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VITÓRIA DE PIRRO

7 de agosto de 2018

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Com a reeleição praticamente garantida para mais oito anos no Senado Federal, a senadora Ana Amélia Lemos jogou tudo para o alto para ser vice na chapa de Geraldo Alckimin à presidência da República.

 

A repercussão da decisão da senadora, de acordo com o que se percebe claramente em opiniões colhidas nas redes sociais, tem sido amplamente negativa. A percepção é de que ela aliou-se a um grupo onde há partidos envolvidos em corrupção, que saquearam o país durante os governos do PT.

 

Na verdade, a principal motivação de Ana Amélia foi o desejo de implodir o acordo local de seu partido, que garantiria palanque a Jair Bolsonaro no RS, com a candidatura ao governo do Rio Grande do Sul de seu correligionário, o deputado Luiz Carlos Heinze.

 

O resultado da “vitória” da senadora será desastroso.

 

Ana Amélia joga fora uma cadeira no senado, dificilmente conseguirá subtrair votos de Bolsonaro, e adere a um candidato cuja eleição é praticamente impossível.

 

Mais. Ela detonou uma aliança que uniria seu partido, o PP, com DEM, PSL e PROS que, com Bolsonaro em seu palanque, tinham excelentes chances de fazer chegar ao Piratini o candidato do PP, que desde Jair Soares em 1982, não elege o governador do estado.

 

Com sua atitude, Ana Amélia arrefeceu as bases de seu partido, já entusiasmadas com a chapa Bolsonaro e Heinze.

 

Estão em disputa duas vagas ao senado. O eleitor votará duas vezes. Mas a senadora batia pé, exigia concorrer ao senado sozinha na chapa. Seria atendida, embora a presidente regional do PSL, a empresária Carmen Flores também tivesse intenções de concorrer, o que em nada atrapalharia Ana Amélia.

 

O resultado é que Ana Amélia, tal e qual ocorreu quando, em um episódio esquisitíssimo, contra tudo e contra todos, teimou em apoiar a candidata comunista Manuela D’Avila, mandando às favas as decisões de seu próprio partido e a vontade de seus eleitores. Ela agora repetiu o gesto, indiferente aos acordos de seu partido, aos anseios e opiniões de seus eleitores e correligionários.

 

O presidente estadual do Democratas/RS, deputado Onyx Lorenzoni, um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro, foi artífice da costura que levou à aliança destruída por Ana Amélia.

 

Em entrevista coletiva, Onyx não deixou por menos:  “Nosso acordo previa apoiar Heinze. Ana Amélia nunca aceitou essa possibilidade e uniu-se ao Centrão, que representa a continuidade das coisas como estão. O acerto de contas com quem pensa que isto é uma vitória, virá das urnas.” – disse Onyx.

 

Teremos uma concentração de candidatos de esquerda concorrendo ao Senado. Do outro lado, uma verdadeira avenida, livre e pavimentada na pista da direita, que Ana Amélia deixou, mesmo já tendo sido apoiadora do PCdoB de Manuela.

 

Esta avenida eleitoral será agora trilhada pela empresária Carmen Flores, que concorrerá ao Senado tendo em seu palanque Jair Bolsonaro.

 

Quem perde com a atitude de Ana Amélia é ela própria e seu partido.

ESTÁ NA CARA

5 de junho de 2018

Os caminhoneiros pararam por onze dias e fizeram o governo recuar na política de preços dos combustíveis.

Isso representa uma reversão no discurso de recuperação econômica, que vinha mantendo a sustentação do governo junto ao empresariado.

A greve foi motivada pela política de preços da Petrobras, mas não foi só isso.

As pessoas estão descrentes, a vida cada vez mais difícil. É o mesmo grito de indignação que se pode ver diariamente através das redes sociais.

A esquerda perdeu para as redes sua reconhecida capacidade de fazer mobilizações.

Os caminhoneiros, como várias outras categorias, estão sofrendo as consequências da gastança e roubalheira vistas nos anos Lula/Dilma.

O apoio inicial dado à greve mostrou nossas fragilidades. Nunca se imaginou que pudesse ser tão fácil e rápido parar o país.

A falta de autoridade do governo, divorciado da chapa que o elegeu, os eleitores de Dilma, e da maioria daqueles que lutaram a favor do impeachment da ex- presidente, quase cria um impasse a quatro meses das eleições.

O pavor de setores da esquerda e seus aliados, é que o candidato que mais se encaixa no perfil desejado pela população indignada é o de Jair Bolsonaro.  Ele foi ouvido de forma espontânea durante a greve. Deu seu apoio inicial, mas depois que o recado estava dado, pediu o fim dos bloqueios, antes das consequências maiores do desabastecimento. Concedeu entrevistas onde arrefeceu os ímpetos dos que pregavam uma intervenção militar:  “Se tiver de voltar, que seja pelo voto. Aí vem com legitimidade e não dá espaço para o PT dizer que foi golpe. Querem tirar o Temer? A eleição está chegando, faltam menos de cinco meses”, completou.

O clima do movimento grevista de agora foi o mesmo que levou às manifestações de junho de 2013. É um grito de “Chega!”.

A decepção com a esquerda e a ausência uma de candidatura de centro minimamente viável, tornam os problemas expostos pela insatisfação popular um caminho pavimentado para a candidatura Bolsonaro.

Os demais nomes até agora apontados estão longe de empolgar o eleitor. Mesmo aleatoriamente, em meio às grandes expressões nacionais, é quase impossível apontar um nome que possa rivalizar com os índices de Jair Bolsonaro.

Nomes ligados ao atual governo e seus aliados, estão praticamente inviabilizados. Geraldo Alckimin não tem conseguido empolgar e é difícil que isso ocorra. As candidaturas ligadas ao PT ou às pré-candidaturas de Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) ou Manuela D’Ávila (PCdoB), não parecem minimamente robustas para acalentar qualquer expectativa sucesso. Afinal, como bem ensinava o sábio Barão de Itararé: “De onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada”.

Bolsonaro continuará sendo o alvo preferido das críticas da imprensa engajada, estará na mira da fuzilaria de todos os adversários, que não tem nada a perder ao ataca-lo de todas as formas que conseguirem. Porém, isso é tão acintoso, que poderá até beneficiá-lo.

Se não acontecer algo de muito sério, já sabe quem será o futuro presidente.

Nunca foi tão claro.

BOLSONARO QUER PAULO GUEDES  

5 de dezembro de 2017

 

Na última segunda feira, em seminário da revista Veja, Jair Bolsonaro surpreendeu ao antecipar que, se for eleito no ano que vem, seu provável ministro da Fazenda poderá ser o economista Paulo Guedes.

Registre-se que Bolsonaro tem tido a humildade de admitir não entender de economia.  Demonstra uma qualidade importante a quem queira ter sucesso na Administração Pública: reconhecer a obviedade de que é impossível saber sobre tudo, e por isso mesmo, a capacidade de saber assessorar –se é fundamental.

O economista Paulo Guedes é professor de macroeconomia da PUC e da FGV no Rio. Tem PhD pela Universidade de Chicago. Reconhecido como liberal e crítico da social democracia.

O blog do jornalista José Fucs, no Estadão, pinçou pensamentos de Paulo Guedes, alguns dos quais destacamos:

“A morte da velha política em 2017, sob a guilhotina da Lava-Jato, é o nosso mais importante episódio de aperfeiçoamento institucional desde a redemocratização e a convocação da Assembleia Constituinte.”

“Os corruptos destroem muito mais do que escolas e hospitais não construídos. Destroem também a crença da população nas instituições das modernas democracias liberais.”

“A classe política não representa mais o povo, e sim seus próprios interesses. E os empresários não criam mais riqueza, apenas dela se apropriam em negociatas com o poder político.”

“A Nova República morreu, porque manteve o Antigo Regime. Não fez a reforma da estrutura de Estado brasileiro.”

“O político que enriqueceu na vida pública e o empresário que tem muito poder político são aberrações de um capitalismo de Estado que degenerou para um capitalismo de quadrilha.”

“A concentração de poder político e recursos financeiros no governo federal, explica muito de nossa degeneração política.”

“O baixo crescimento e a corrupção sistêmica marcaram a transição do capitalismo de Estado do regime militar para um capitalismo de quadrilhas sob a obsoleta e despreparada social-democracia.”

“O Brasil é o paraíso dos rentistas e dos empresários escolhidos e o inferno dos trabalhadores, dos empreendedores e dos empresários que acreditam na economia de mercado.”

“Em 30 anos, a social democracia, dominante desde os anos 1980, não conseguiu fazer o que tinha que ser feito. A esquerda não tem coragem de enfrentar corretamente, tecnicamente, o problema. O que eles fazem? Aumentam os gastos até serem chamados a realidade.”

“A educação é libertadora e transforma vidas. É o maior fator de criação de riqueza.”

Soa como música!

ESTAMOS PERTO DA VENEZUELA

14 de novembro de 2017

Qual será a força capaz de lançar no jogo eleitoral alguns nomes praticamente impossíveis de vingar na corrida presidencial do ano que vem?

O mercado revelou que seu preferido na disputa presidencial de 2018 é o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Nada contra a pessoa de Meirelles. Mas e o redondo zero por cento que ostenta nas pesquisas? Aparentemente, Meirelles não parece ser possuidor daqueles predicados comuns necessários para angariar votos. Se um dia Geraldo Alckmin já foi chamado de “picolé de xuxu”, de Meirelles, se diria o que?

Alckimin também quer concorrer. Ele já esteve em melhor posição para isso. A disputa entre João Doria e o atual governador de São Paulo, seu “padrinho”, lembra outras disputas ocorridas no ninho tucano, entre Serra, o mesmo Alckimin, e Aécio pela indicação do partido a corrida presidencial. Os perdedores na disputa interna, em todas as ocasiões,  não só omitiam-se no necessário apoio ao vencedor, como até, deixavam aparente que não hesitariam em sabotá-los, se pudessem. Mesmo que disso resultasse em vitória de Lula e do PT, como de fato aconteceu.  Mais de uma vez.

Mas dá para confiar em Dória? Sempre tive dúvidas sobre o atual prefeito. Até assistir a uma entrevista feita por ele, nos tempos pré Copa. Doria entrevistou em seu programa de TV, Eike Batista. Patético! O puxasaquismo feito por ele para cima do Golden Boy do PT, num momento em que já se podia ver que havia algo de errado no vertiginoso crescimento do Grupo X.  Os elogios aos governos petistas, feitos pelo apresentador do programa na ocasião, foram daqueles em que a gente sente vergonha alheia. O vídeo está no you tube. É só conferir.

Luciano Huck. Dá para entender o que o criador do “lata-velha” poderá  trazer-nos de boas expectativas? Prefiro não comentar, por enquanto.

Contar com a antipatia explícita da grande imprensa e do ódio da esquerda.  Talvez esteja aí o grande ponto a favor, de Bolsonaro. Em tempos de instituições carcomidas, isso é diferencial positivo. Alguns alimentam dúvidas. Teria ele uma visão estatizante, desenvolvimentista ou interventora. Mas o próprio mercado, que incensa Meirelles,  já avalia que eleito, Bolsonaro não deverá atrapalhar a vida de ninguém. O discurso moralista, conservador, contra a corrupção, sinaliza um almejado ambiente de mais segurança, desejado por todos, desde que não sejam membros do MST ou seus apoiadores. Retomada de investimentos em infraestrutura, sem a orgia de corrupção que vimos recentemente, trazem mais pontos para Bolsonaro. O pré candidato já fala em Estado mínimo, eficiente, redução da taxa de juros, e até privatizações. Só falta agora apresentar seu plano de governo.

 

O momento que atravessamos deveria ter como ponto central evitar-se um eventual retorno do réu condenado, Lula, ao Palácio do Planalto. Porque Lula no poder teria como única opção para salvar-se, um governo bolivariano para promover o mais despudorado ataque contra a Lava Jato e demais operações de investigação da corrupção que imperou nos governos dele e da sucessora. Para, assim, conseguir salvar a si e aos  cúmplices de tempos de hospedagem por conta do Estado.

 

Não se iludam em achar que Lula está fora do páreo!

 

Ele tem cativos cerca de 30% dos votos. Brancos e nulos somam 33% em todas as pesquisas. Estima-se um número recorde de abstenções. Como são contados apenas os votos válidos, ou seja, são descontados nulos, brancos e abstenções, fica faltando pouco para que o atual percentual do réu condenado já esteja perto ou até acima dos 50% dos votos válidos.

Até em primeiro turno! É só fazer as contas.

 

Acordem, corremos sério perigo.

 

“PERIGO REAL E IMEDIATO”

7 de novembro de 2017

              Ao discursar no encerramento de seu périplo por Minas Gerais na última semana, Lula anunciou o “perdão” aos golpistas, aqueles a quem assim classifica por terem sido favoráveis ao impeachment de sua maior criação, Dilma.

                “Sou mais paciente que Getúlio, João Goulart e talvez mais que JK, que tentaram tirar três vezes, e ele sempre perdoou. Estou perdoando os golpistas deste país”, afirmou Lula, na Praça da Estação, em Belo Horizonte, no encerramento da caravana que percorreu 20 cidades mineiras.

                 Para muitos soou como um recado aos antigos aliados.

                 Lula quer fazer alianças.

                 Depois de xingar bastante os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma como “golpistas”, o PT quer aliados para 2018. 

                 Luiz Marinho, um dos companheiros petistas próximos de Lula, presidente estadual e pré candidato do partido ao governo de São Paulo, disse em entrevista que a sigla precisa recuperar bases. “A maioria do povo brasileiro também apoiou o impeachment, e nós queremos recuperar a maioria do povo”, disse.

               Os petistas sabem que o TRF-4 deve confirmar a condenação de Lula.  Mas Gleisi Hoffmann assinalou que há precedentes de políticos condenados por órgão colegiado, portanto, enquadrados na Lei da Ficha Limpa, que conseguiram concorrer amparados em decisões dos tribunais superiores, STJ, STF e mesmo o TSE.

               Um dos casos em que o PT lembra é o de Paulo Maluf, que teve o registro de candidatura cassado pela Justiça Eleitoral em 2014 e conseguiu um recurso no TSE, disputou a eleição e hoje é Deputado Federal.

               Vamos imaginar que Lula concorra e aconteça o desastre dele se eleger Presidente da República. Teríamos um caso inédito de um presidente que, após o término do governo, deveria ir para a cadeia direto, com base na lei que garante prisão após condenação em segunda instância.

               Alguém duvida que Lula, antes de submeter-se ao que diz a lei, destruiria o Brasil, se necessário?

               Cabe sempre lembrar e repetir: o próximo presidente eleito deverá indicar, no mínimo, três novos Ministros para o STF.

              O drama da Segurança Pública, que pautará a próxima eleição, é muito mais que discutir somente prisão de assaltantes e assassinos. Estamos diante de casos repetidos de descumprimento da lei. A segurança jurídica está em jogo. A punição prevista em lei a criminosos condenados está sendo vilipendiada no país. A legislação está sendo rasgada a céu aberto pelas autoridades públicas.

              A maioria da população não domina estes conceitos, basilares em países civilizados. Esta é a parcela da população com que Lula conta para eleger-se.

              Lembrem-se do título daquele filme, “Perigo Real e Imediato”. Estamos vivendo o nosso.

              Por fim, convenhamos:  partido que tiver a cara de pau de aliar-se ao PT para fazer campanha para Lula, deve ser marcado na paleta. Lula, se quiser comparar-se a alguém, deveria ser com Maluf.

              Embora o ex-presidente esteja muito adiante do deputado paulista nesses assuntos pelos quais foram condenados.

LULA E BOLSONARO NO II TURNO, PREVÊ IBOPE

31 de outubro de 2017

Na sua primeira pesquisa para as eleições presidenciais de 2018, o Ibope avalia que Lula estaria com 35% das intenções de voto, contra 15% de Jair Bolsonaro, em segundo lugar.

 

A seguir, com 8% a 11% do eleitorado estaria Marina Silva.

Menos cotados, viriam Geraldo Alckmin, Luciano Huck, João Doria e Ciro Gomes, com intenções de voto entre 5% e 3%.

O resultado foi divulgado na manhã de domingo, pela coluna de Lauro Jardim em O Globo.A pesquisa foi realizada entre 18 e 22 de outubro. Ouvidas 2.002 pessoas em todos os estados, com margem de erro de dois pontos percentuais.

Ao que tudo indica, mesmo se condenado em segunda instância, é provável que Lula dispute a eleição. Se para isso o  STF precisar “reinterpretar” a legislação que barra os ficha sujas, isso não surpreenderá ninguém.

O que está bastante evidente é que a população com cérebro está farta. A presença de Lula poderá radicalizar o processo.

O tema Segurança deverá predominar o debate. Os números apresentados por Bolsonaro são sintoma disso.

Entre os eleitores com mais de cinco salários mínimos, Bolsonaro tem 27% enquanto Lula tem 19%. Porém, entre os os que ganham até um salário mínimo, Bolsonaro tem 5%, contra 50% de Lula. Bolsonaro é forte entre os eleitores da faixa dos 16 aos 24 anos e com escolaridade média ou superior. Isso explica sua força nas redes sociais.

Será necessário fazer com que o eleitorado compreenda o que é possível fazer para melhorar o país, com debates e formulação de propostas claras, embora o clima não esteja para isto.

É com o que contam Lula e seus estrategistas. Sua eleição é um descalabro possível, mesmo com todo o desgaste dele e do PT e apesar do fiasco que se vê nos vídeos de suas caravanas. Seu sucesso eleitoral é a única chance de livrar a ele e muitos dos seus da cadeia.

Nunca é demais lembrar que o próximo presidente deverá indicar, no mínimo, três integrantes do STF.

Porém, há um dado que as pesquisas não captam ainda. Os fanáticos dispostos a votar em Lula, em sua quase absoluta totalidade, já o terão feito no primeiro turno. Se chegar o momento de decidir entre Lula e Bolsonaro, num eventual segundo turno, é provável que o segundo nome capte uma enorme parcela dos eleitores que optaram por outros candidatos na primeira votação. A rejeição de Lula é estimada em 54% do eleitorado. Além de outra obviedade: Lula não tira votos de Bolsonaro. Mas Bolsonaro pode avançar nos números de Lula.

Agora, apenas a hipótese de um condenado disputar, com chances, a presidência, já será suficiente para ter uma ideia do caos que sua eleição poderia causar.

A BAIXARIA DA SEMANA

25 de julho de 2017

Normalmente em casos que envolvam dinheiro mal havido, apenas a menor parte aparece nas contas correntes ou de investimento dos implicados.

É impossível não lembrar disso ao saber que a “Brasil Prev”, do Banco do Brasil, bloqueou R$ 9 milhões em contas de Lula. Parte do valor é relativo a um plano empresarial da LILS, empresa de palestras de Lula e o restante era um plano individual do próprio. Lula fez um aporte único no momento de adesão aos planos, em 06 de junho de 2014.

Vamos relembrar onde estávamos em 06 de junho de 2014, dia do magnífico aporte de dinheiro nas contas de Lula.

O Brasil estava no auge da mentira. Estava aí a Copa, vivia-se a campanha antecipada para a reeleição de Dilma Roussef.  Naquele exato dia, Lula esteve em Porto Alegre, onde participou do Fórum Desenvolvimento, Inovação e Integração Nacional, promovido pelo jornal EL PAÍS.

O elemento disse um monte de bobagens. Ironizou as críticas sobre os rumos da economia dizendo que “se o problema do mercado financeiro fosse só mau humor, é só chamar um humorista”, provocando risos na plateia de puxa sacos, que incluía o então governador Tarso Genro.

Lula também criticou também a cobertura “pessimista” do Brasil por veículos de comunicação nacionais e estrangeiros, principalmente os ingleses e americanos. “O que os jornais fazem com a Dilma só é similar ao que faziam com o Chávez na Venezuela“, reclamou.

Um parentese: vendo-se o que ocorre atualmente na Venezuela, que vive em guerra civil graças ao poste de Hugo Chavez, o tiranete Nicolas Maduro, pode-se entender bem quem tinha razão…

Voltando ao evento ocorrido no dia do mega depósito nas contas de Lula, ele, eufórico, afirmou que o Brasil era então uma potência mundial. A “quinta maior economia do mundo”. Comparou nossa situação com a do México.  “Fui me inteirar dos fundamentos econômicos mexicanos,  o que eles estão fazendo de melhor, nós já fizemos com a Petrobras há 20 anos” (como assim, os mexicanos também saquearam a PEMEX?).

Continuando a desfiar bobagens, Lula ressaltou a “importância de se aumentar as relações comerciais com nações africanas” (que o diga o BNDES).

Depois desta pequena amostra de dispendiosas bobagens, cabe a constatação que enquanto no Peru Ollanta Humala está preso preventivamente por ter recebido doações de campanha da Odebrecht a pedido do PT, aqui nosso réu máximo continua solto, em plena campanha eleitoral, bancando a vítima como tática de defesa.

Em um  protesto onde compareceram meia dúzia de gatos pingados movidos à mortadela, batizado pela CUT como “Eleição sem Lula é Fraude”, o mega réu declarou ao jornalista José Trajano que “O PT errou porque tinha nascido para mudar o jeito de fazer política neste país, ao aceitar o jogo de fazer campanha nos moldes que os outros partidos faziam, mas não cometeu 10% dos erros que falam. Não tem ninguém mais honesto que o PT aqui.”

Levaremos décadas para superar o mal que este elemento causou e continua causando ao Brasil.

CHANTAGEM

17 de janeiro de 2017

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Artigo publicado no jornal Correio de Cachoeirinha desta terça feira, 17.01.2017.

Na última quarta feira Lula esteve em Salvador, na celebração da Lavagem do Bonfim onde participou de encontro com militantes do MST.

 

No encontro, reafirmou mais uma vez sua disposição de disputar a presidência:

 

“Se preparem, porque, se necessário, eu serei candidato. Se eu for candidato, é para a gente ganhar as eleições. Nós vamos voltar a governar este país”-   disse à plateia, paramentada com os habituais bonés vermelhos, que gritava: “Brasil pra frente, Lula presidente”.

 

Lula criticou a gestão do antigo vice de Dilma: “O que está acontecendo no Brasil é algo anormal. Esse país não pode sair da alegria, do otimismo e da esperança que estava para a desgraça que estamos vivendo hoje”.

 

Disse que vai andar pelo país com a tarefa (impossível) de recuperar a imagem do PT e a sua própria.

 

Presente em Salvador no mesmo dia e questionado sobre à manifestação de Lula, o senador Ronaldo Caiado (DEM) não deixou por menos:

“Lula não tem credibilidade nem coragem de andar no meio do povo quanto mais popularidade para disputar uma nova eleição presidencial.”

E arrematou:

“Lula, aqui em Salvador, ficou encurralado no Parque de Exposições, mantendo uma estrutura ao lado de uma facção para lhe proteger. Lula não tem a coragem de andar em um estado do Nordeste, nem de fazer essa caminhada ao Bonfim. Isso mostra que ele não tem popularidade para chegar à presidência.”

 

Réu em cinco processos criminais, três deles no âmbito da Lava-Jato e mais dois relativos às operações Zelotes e Janus, o anuncio de candidatura tem os ares de uma estratégia elementar. Ao anunciar suas intenções políticas, Lula pretende criar constrangimento para evitar um de seus maiores temores: ter decretada sua prisão. É a forma que encontrou de antecipar-se e classificar como “perseguição” qualquer movimentação normal em seus vários processos criminais em tramitação. Nada além de estratégia de defesa.

 

Como bem destacou Caiado, como seria possível uma campanha de Lula?

Vamos imaginar a presença dele em um aeroporto ou em qualquer lugar público. A cada caminhada ou incursão nas ruas, choveriam protestos, xingamentos e todo o tipo de situações constrangedoras, protagonizados por pessoas indignadas. Até confrontos poderão acontecer, que produziriam inevitavelmente vídeos vexatórios que em minutos estarão nas redes sociais e viralizariam em horas.

 

 

Mesmo que Lula se faça acompanhar por dezenas de seguranças onde quer que vá, ou pelo “exército do Stédile”, como ele já se referiu aos militantes do MST, sua candidatura seria um vexame eleitoral que enterraria de vez o mito que ele finge ser. Esse é um risco que ele não pode correr.

 

Lula perdeu aquilo que nenhum político pode prescindir jamais: o respeito.

Enio Meneghetti

 

 

O JOGO ESTÁ ABERTO!

11 de outubro de 2016

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Nem bem concluídas as eleições municipais, mas já com o clima bem mais passível de ser interpretado, começam as projeções acerca da próxima eleição presidencial. Entre nomes cotados, Lula, Marina Silva, Aécio Neves, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, José Serra, Ronaldo Caiado, Henrique Meirelles. Mas não apenas estes.

Depois de Michel Temer declarar que não concorrerá a reeleição, Henrique Meirelles gostaria de recuperar a economia e ser presidente. Porém, se isso ocorrer, ninguém garante que Michel Temer não mude de ideia e resolva ele mesmo disputar a reeleição.

Lula, embora repetidamente “ameace” o país com sua candidatura, com os resultados obtidos pelo PT nas recentes eleições municipais, ficou claro que isso não passa de tática para poder vitimizar-se ao sofrer as sanções legais que seus inúmeros problemas em processos criminais inevitavelmente lhe trarão. Se insistir, com chances impossíveis de sucesso, submergirá frente a um vexame que enterrará de vez o “mito” que nunca foi. Além disso, mesmo que ainda não tenha sido condenado em segunda instância e preso até 2018, alguns de seus processos estarão em pleno julgamento justamente no ano da eleição. Se concorrer, seria a renúncia à possibilidade de fazer-se de vítima.

O PSDB tem Serra, Aécio e Alckimin- este último fortalecido após a vitória de João Dória Jr em São Paulo. Já cogita-se a realização de prévias. Com ou sem a escolha pelo voto dos filiados, como sempre o partido sairá dividido do processo de escolha. Já especula-se até que José Serra cogita filiar-se e concorrer pelo PMDB, se não for o nome escolhido.

Para embaralhar mais o processo, Marina Silva tentaria ser candidata a vice numa chapa com o PSDB. A pretensão teria causado frisson em integrantes da Rede. Cabe lembrar que embora Marina tenha apoiado o impeachment, o Senador Randolfe Rodrigues, nome de destaque em seu partido, foi repreendido por Marina por ter posição favorável a Dilma.

O PDT ensaia o lançamento de Ciro Gomes. Candidato de temperamento difícil, uma candidatura que tem tudo para não decolar.

Diante de tantas incertezas pairando sobre os antigos protagonistas PT e PSDB, além da fragilidade das demais candidaturas, é bem possível que um outsider possa ter força para ganhar a eleição.

Partido que apoiou o PSDB em várias disputas para presidência da República, o DEM quer ser protagonista em 2018.

Recém reeleito prefeito de Salvador com mais de 74% dos votos e provável candidato ao governo baiano, ACM Neto afirmou que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) deverá entrar na disputa presidencial.

Caiado tem a seu favor um posicionamento que vai ao encontro da mensagem que veio das urnas no último dia 2 de outubro. Seu partido sempre fez a mais forte oposição ao PT e está passando incólume pelos escândalos que abalaram o país.

Será um pleito histórico, onde abre-se a possibilidade de um segundo turno sem partidos de esquerda.

Enio Meneghetti