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OS ANJINHOS

28 de junho de 2016

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A novidade criminosa da semana que passou foram as prisões da Operação Custo Brasil, que  apura o pagamento de propina no valor de R$ 100 milhões, entre 2010 e 2015.

 

Na prática, foi descoberto um vergonhoso caça-niqueis praticado contra servidores públicos contratantes de empréstimos consignados em folha de pagamento.

 

Para cada R$ 1,00 descontados dos contratantes à título de despesas,  R$ 0,70 viravam propina, graças a programação efetuada pela empresa CONSIST,contratada em 2010 pelo Ministério do Planejamento, gestão de Paulo Bernardo, para gerenciar os empréstimos  consignados.

 

Essa questão dos empréstimos consignados merecia uma investigação bastante bem aprofundada.

 

A modalidade é de risco ZERO para os bancos, já que os valores das prestações mensais são descontados em folha e é restrita a funcionários públicos, indemissíveis, portanto.

 

Ora, cabe lembrar que o primeiro banco autorizado pelo governo a contratar pela modalidade, ainda no início do governo Lula, antes do estouro do mensalão, foi o BMG, banco mineiro que esteve atolado até o pescoço na CPI dos Correios, em 2005, aquela que revelou o mensalão.

 

Na época, foi divulgado inclusive o teor de uma carta promocional assinada pelo ex-presidente, incentivando os funcionários públicos a contratarem empréstimos consignados via BMG. Lula editou uma MP e um decreto para possibilitar a entrada do BMG no ramo de crédito consignado. Em seguida, o banco fez empréstimo ao PT. Houve até uma ação civil pública em Brasília a respeito. Afinal, foi muito suspeito o fato de ter sido dada a primazia da contratação ao BMG e não aos bancos controlados pelo próprio governo. Marcos Valério teria sido o lobista da autorização governamental e da retribuição do BMG.

 

Mas, por falar em esquecimento, um dos presos da Operação Custo Brasil foi mais um ex-tesoureiro petista, o senhor Paulo Ferreira, oriundo aqui do Rio Grande de São Pedro.

 

Se forçarmos a memória mais uma vez, lembraremos que em fevereiro de 2001, quando Olívio era governador e Tarso recém tomara posse em seu segundo mandato como prefeito da capital, Paulo Ferreira foi assaltado na avenida Farrapos, defronte a antiga sede do PT, aquela comparada com o dinheiro do “Clube da Cidadania”, desviado por  Diógenes Oliveira, personagem central da CPI da Segurança Pública, que revelou poucas e boas sobre o governo Olívio, na Assembléia gaúcha.

 

Paulo Ferreira concedia uma entrevista via celular, à bordo de seu Kadett, quando o ladrão colocou-lhe um revólver no pescoço. O celular ficou aberto e o repórter pode gravar toda a operação, cuja degravação foi publicada nos jornais dia seguinte.

 

O que chamou atenção foi que, no desespero para safar-se com vida do infortúnio, no curto trajeto de cinco minutos, da Farrapos, via Barros Cassal, até os fundos do Colégio Rosário, na Irmão José Otão, Ferreira tentou por três vezes “amolecer” o ladrão invocando sua amizade com “o Tarso”  e “o Olívio”. O ladrão chegou a lembrá-lo: “Cara, eu não tenho nada a ver com teu trabalho”.

 

Foi curioso constatar a reação instintiva da vítima, de supor que sua amizade com os dois importantes próceres petistas pudesse ajudá-lo a sair da difícil situação, que acabou sem vítimas.

 

Lembro-me bem de ter então indagado: “será que os petistas se julgam bem aceitos pelos fora-da-lei?

 

Como bem ensina o provérbio, o diabo mora nos detalhes.

(artigo publicado no Jornal “Correio de Cachoeirinha” desta terça feira, 28.06.2016) 

Enio Meneghetti

Lembre o caso do BMG: 

http://www.conjur.com.br/2012-ago-27/ministerio-publico-denunciou-diretores-bmg-abastecer-mensalao

Facilidades com o INSS

“Em 2004, cinco dias após o presidente Lula assinar o Decreto 5.180, que abriu a todos os bancos o mercado de crédito consignado a aposentados e pensionistas do INSS, o BMG pediu oficialmente para entrar nesse mercado. Oito dias depois, recebeu autorização do INSS. Outros dez bancos fizeram pedido igual, na mesma época. Todos levaram pelo menos 40 dias para receber a mesma autorização.”

“Com condições favoráveis, o BMG operou com pouca concorrência num mercado em que a demanda era abundante. Sua carteira de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS engordou e, três meses depois, o BMG a vendeu à Caixa Econômica Federal por R$ 1 bilhão. O BMG, que já operava com crédito consignado desde 1998, tornou-se um gigante nesse mercado. Fechou o ano de 2004 com lucro de R$ 275 milhões — um crescimento de 205% em relação ao lucro de R$ 90 milhões no ano anterior. No ano seguinte, o lucro foi de R$ 382 milhões.”

 

http://www.conjur.com.br/2011-mai-10/procurador-reinclusao-lula-entre-reus-mensalao

Cartas da Previdência

“(…),  as provas que responsabilizam Lula vêm do conjunto de atitudes do governo que culminaram com o envio, em setembro de 2004, de mais de dez milhões de cartas a aposentados do INSS. As cartas, com timbre da Presidência e assinadas pelo próprio Lula e por Amir Lando, informavam sobre a existência do sistema de crédito consignado administrado pelo BMG. Como consequência, o banco, com apenas dez agências no país, faturou mais de R$ 3 bilhões em contratos de empréstimos com os aposentados. Além do BMG, o único banco habilitado a também operar tais empréstimos era a Caixa Econômica Federal, que tem mais de duas mil agências espalhadas pelo país. Graças à carta de Lula, o BMG obteve lucro maior que a Caixa.”

São fatos. Alguém sabe como ficou? 

APESAR DO PODER DESSA GENTE!

21 de junho de 2016

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As audiências na Comissão Especial do Impeachment no Senado, infelizmente, tem sido uma chatice sem fim.

 

Tal e qual a estratégia mais básica dos porta-de-cadeia mais chinfrins, a atuação do trio parada dura –  Lindbergh (vá pesquisar sobre a administração dele na prefeitura de Nova Iguaçu…) Farias, Gleisi Hoffmann e Vanessa Grazziotin –  além do canastrão José Eduardo (caras e bocas) Cardoso, sonham apenas com a remota hipótese de arrastar o processo indefensável até os 180 dias de tramitação para salvar Dilma do desfecho inevitável com a prescrição.

 

Salvam-se raras participações, entre as quais destacaríamos Magno Malta e Ronaldo Caiado, não necessariamente nesta ordem.

 

Absolutamente detonada publicamente, reconhecida nacionalmente por suas grosserias, pela incompetência, confusão mental e truculência, Dilma já era. Sem nem entrar no mérito de tudo o que a Lava Jato já desnudou – até agora – acerca de seu governo.

 

Pena que a Lava Jato seja uma exceção. Bom seria existirem Lava Jatos sendo apuradas em todas as varas criminais do país.

 

Não trata-se da defesa de um Estado Policial e sim do tratamento quimioterápico que merece um país gravemente enfermo, desde o administrador público suspeito até o empresário corruptor, passando pelo cidadão que frauda o seguro do carro. Sim, há corruptos no dia-a-dia também.

 

Por isso devemos defender com unhas e dentes a prisão para condenações já na segunda instância, cuja validade alguns já ensaiam tentar alterar. Só quem pode garantir que esta conquista permaneça é a vigilância da opinião pública. Lembremo-nos sempre: o que inibe a criminalidade é a certeza da punição. E nesta máxima, a prisão após o trânsito em julgado na segunda instância deve ser tratada como pedra de toque.

 

Mas enfim, a conquista dos defensores de Dilma da realização de perícia nas pedaladas, é uma mais do que óbvia tentativa, dentre outras que virão, de atrasar o processo contra ela, ora em tramitação na Comissão Especial do Impeachment.

 

A sociedade tem de continuar atenta. Temos de tirar partido da instantaneidade da informação, alertando via redes sociais contra toda e qualquer tentativa de “melar” o andamento, tanto do processo de Dilma, quanto daqueles contra as operações em andamento, seja Zelotes e Lava Jato ou medidas “amigas” vindas das instâncias superiores, até do STF. Temos que viralizar, divulgar, criticar, protestar por escrito e/ou em manifestações organizadas qualquer ação no sentido de atrapalhar a punição de culpados. Literalmente, botar a boca no trombone.

 

O que realmente poderá colocar o Brasil no mapa mundi dos países influentes no cenário internacional será a lavagem da roupa suja que a Lava Jato tem nos proporcionado, com o perdão do trocadilho.

 

O vexame dos desaranjos, malfeitos e mentiras ocorridos durante a dinastia petista de Lula e Dilma só será apagado se o Brasil provar ao mundo que sabe resolver seus problemas, corrigir seus rumos, castigando culpados na forma da lei e sepultando a pecha de país da impunidade e da corrupção.

 

Chegaremos lá, apesar do poder dessa gente.

Enio Meneghetti

publicado no “Correio de Cachoeirinha”, edição de 21.06.2016

 

SURPRESA ZERO

18 de novembro de 2015

Z

Não vou entrar na análise dos acontecimentos da última sexta feira em Paris. Isso já vem sendo feito exaustivamente por especialistas desde então.

 

Vou ater-me a uma incômoda contradição que aflorou junto com o atentado.

 

Em nome do Brasil, onde certos governantes e alguns arautos do “politicamente correto” vivem sempre amenizando atos de bandidos e terroristas, onde sentimos nas ruas a guerra civil não declarada promovida pelo crime organizado em todo o território nacional, dona Dilma veio a público na manhã de domingo, logo depois dos atentados em Paris, por ocasião da realização do grupo dos Brics, na Turquia, para condenar os atentados terroristas lá ocorridos.

 

“Expresso o meu mais veemente repúdio, que é também o de todo o povo brasileiro, aos atos de barbárie praticados pela organização terrorista ‘Estado Islâmico’ que levaram mortes e sofrimento a centenas de pessoas de várias nacionalidades em Paris”, disse, no encontro que antecedeu a reunião da cúpula do G20. “Essas atrocidades tornam ainda mais urgente uma ação conjunta de toda a comunidade internacional no combate sem tréguas ao terrorismo.” – completou magistralmente.

 

Quem disse isso foi a mesma Dilma que em 24 de setembro de 2014  criticou a ação dos Estados Unidos e países aliados contra o ISIS, grupo militante do mesmo Estado Islâmico que agora, ela tardiamente, condena.

 

Numa entrevista coletiva em Nova York, onde fez o discurso de abertura da 69.a. Assembléia Geral da ONU, Dilma condenou  as ações militares realizadas “sem o consentimento da ONU” e ainda comentou em tom de pergunta:

 

“Vocês acham que bombardear o Isis resolve o problema? Se resolvesse eu acho que estaria resolvido no Iraque”, chegou a disparar ela, na ocasião.

 

Ok, errar é humano. Mas não foi bem o caso. Dona Dilma, no mínimo, poderia ter se referido ao equívoco de sua posição anterior antes de externar a nova. Sobre aquela posição anterior, só mesmo uma política externa completamente míope não enxergaria que algo como o atendado da última sexta feira  poderia ser cometido pelos fanáticos a quem defendeu em um passado recentíssimo.

 

Contou com a memória curta da população brasileira.

 

Porém, quem esqueceu de algo foi ela. Da realidade que não se cansa de demonstrar que todos os fanáticos movidos por religião ou ideologia estão sempre condenando o“imperialismo” por todos os seus males. E sempre encontrarão algo, alguém ou alguma coisa para justificar o uso de sua natureza violenta e doentia que sacrifica inocentes como método de luta.

 

Enio Meneghetti

 

onu dilma critica

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/dilma-critica-acao-contra-estado-islamico-e-diz-que-bombardeios-nao-levam-a-paz-2

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CALMA! UM DE CADA VEZ! – “Quanto mais moribundo, melhor”

12 de novembro de 2015

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“Confesso que vejo com muita desconfiança o espaço que a imprensa vem dedicando ao caso Eduardo Cunha.”

Esta frase era o ponto central deste artigo, que escrevi e foi publicado há duas semanas pelo “Correio de Cachoeirinha”  e contém nada mais do que o óbvio.

Pois veja o que registra publica hoje “O Antagonista”:

http://www.oantagonista.com/posts/quanto-mais-moribundo-melhor

Dilma Rousseff sabe que Eduardo Cunha é a melhor arma contra o impeachment.

Um “auxiliar presidencial” disse à coluna Painel, da Folha de S. Paulo:

“Enquanto a pauta for ele, estamos bem”.

O jornal acrescenta que “gente graúda do governo já admite que o melhor para Dilma é Cunha permanecer onde está. Quanto mais moribundo, melhor”.

 

Segue a singela postagem original: 

 

Depois da declaração de Lula semana passada de que “não tem medo de ser preso”, o país parece ter entrado em estado de letargia. Nem mesmo a recém iniciada greve dos caminhoneiros pelo impeachment da presidente da República parece ter agitado o ambiente.     

 

São três os temas explosivos do momento: a expectativa em relação a uma hipotética prisão de Lula, possibilidade que apavora a muitos e é ardorosamente desejada por outros tantos (bota “tantos” nisso), o processo de impeachment de Dilma, cujo andamento está nas mãos de Eduardo Cunha e a pressão para que o mesmo Eduardo Cunha renuncie a presidência da Câmara dos Deputados.

 

Confesso que vejo com muita desconfiança o espaço que a imprensa vem dedicando ao caso Eduardo Cunha. Claro que é um assunto gravíssimo, mas muito mais grave é a decisão que está nas mãos dele. O destino de Cunha está selado. Estão reservadas para ele as consequências do que vem sendo apurado de irregularidades. Ele não tem como escapar delas. Porém, constato como fato que, desde que Cunha passou a dominar o noticiário, o tema impeachment arrefeceu. A exceção são os caminhoneiros, em uma greve que o Planalto apressou-se a classificar de “fracasso”.

 

Porém, o assunto realmente importante é o pedido de impeachment, sem dúvida nenhuma.  Por que está no ar uma sensação coletiva de que o momento passou? Claro que para o Planalto seria excelente a oportunidade de emplacar no lugar de Cunha, um governista, a quem caberia, nos sonhos dos dilmistas, analisar o acolhimento do pedido.            

 

Eduardo Cunha declarou ao Estadão que sua decisão sairá na segunda quinzena deste mês de novembro, baseada em critérios técnicos.

 

E se formos falar em técnica, o ex presidente do STF, Ministro Carlos Velloso deu ao Correio Brasiliense uma opinião alentadora: “Fui dos primeiros a afirmar, quando se falava nesse tema, que não havia, até então, motivo, mas mudei o entendimento depois da decisão do TCU de rejeitar as contas da presidente”, disse.

“O TCU reconheceu aquilo que foi apelidado de ‘pedalada’ — aquelas operações que consistiam, em síntese, no fato de a Presidência ter obrigado e submetido um banco estatal a pagar dívidas do governo do Estado, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Então, a partir daquele momento, penso que surgiu um motivo determinado para o impeachment”, explicou o ex-ministro.

 

Com a palavra, ou melhor a caneta, Eduardo Cunha.

 

Pela ordem, depois viria Lula. E depois o próprio Cunha. 

Assim esperam as pessoas de bem. Um de cada vez. 

Enio Meneghetti

 

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