Posts Tagged ‘delação premiada’

UM FALSO DILEMA – Ricardo Pessoa

25 de março de 2015

Ricardo Pessoa

Ele, assim como o Renato Duque, estão diante de um falso dilema.

Ou fazem a Delação Premiada, ou vão apodrecer o resto dos dias na cadeia, face o tamanho das penas que vão levar.

É questão de tempo.

O risco é perderem o “timing”.

Marcos Valério perdeu. E tomou mais de 40 anos.

As penas deles, sem acordo, deverão ser ainda maiores.

Somado às idades deles, significa a quase certeza de morrer em cana.

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A delação premiada de Ricardo Pessoa

24 de março de 2015

Segundo o colunista Lauro Jardim, de Veja On Line, a negociação do acordo de delação premiada de Ricardo Pessoa, o dono da UTC, avançou muito nos últimos dias. Entretanto, o colunista adverte que ainda é cedo para comemorar.

Outro cuja delação seria um enorme baque para o PT seria Renato Duque.

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Nesta foto do Estadão, o afilhado de José Dirceu aparece algemado, sendo transferido para a penitenciária de Pinhais, em Curitiba, onde, conforme registrou Felipe de Moura Brasil, “ele refletirá se vale a pena entregar Lula”. 

Na prisão, ele poderá ver TV e ouvir rádio, tendo uma hora por dia para o banho de sol.

“Nas celas do presídio não há chuveiro individual, ou seja, o banho é coletivo. E o vaso sanitário é o chamado ‘boi’, um buraco no chão – o preso tem de ficar de cócoras, sentado sobre os calcanhares.”

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Vamos ver até quando ele aguenta.

A liberação das dependências da carceragem da Polícia Federal sugere que o espaço poderá por ser ocupado por novos inquilinos em breve.

O Brasil agradece.

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‘É assustador’, diz juiz da Lava Jato sobre sequência de propinas para Renato Duque

23 de março de 2015

Renato Duque

Embora tenha preferido ficar quieto no depoimento a CPI da Petrobras na última quinta feira, pode-se apostar que, se ainda tiver alguma coisa dentro da cabeça, Renato Duque será o próximo a tentar a “delação premiada”.

Seria sua única maneira de evitar uma condenação que lhe garantiria passar certamente o resto da vida na cadeia. Sem exagero.

Matéria do Estadão descreve o tamanho da encrenca que ele tem pela frente.

No despacho que decretou sua prisão, o juiz Sérgio Moro destaca a transferência de 20,56 milhões de euros da Suiça para o Principado de Mônaco. 

O juiz federal Sérgio Moro classificou como “assustador” o fato de que o pagamento de propinas para o ex-diretor de Serviços da Petrobrás continuou ocorrendo ainda no segundo semestre de 2014 – meses depois da deflagração da investigação sobre o esquema de corrupção na estatal petrolífera.

O magistrado destacou que o rastreamento bancário mostra que Duque “transferiu os saldos milionários de suas contas na Suiça para contas em instituições financeiras em outros países, entre eles o Principado de Mônaco”.

Todos os ativos nas contas de Duque já foram bloqueados pelo Principado.

As autoridades monegascas embargaram os valores em contas offshore controladas por Renato Duque no Banco Julius Baer, em nome da off shore Milzart Overseas Holdings Inc, com saldo de 10.274.194,02 euros;

conta em nome de Pamore Assets Inc, com saldo de 10.294.460,10 euros;

Total:  20.568.654,12 euros – aproximadamente R$ 70 milhões.

“Esses fatos encontram prova documental nos autos, inclusive a afirmação expressa das autoridades de Mônaco de que as duas contas são controladas por Renato Duque”, anota o juiz Sérgio Moro.

“Oportuno destacar que Renato Duque não declarou, à Receita Federal, qualquer valor mantido no exterior, que jamais admitiu perante o Juízo ou ao Supremo Tribunal Federal que teria contas no exterior, e ainda que o montante bloqueado é absolutamente incompatível com os rendimentos que recebia como ex-diretor da Petrobrás.”

O rastreamento mostra que ainda no segundo semestre de 2014, a conta em nome da offshore Milzart Overseas, no Banco Julius Baer, no Principado de Mônaco, que tinha como beneficiário e controlador Renato Duque, recebeu, em diversas operações de crédito, cerca de US$ 2.220.517.

Já a conta em nome da offshore Pamore Assets, no Banco Julius Baer, também no Principado de Mônaco recebeu, no segundo semestre de 2014, a quantia de 208.643,65 euros.

“Esses valores foram provenientes de contas mantidas em nome das offshores Tammaroni Group e Loren Ventures, no Banco Lombard Odier, na Suiça, que também seriam controladas por Renato Duque, ainda em 2014″, assinala o juiz Sérgio  Moro em seu despacho.

 “Os indícios são de que Renato Duque, com receio do bloqueio de valores de suas contas na Suiça, como ocorreu com Paulo Roberto Costa, transferiu os fundos para contas no Principado de Monaco, esperando por à salvo seus ativos criminosos.”

O juiz destacou trechos do relato do engenheiro Shinko Nakandakari, apontado como um dos onze operadores de propinas na Diretoria de Serviços, cota do PT na Petrobrás.

Em delação premiada, Shinko Nakandakari revelou ter intermediado o pagamento de propinas da empreiteira Galvão Engenharia a Pedro Barusco, ex-gerente e braço direito de Duque. “Segundo Shinko, os repasses a Duque eram realizados em valores milionários”.

“Shinko Nakandakari declarou que entregou pelo menos um milhão de reais em espécie a Renato Duque”, assinala o juiz no novo decreto de prisão contra Duque.

“O mais assustador é que Shinko confessou o pagamento de propinas ainda no segundo semestre de 2014, quando a assim denominada Operação Lava Jato já havia ganho notoriedade na imprensa.

Indagado, admitiu que, mesmo com a notoriedade da investigação, nem ele ou a empreiteira sentiram-se tolhidos em persistir no pagamento de propinas, o que também parece ser o caso de Renato Duque, já que realizou operações de lavagem em 2014, já durante o curso das investigações.”

Veja o despacho do juiz Sérgio Moro na íntegra:

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/wp-content/uploads/sites/41/2015/03/Evento-4-DESPADEC1-duque.pdf

Se tudo isso fosse pouco, a ordem de bloqueio da fortuna que o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque mantinha na Suíça e transferiu para Mônaco, no final de 2014, atingiu também uma conta do ex-diretor de Internacional da estatal Jorge Luiz Zelada, sucessor de Nestor Cerveró.

Por tudo isso é que, tão logo tome plena consciência do tempo de condenação que lhe aguarda frente a vastidão de provas que tem contra si, é que torna-se muito previsível concluir que sua única saída para não apodrecer o resto da vida na cadeia é apelar para a tentativa de conseguir a delação premiada. 

Veja o que lhe recomendou o deputado Onyx Lorenzoni na CPI da Petrobrás, com todas as letras e repare no semblante de Duque, sentado ao lado de seu advogado, ao ouvir um pouco do que lhe aguarda:

Se o vídeo não estiver visível aqui, clique no título deste artigo.

 

de reportagem do Estadão, editada pelo blog.     

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O desespero de Renato Duque

19 de março de 2015

Como era previsível, Renato Duque está “reservando-se ao direito de permanecer calado” neste momento, em seu depoimento na CPI da Petrobrás.

Porém, vale a pena analisar seu semblante, enquanto era advertido pelo deputado Onyx Lorenzoni das possibilidades em relação a seu provável tempo de prisão e demais consequências em uma possível condenação pelos crimes pelos quais responde.

Aos 3:40 seg. do vídeo abaixo. A garganta chegou a secar.

Não é arriscado prever que é enorme a possibilidade que ele, muito logo, venha tentar o benefício da “Delação Premiada”.

É sua única saída.

 

(Caso não apareça o vídeo aqui, clique no título do artigo para acessá-lo)

 

ABRACADABRA Jurídico

26 de fevereiro de 2015

ABRACADABRA Jurídico

O pavor do governo com as consequências que poderão vir através dos acordos de delação premiada, no âmbito da operação Lava Jato, produziu um monstro inacreditável.

Para tentar livrar alguns companheiros dos horrores revelados nos acordos que vem sendo celebrados, foi baixada dia 11 de fevereiro pelo Tribunal de Contas da União – TCU – a “Instrução Normativa 74”.

Pretende essa norma – tirada de algum cérebro mágico – que todos os “Acordos de Leniência” ou “Delação Premiada”, só possam ser firmados com a anuência do TCU.

O TCU não faz parte do judiciário. É um órgão auxiliar do Poder Legislativo. O TCU tem conselheiros vitalícios, nomeados e muitas vezes indicados pelo poder executivo.

Estamos saindo de uma semana onde o Ministro da Justiça em pessoa é acusado publicamente de aconselhar indevidamente advogados de um réu preso a NÃO firmar um acordo de Delação Premiada com o MP. Pior ainda, segundo revela a revista Veja, o próprio Ministro é que teria chamado os defensores do réu para fazer a solicitação.

Quando se toma conhecimento da norma baixada pelo TCU e da gravidade do conteúdo que esse réu preso oferece revelar, a situação ganha contornos inacreditáveis.

Essa é a “listinha” do que o réu Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia e mentor do chamado “cartel das empreiteiras”, oferece detalhar, conforme revelado pela revista:

1)    O esquema de cobrança de propina na Petrobras, funciona desde 2003, no governo de Lula – ex amigo do empreiteiro. O primeiro operador era o tesoureiro do PT Delúbio Soares, réu do mensalão;

 

2)    A empresa de Ricardo Pessoa, a UTC, teria financiado clandestinamente as campanhas do hoje ministro da Defesa, Jaques Wagner, ao governo da Bahia em 2006 e 2010 e a campanha de Rui Costa, em 2014, também financiada com dinheiro desviado da Petrobras;

3)    A empreiteira teria ajudado o então réu José Dirceu a pagar despesas pessoais a partir de simulação de contratos de consultoria. Dirceu recebeu 2,3 milhões de reais da UTC somente porque o PT pediu;.

4)    O presidente petista da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, sempre soube de tudo;

5)    Em 2014, a campanha de Dilma Rousseff e o PT receberam da empreiteira 30 milhões de reais desviados da Petrobras. Ricardo Pessoa pode demonstrar como esse dinheiro saiu ilegalmente da estatal, através de contratos superfaturados, e testemunhar que o partido conhecia a origem ilícita. Também pode contar como o esquema de propinas foi montado pelo PT com o objetivo claro de financiar suas campanhas eleitorais. O presidente do BNDES avisou Pessoa que o tesoureiro de Dilma, Edinho Silva, o procuraria para pedir dinheiro. Pessoa confirma que deu mais 3,5 milhões de reais à campanha presidencial petista após ser procurado por Edinho. A conversa entre eles teria duas testemunhas;

 

6)     O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao tomar conhecimento de que Pessoa estava prestes a denunciar Lula, Dilma e Dirceu, procurou os advogados do empreiteiro, e o acordo de delação premiada que ele negociava com os procuradores da Operação Lava Jato foi suspenso.

 

Foi então que algum mágico achou uma brecha legal para conceder a prerrogativa ao TCU. Diz a Instrução 74:“Considerando que, por não afastar a reparação de dano ao erário, (…) a celebração de acordos de leniência por órgãos e entidades da administração pública federal é ato administrativo sujeito à jurisdição do Tribunal de Contas da União quanto a sua legalidade, legitimidade e economicidade, nos termos do art. 70 da Constituição Federal. (…)  termos do art. 71, inciso II, da Constituição Federal; etc. “

Assim, os ministros do TCU resolveram: “Art. 1º A fiscalização dos processos de celebração de acordos de leniência inseridos na competência do Tribunal de Contas da União, inclusive suas alterações, será realizada com a análise de documentos e informações, por meio do acompanhamento das seguintes etapas: I – manifestação da pessoa jurídica interessada em cooperar (…); II – as condições e os termos negociados entre a administração pública e a pessoa jurídica envolvida, (…); III – (…); IV – relatórios de acompanhamento do cumprimento dos termos e condições do acordo de leniência; V – relatório conclusivo contendo avaliação dos resultados obtidos com a celebração do acordo de leniência”.

E por aí vai. A medida, na prática,  acaba com o sigilo e a eficácia dos acordos de delação premiada. No mínimo, pela burocracia que sugere e envolve, a morosidade dos processos que já é grande, tornaria-os ainda mais demorados. A medida pretende bloquear tudo mesmo.

Fica a impressão de que há nos bastidores pessoas desesperadas e dispostas a qualquer coisa.

E tem motivos de sobra para isso.

Enio Meneghetti

Impeachment não é golpe

5 de novembro de 2014

Impeachment não é golpe

Dezembro de 1992. O presidente da República, Fernando Collor de Mello, sofreu impeachment e foi removido da presidência pelo Congresso. Ficou inelegível por oito anos.

 

Motivo: indícios de corrupção.

 

O processo teve início a partir de uma entrevista de seu irmão Pedro Collor de Mello a revista Veja, onde Pedro acusava o próprio irmão e Paulo Cesar Farias de agirem em conluio para obter recursos financeiros de empresas privadas. O auge do escândalo foi a revelação através do motorista, que uma camioneta Fiat Elba registrada em nome de Color, havia sido comprada com um cheque de PC Farias.

 

Cabe lembrar que ninguém reclamou da revista.

 

Para que se desencadeie um processo de impeachment, é necessária apenas a suspeita da prática de um crime ou de uma conduta inadequada para o cargo.

 

No último sábado, seis dias após as eleições, aconteceram em várias capitais brasileiras atos públicos, passeatas e manifestações pedindo o impeachment de Dilma.

 

Tais atos foram ridicularizados por setores da imprensa. Taxados por alguns de “golpismo” ou “bobagem”. Os manifestantes, taxados de “fascistas”, pelos adeptos da presidente reeleita.

 

Com amplo domínio político, partidário e financeiro no Congresso, é difícil êxito em um processo de impeachment contra a atual presidente. Mas, de acordo com a Legislação vigente, seria admissível um processo de impeachment. Existe um precedente e motivo. Talvez até três, pelo menos.

 

Para quem tem memória curta, cabe lembrar que o atual escândalo da Petrobrás teve seu pontapé inicial quando a própria Presidência da República, antecipando-se ao furacão que viria a seguir, soltou uma nota oficial, confirmando que Dilma, quando presidia o conselhão da empresa, aprovou a compra superfaturada da refinaria de Pasadena , com a questionável ressalva de ter sido mal assessorada sobre o assunto. Lula, mais acostumado ao safar-se no olho dos furacões,  chegou a classificar a nota como “um tiro no pé”.

 

Posteriormente vieram as delações premiadas do ex diretor Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef e muitos detalhes escabrosos das maracutaias acontecidas na maior estatal brasileira. Muito mais malcheirosas até, do que a refinaria de Pasadena.

 

Alberto Youssef, em seu depoimento no processo de Delação Premiada afirmou que o “Planalto” teria conhecimento, nas pessoas de  “Lula e Dilma”, dos “malfeitos” na Petrobrás. A informação foi objeto de ampla divulgação na revista Veja. Ora, por analogia ao caso Collor, motivação mais do que justa e legal para abertura de um processo de impeachment.

 

Um segundo motivo, este muito mais forte, óbvio e palpável para abertura de um processo de impeachment é a inobservância clara, flagrante e inequívoca, por parte da presidente Dilma Rousseff,  do disposto no artigo 49, Ítem 1 da Constituição Brasileira.

 

 

O Art. 49 diz claramente: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;”

 

Pronto. Pergunte a qualquer jurista ou advogado e ele confirmará: presidente da República, de acordo com o Artigo 49 da CF,  NÃO PODE financiar, emprestar ou doar dinheiro dos brasileiros a países estrangeiros sem a anuência do Congresso Nacional. A desculpa esfarrapada de que o financiamento do Porto de Mariel em Cuba – fato: com dinheiro dos brasileiros – deu-se através de financiamento à construtora que realizou a obra, é tão estapafúrdia, quanto a outra absurda novidade no obscuro negócio: foi decretado “sigilo” dos contratos do empréstimo ilegal. Nada se sabe sobre o negócio. Taxas de juros, valores, carência, garantias, prazo, NADA!

 

Outro artigo da Constituição Federal que está sendo violado ainda:  é o de número 37, que define os princípios da Administração Pública, aos quais TODOS os agentes públicos estão subordinados, inclusive a Presidente e o banco estatal BNDES: são os princípios  “Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência”. Pois esse sigilo não é LEGAL e obviamente desrespeitou o princípio da PUBLICIDADE.  A tão decantada transparência que deve, por força de lei, nortear os negócios públicos.

 

As ilegalidades flagrantes cometidas no caso dos empréstimos a países estrangeiros são inclusive motivo mais do que suficiente também para uma  ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade – no STF – Supremo Tribunal Federal – a instância máxima da Justiça brasileira, a quem cabe julgar o Presidente da República.

 

Uma ADIN é cabível frente a inobservância por parte do Presidente da República da Constituição vigente.

 

No caso específico dos empréstimos aos países estrangeiros, somente as seguintes pessoas ou entidades podem propor a ADIN:  Mesa do Senado Federal;  Mesa da Câmara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da OAB; Partido político com representação no Congresso Nacional; Confederação sindical ou entidade de classe no âmbito nacional.

 

Nós, cidadãos comuns, infelizmente, não podemos.

 

Desde fevereiro de 2014 tramita no STF um mandado de segurança movido pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para receber informações sobre os empréstimos feitos pelo BNDES aos governos cubano e angolano. Antes de recorrer ao STF, já haviam sido pedidos os esclarecimentos por vias administrativas, os quais foram negados sob a alegação de sigilo imposto pelos governos daqueles países. Desculpa absurda e inaceitável essa de submeter a Constituição Brasileira à imposição de outros países. Um disparate. A matéria no STF está para ser relatada pelo Ministro Luiz Fux.

Aguarda-se a manifestação, quem sabe, para breve.

 

A conclusão óbvia é que NÃO são infundados os motivos que poderiam SIM levar a atual presidente a sofrer um processo de impeachment. Se este seria vitorioso ou não, é outra questão. Motivação legal existe. Claramente.

 

Esse assunto vai longe.

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O país das maravilhas

22 de outubro de 2014

País das Maravilhas

publicado no “Correio de Cachoeirinha” edição desta quarta feira, 22.10.2014

Muitos de nós são levados a crer que o Brasil vive tempos maravilhosos.

Números sucessivos de baixo crescimento, com o PIB 2014 previsto em 0,3% pelo FMI, demonstram a péssima gestão comandada pelo fraco Guido Mantega.

Inflação descontrolada, PIB baixo, receita certa para a recessão.

Governos anteriores conseguiram saldos na balança comercial, que foram consumidos pelo atual governo.

Artimanhas contábeis utilizadas para criar resultados fictícios como no “superavit primário” se fossem utilizadas por qualquer empresa privada, fariam com que seus dirigentes respondessem por isso.

Por exemplo, 2013 fecharia com déficit. Não fosse contar com arrecadação extra de 15 bilhões do pagamento do leilão de Libra, em novembro passado, além de arrecadação extra oriunda do Refis, o governo teria fechado com as contas no vermelho.

Para evitar isso, promoveu-se enorme movimentação para atrair empresas com débitos fiscais. Como para aderirem têm de efetuar uma parcela do pagamento, isso ajudou positivamente na arrecadação. Dados referentes a novembro de 2013 apontaram que apenas com essa iniciativa, houve a injeção de 20,4 bilhões de reais aos cofres públicos apenas naquele mês. Certo, é válido, mas são receitas extraordinárias. Não se repetirão.

Tudo isso para suprir milhares de bem pagos CCs , absurdos 39 ministérios e mega obras superfaturadas, que consomem a receita da União.

Há mais. A construção perdulária de um porto em Cuba, com os valores secretos – o que é inconstitucional – com financiamento pelo BNDES, em obra realizada pelas mesmas empreiteiras que prestam serviços a Petrobrás, trazem enorme suspeição ao desperdício de dinheiro tanto em Cuba como outros países do mesmo matiz ideológico de nosso atual governo.

O artigo 49 da Constituição Federal é claro: “É de competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional: “ – Ítem 1 – “resolver definitivamente sobre TRATADOS, ACORDOS, ou ATOS INTERNACIONAIS que acarretem ENCARGOS ou COMPROMISSOS GRAVOSOS ao Patrimônio Nacional … (…)”. Portanto, é óbvio que para bancar o Porto de Mariel ou quaisquer outros acordos internacionais efetivados pelo atual governo, essa decisão teria de passar pela aprovação do Senado e da Câmara dos Deputados.

Acordos internacionais de empréstimos do Brasil, seja para a Venezuela, para Cuba, ou para a Argentina, ou perdão de dívidas, fazem parte de acordos internacionais. São assinados pelos presidentes. Depois de assinados, eles obrigatoriamente tem de passar pelos parlamentos, pelo Congresso, para obter aprovação. É o momento no qual nós, o povo, por nossos representantes, dizemos se queremos emprestar ou não. E isto não aconteceu.

Como se isso fosse pouco, oito anos de assalto Petrobrás estão sendo investigados graças a atuação da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Estritamente técnica, imparcial e apartidária, a investigação busca elucidar fatos para aplicar punições aos responsáveis.

Chama a atenção que, por diversas vezes, a atual presidente tenta incutir na cabeça da população a impressão de que quem manda no Ministério Público e nas investigações da Polícia Federal é ela. Parece nem mais esconder o pretendido aparelhamento da Justiça e o que ainda resta de independência no Supremo Tribunal Federal, pois caberá ao próximo presidente eleito nomear vários ministros durante o mandato ora em disputa.

Fez muito bem o juiz Sérgio Moro, ao liberar os áudios da audiência dos réus da Operação Lava Jato, já que depoimentos colhidos em ações penais são públicos. Assim, os áudios dos interrogatórios do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, esclareceram em parte os cidadãos brasileiros. O processo é público, os depoimentos e suas gravações podem ser acessados por qualquer pessoa, sem restrição. Os depoimentos liberados nada têm a ver com as inquirições feitas sob o segredo que vige sobre a delação premiada da dupla de réus, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.

Porém, a presidente Dilma, além de classificar erroneamente como “vazamento” a liberação dos áudios, desdenhando a real apuração dos graves fatos já evidenciados, sequer apoiou a CPI para apurar os roubos acontecidos na Petrobrás, debaixo de seu nariz.

Também repete com insistência que teria “demitido” o ladrão confesso Paulo Roberto Costa. Mas não é o que consta da ata da reunião da diretoria da Petrobrás, quando renunciou ao cargo, inclusive com o registro dos rasgados elogios pelos serviços prestados.

É mesmo impossível achar que vivemos tempos maravilhosos.

Enio Meneghetti

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Revelação já

8 de outubro de 2014

Revelação já!
Correio de Cachoeirinha – 4.a. feira – 08.10.2014

“Os resultados das pesquisas eleitorais divulgadas previamente às eleições deste domingo erraram feio.

O Datafolha apontava Marina Silva e Aécio Neves empatados tecnicamente, com respectivamente 22 a 24%. O Ibope indicava Aécio com ligeira vantagem, de 27 a 24%. O que se viu foi Aécio com 34% muito mais próximo de Dilma do que as pesquisas jamais indicaram.

O quadro agora é outro. Tempo de TV idêntico e não mais os 11 minutos que Dilma dispunha no I turno, obra e graça da eclética composição de forças que juntou em sua coligação. Os debates serão mano a mano, sem figurantes.

A corrupção deverá, junto com o mau desempenho de nossa economia, predominar.

A pressão pela revelação dos depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato deverá ser enorme. As revistas semanais já devem estar movendo os céus e a terra atrás dos detalhes. Veja desta semana destaca que uma pessoa que ouviu as revelações do doleiro garante que o conteúdo tem um potencial 100 vezes maior que o de Paulo Roberto, e muita gente importante envolvida até o pescoço nas tramóias da Petrobrás. A pressão popular também começa a apertar.

Já começaram a circular abaixo assinados pedindo às instâncias competentes que as informações reveladas pelos acordos de delação premiada do ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef sejam tornadas públicas imediatamente.

DilmaYoussef

Um desses abaixo assinados é promovido pelo cientista político e professor universitário Paulo Moura, que argumenta corretamente que:

“nos encaminhamos para o segundo turno de uma eleição na qual escolheremos o futuro Presidente da República e diversos Governadores de Estado, temos o direito de saber se, ao votarmos, o faremos na certeza de não estarmos sufragando pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, em escândalos de corrupção.”

Já está no Citizen Go http://citizengo.org/pt-pt/12038-que-informacoes-reveladas-pelos-acordos-delacao-premiada-do-ex-diretor-da-petrobras-paulo

“Tal medida se faz urgente, visto que os indiciados acima citados chegaram a declarar à imprensa que, se ‘abrissem a boca’ não haveria eleição esse ano, sugerindo que a delação envolveria candidaturas importantes, como já revelaram notícias vazadas para a imprensa.”

Conforme diz o professor Paulo Moura,

“o direito à transparência nas informações de interesse público, na medida em que a negação do acesso dos cidadãos brasileiros a essas informações no primeiro turno do pleito em curso, pode ter levado a que milhões de eleitores em todo o país tenham sido levados a votar em candidatos ao Parlamento e ao Poder Executivo, em suas várias instâncias, que em seguida, poderão ser condenados por corrupção e terem seus mandatos cassados.”

Mais claro que isso, impossível.”

Enio Meneghetti

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Associação criminosa

1 de outubro de 2014

Assoc criminosa

texto publicado na edição de hoje do Diário de Cachoeirinha

“Há duas semanas neste mesmo espaço, no artigo “Delação de Youssef” prevíamos a capitulação do doleiro preso.

Naquela ocasião lembrávamos que a grande dificuldade para que Alberto Youssef tentasse o instituto da delação premiada encontrava-se na resistência de seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Porque o número estimado de clientes de Kakay engolidos pelo escândalo é estimado em mais de vinte. Foi exatamente o que aconteceu. Youssef trocou de advogado e partiu para a negociação do benefício em troca da suavização da pena.

Era lógico que assim ocorresse por dois motivos: o primeiro é que com a delação de seu companheiro de trapaças Paulo Roberto Costa – o “Paulinho” – como o tratava Lula, a situação de Yousef ficaria ainda pior. O segundo motivo, é que, na terra em que Celso Daniel foi morto, sua vida – a de Youssef – passaria a valer bem pouco, como arquivo vivo que é. Falando, cessa qualquer motivação para que essa remota possibilidade pudesse ocorrer.

Avançando no raciocínio, podemos refletir mais um pouco: ora, “Paulinho” já negociou sua delação premiada. Fez revelações cuja pequena parte vazada na imprensa já mostrou o poder arrasa quarteirão do escândalo da Petrobrás. Com tais revelações, Costa já obteve inclusive o benefício de cumprir a pena em casa, com a prisão domiciliar. Indício do tamanho e gravidade das revelações.

Pois bem, para Youssef receber o benefício também, obviamente irá muito além do que Costa já revelou. É um caso colossal de corrupção nas entranhas da maior estatal brasileira.

E assim chegamos ao I turno das eleições. Sabe-se que as revelações dos dois criminosos que faziam parte de uma grande associação criminosa fraudou enormemente a Petrobrás. A ex ministra de Minas e Energia, ex presidente do Conselho da estatal, expert na área, ex Chefe da Casa Civil e atual postulante a um segundo mandato presidencial, sem dúvida, por ação ou omissão, certamente deverá estar mencionada nessas revelações. No mínimo como uma pessoa bem desatenta… E o Brasil vai às urnas sem conhecer o teor das graves revelações. É surreal.

Em qualquer país medianamente sério ou politizado, uma situação como a descrita, imediatamente inviabilizaria qualquer possibilidade de êxito da atual mandatária na corrida eleitoral.

E o que chega a ser cogitado por alguns é a possibilidade de êxito – remota – dela já no primeiro turno!

A previsão dos procuradores encarregados do caso é que o doleiro Youssef tem revelações de muito maior impacto do que as denúncias de Paulo Roberto Costa – que Lula chamava, carinhosamente, de “Paulinho”. No entanto, a cúpula de marqueteiros da campanha petista acha que as revelações da operação Lava Jato não afetarão o desempenho de Dilma no curto prazo, seja no primeiro ou no segundo turno eleitoral.

Se isso ocorrer mesmo, teremos provavelmente durante os próximos quatro anos alguém no poder repetindo o mantra “eu não sabia”, enquanto o país tem ainda a possibilidade entrar o ano seguinte em uma grave recessão.

Merecemos isso?”

Enio Meneghetti

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Ainda a Petrobrás

24 de setembro de 2014

Ainda a Petrobrás

Não foi nenhuma surpresa a revelação no Jornal Nacional da Globo, que “Paulinho” teria confessado que recebeu R$ 1,5 milhão em propina pela compra da refinaria Pasadena, no Texas, EUA.

Depois, o delator ainda teria revelado que a compra da refinaria Pasadena pela Petrobras foi usada para fazer caixa dois para as campanhas do PT e seus aliados, além de garantir propinas para os idealizadores e participantes do negócio. Barbaridade!

Sendo tal revelação verdadeira, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff teriam de ser denunciados pelo Procurador Geral da República. Nenhuma decisão do vulto da compra de Pasadena é tomada na Petrobras sem que o Presidente da República tome conhecimento.

Por isso, Lula e Dilma Rousseff sabiam de tudo e devem ser responsabilizados por atos tomados pela direção e pelo conselho da estatal.

Acionistas da estatal podem usar este argumento para processá-los em Nova York, em cuja bolsa de valores a Petrobras negocia suas ações e onde os políticos brasileiros não tem influência para garantir sua impunidade.

A situação de Dilma é pior. Ela presidiu o conselho da estatal na gestão Lula. É considerada especialista na área de energia. Tem o perfil do administrador centralizador, de quem nada escapa e exige o controle de tudo. E já ficou provado que ai daquele que desobedeça suas ordens. Será descascado no ato, na frente de tudo e de todos. É seu estilo, conhecido desde que atuava nos governos gaudérios. É impossível, não cola, a versão preguiçosa de que não soubesse de tudo o que se passava na estatal.

A indicação da amiga Maria das Graças Foster para presidir a Petrobrás em substituição ao homem de Lula, José Sérgio Gabrielli, – da mesma forma como o era o ladrão confesso Paulo Roberto “Paulinho” Costa – era justamente para ter conhecimento total do que se passava na empresa. E Dilma ainda segue fazendo um discurso cínico de que tem “tolerância zero com a corrupção”.

Igualmente não cola a versão de que Paulo Roberto Costa teria sido o único a receber propina. Portanto, a consequência disto é que a lista de pessoas a serem processadas está diretamente ligada aos resultados eleitorais. Se os governistas vencerem, provavelmente tudo ficará como está, com a chance de tal denúncia se tornar realidade próxima de zero. Ainda mais em meio a um processo eleitoral constrangedor que os financia a peso de ouro e sustenta o projeto de perpetuação no poder.

Quantos mensalões mais existirão debaixo do tapete e que não foram revelados ate agora? O que há por trás dos contratos secretos – e inconstitucionais – de financiamento a fundo perdido do porto de Mariel em Cuba, o perdão das dívidas dos países africanos para que o governo pudesse financiar mais obras lá a serem executadas pelas grandes empreiteiras brasileiras, todas grandes contribuintes das campanhas petistas? Nem Dom Corleone conseguiria tanto!

O que estão querendo fazer com esse país é o mesmo que fizeram com a Petrobrás. Não vê quem não quer. Nunca antes na história deste país tantas irregularidades foram praticadas a céu aberto como atualmente. O Alerta Total lembra que a revista Veja fez a revelação que desde 2010 o Ministério Público investiga uma ONG criada por petistas na Bahia. A presidente do Instituto Brasil, Dalva Sele Paiva, revelou que a entidade foi criada para ajudar a financiar o caixa eleitoral do PT, desviando R$ 50 milhões de reais dos “projetos sociais” das administrações petistas, desde 2004.

Segundo Dalva Paiva, o Instituto Brasil recebia os recursos, simulava a prestação do serviço e repassava o dinheiro para os candidatos do PT. Se o acordo pagava pela construção de 1000 casas, por exemplo, o instituto erguia apenas 100. O dinheiro que sobrava era rateado entre os políticos do partido.Pelo menos R$ 17,9 milhões de reais, teriam saído do Fundo de Combate à Pobreza. De novo: quantos mensalões como este existem Brasil afora?

Corrompida pela ignorância, a massa não dá bola para denúncias. Quem recebe alguma vantagem do esquema de poder, vota fielmente no governo.

Infelizmente, o poder das pessoas decentes é infinitamente inferior ao poderio dos gestores do governo. O Ministério Público, as polícias, os órgãos de controladoria formulam denúncias. O Judiciário aceita algumas. alguns bagres foram condenados. Mas os chefões seguem impunes. Até quando?

Enio Meneghetti

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