Alvejado pela Operação Lava Jato, o presidente da Câmara Federal anunciou oficialmente sua oposição ao governo.
Embora o Planalto tente fazer de conta que “nem doeu”, provavelmente vai doer bastante.
Os ataques retóricos são o de menos. O presidente da Câmara poderá pautar as votações. E só para citar uma das pautas delicadas, se as contas do governo forem rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União, o passo seguinte será a apreciação pela Câmara. Quem ditará o andamento dos trabalhos será Cunha. Ele até já andou fazendo declarações lembrando que o parecer do TCU é muito menos eficaz que a decisão da Câmara, que é política.
Essa é só uma amostra dos problemas que o Planalto terá pela frente.
No primeiro dia após o recesso, 3 de agosto, serão instaladas duas CPIs que prometem barulho: as dos fundos de pensão e a sempre aguardada CPI do BNDES.
Cunha pretende entregar a deputados oposicionistas a presidência das comissões e talvez até a relatoria. Ante o fato consumado das CPIs, o Planalto, como sempre, tentaria colocar um governista competente pronto para arrefecer os ânimos. Não vai dar desta vez. Cunha está decidido a não facilitar para o PT.
Na CPI da Petrobras ele colocou Hugo Motta (PMDB-PB), na presidência. Homem de sua confiança. Mas topou a entrega da relatoria ao petista Luiz Sérgio (RJ). Os tempos agora são outros. Tudo indica que não será mais assim.
Virão cobras e lagartos nestas duas Comissões. A ambicionada pela oposição e temida pelo governo – não sem motivos – CPI do BNDES ainda terá pela frente os empréstimos para obras em países estrangeiros. Algo que, sem o amém da Câmara Federal já seria constitucionalmente discutível, teve como principal beneficiária aquela empreiteira amiga que patrocinou viagens de Lula. Vai dar Ibope.
Teremos tempos muito quentes. Logo.
Enio Meneghetti
|
Tags: Dilma, Eduardo Cunha, Impeachment, Lava Jato, Lula, pedaladas, Petralha, Petrolão, TCU
This entry was posted on 24 de julho de 2015 at 0:21 and is filed under Administração Pública, Câmara Federal, Corrupção, CPI, Curiosidades, Governo Federal, História, Legislação, Politica. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.
Deixe um comentário