viagem foi organizada pelo deputado Onyx Lorenzoni. A comitiva visitará também a Coreia do Sul e Taiwan. Sem custo para a Câmara, a viagem tem por objetivo conhecer experiências destes países nas áreas de educação e tecnologia.
– A proposta da viagem foi minha. Bolsonaro aceitou e me encarregou de organizá-la. Essa decisão foi tomada no final de novembro , após a ida dele aos Estados Unidos – explicou o deputado gaúcho.
Amigo do deputado Bolsonaro desde quando chegou à Câmara, Onyx é um dos coordenadores do programa de governo e de um grupo de apoio a Bolsonaro.
O economista Paulo Guedes, possível ministro da Fazenda caso Bolsonaro ganhe a eleição, trabalha na elaboração de um plano de governo que prevê um programa de concessões e privatizações capazes de arrecadar cerca de R$ 700 bilhões. Com isso seria possível reduzir a dívida e repassar dinheiro a Estados e municípios para investir no básico, saúde, educação e segurança. Prevê também uma reforma da Previdência, inspirada no modelo chileno, com regime de capitalização em conta individual, redução dos encargos sociais e trabalhistas.
Mas o ponto alto será a municipalização. Uma mudança completa no sistema de distribuição da arrecadação, que passará de forma descentralizada aos Estados e municípios, sem a concentração do poder em Brasília, o que diminuiria imediatamente o toma lá dá cá e a compra de apoios fisiológicos no Congresso. Dois coelhos com uma tacada: aumentaria a base de apoio sem as negociações costumeiras.
Os ministérios seriam em torno de quinze e possivelmente anunciados durante a campanha, assim como o Plano de Governo, elaborado conjuntamente.
Em entrevista ao Valor Econômico, Paulo Guedes revelou que havia sugerido o nome do empresário Flávio Rocha para vice da chapa presidencial. Porém o nome será definido mais adiante, levando em conta a situação eleitoral no Nordeste.
Sobre este assunto, também manifestou-se o deputado Onyx Lorenzoni:
. – Penso que o vice deverá ser alguém do Norte ou Nordeste, ou uma mulher com destaque na área de educação ou saúde, mas são reflexões por enquanto.
Indagado, o deputado negou que possa integrar a chapa como vice. Onyx ainda não decidiu se concorrerá à reeleição ou disputará o Palácio Piratini.
O retorno da comitiva está previsto para o dia 4 de março.