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ONDE ESTÁ LULA?

4 de julho de 2017

 

                 Atravessamos a semana e não veio a sentença de Lula. Confirmada a condenação, começará a corrida contra o relógio, que será determinante para que o TRF-4 possa ou não endossar o veredicto a tempo de Lula ficar inelegível para a disputa presidencial de 2018.

                  A estratégia óbvia é que o PT seguirá tratando Lula como perseguido político. Mas mesmo entre os petistas, já não há consenso sobre a estratégia. Dentro da sigla já há tendências defendendo que o PT adira à candidatura de Ciro Gomes, do PDT.

                  Na prática,  só resta a Lula aguardar a sentença – e a pena – que Moro irá lhe determinar e torcer para que a ruptura do iceberg representado pelo processo do tríplex não sirva para que se mostrem mais corajosos aqueles que já se atrevem a divergir dele dentro do partido. Para alguns destes líderes petistas a forma como a crise está se desencadeando pode abrir espaço para Jair Bolsonaro como um nome da direita. Na região Nordeste, reclamam os petistas, a falta de ação de Lula já teria, inclusive, proporcionado crescimento do deputado carioca.

                  A realidade é que, do tsunami que Lula aguarda, mal se viu a crista.

                  Réu em cinco ações penais, três pela Operação Lava Jato, uma pela Operação Janus e uma pela Operação Zelotes, além de alvo em outros inquéritos, fora o caso do triplex, cuja sentença sairá a qualquer momento, Lula também tem outra acusação por Obstrução de Justiça perante a Justiça Federal do Distrito Federal. Trata-se daquele caso que também envolve o ex-senador Delcídio do Amaral e outras cinco pessoas, acusadas de tentar obstruir a Lava Jato com a compra do silêncio de Nestor Cerveró.

Também, oriundo da Operação Janus, corre na Justiça Federal do DF, processo onde Lula tem outra acusação por tráfico de influência. Seria  perante órgãos do governo e o BNDES, para beneficiar a Odebrecht em contratos em Angola. É o famoso caso em que também está Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira mulher de Lula. Também da Operação Zelotes, há mais uma acusação na Justica Federal do DF que apura se Lula de fato integrou um esquema com seu filho, Luís Cláudio, com a empresa Marcondes & Mautoni, em negociações para a compra de 36 caças suecos Gripen, além da prorrogação de uma MP que concedida incentivos fiscais para montadoras de automóveis.

                Ainda pela Lava Jato, há o caso do terreno que seria usado para a construção do Instituto Lula, comprado pela Odebrecht e não utilizado. Mais o apartamento vizinho ao dele, em São Bernardo do Campo, no mesmo andar onde mora o réu. Sem esquecer da compra e reforma do sítio de Atibaia.

                Há várias outras suspeitas e inquéritos em andamento. A defesa e o próprio Lula, negam tudo, naturalmente.

                Por fim, pesquisa do Instituto IPSOS, aponta que para 64% dos entrevistados o PT ainda é o mais partido mais corrupto, mesmo com o atual esforço midiático de colocarem-se a todos na mesma vala. Seguem-se o PMDB, com 12%, e o PSDB, com 3%. 17% não souberam.

                Os bochinchos dentro do PT, certamente continuarão.

                Enio Meneghetti

“SE NÃO ESTIVER MORTO, DEPUTADO TEM QUE IR VOTAR! ”

6 de abril de 2016

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Instalado em um hotel próximo ao Palácio da Alvorada, Lula tem abertamente negociado cargos e verbas, sem nenhum pudor ou constrangimento, na tarefa de tentar barrar o impeachment.  A cada dia surgem novas histórias de cotações milionárias para o preço de cada voto.

 

Desde a saída oficial do PMDB, a estratégia tem sido concentrar esforços em PP, PR e PSD e outras siglas menores.

 

Embora esteja ainda distante dos 172 deputados de que precisa para barrar definitivamente o impeachment, a estratégia tem sido também investir em deputados que estejam dispostos ao vexame de faltar à votação em plenário.

 

Se o governo conseguir evitar o comparecimento dos  342 deputados, correspondentes aos 2/3 de votos necessários para a aprovação do impeachment, terá ganho a parada. Daí avalia-se o preço no mercado da corrupção da compra da omissão de deputados que concordarem “adoecer” no dia da votação.

 

Caberá a população a tarefa de monitorar a atitude destes parlamentares que não tendo coragem de votar a favor de Dilma em público, tentem ludibriar a opinião pública inventando uma diarréia. Votando contra ou ausentando-se, estarão votando na permanência de Dilma.

 

Cabe a população mobilizar-se  e cobrar posicionamento dos deputados. Vele tudo nesta hora: email, mensagens, recados no facebook, whatsapp.

 

Afinal, estão eles do lado do governo ou do povo, cuja maioria a favor do impeachment foi avaliada na pesquisa do datafolha em 70%?

 

O deputado Mendonça Filho (DEM) não deixou por menos: “Se o deputado não estiver morto, ele tem que vir votar”.

 

A votação será aberta e nominal. Será assistida ao vivo pelo país inteiro. Imagens de quem votou contra serão imortalizadas. Da mesma forma, serão listados os omissos, ou ausentes. Isso terá preço na próxima eleição. E não sejamos ingênuos, é isso o que está sendo discutido nos discretos salões acarpetados.

 

Infelizmente, parece que o Supremo Tribunal Federal, pela maioria de seus integrantes, está  fazendo vistas grossas ao que acontece neste país. E além de não ter agido até agora, parece desejar impedir de fazê-lo a quem tem esta disposição.

 

A presidente da República tem dado demonstrações de absoluta perda do comando do governo. Vem usando o ambiente livre de vaias do Palácio do Planalto para realizar comícios. Em cerimônia realizada na semana que passou, Aristides Santos, secretário da CONTAG, fez em palácio um discurso pregando violência:

 

“Vamos ocupar as propriedades deles, as casas deles no campo. É a Contag e os movimentos sociais que vão fazer isso. Vamos ocupar os gabinetes, mas também as fazendas deles. Se eles são capazes de incomodar um ministro do Supremo Tribunal Federal, vamos incomodar as casas deles, as fazendas e as propriedades deles. Vai ter reforma agrária, vai ter luta e não vai ter golpe”.

 

Casos como este explicam que os brasileiros elegeram como herói nacional um juiz! Um juiz que parece ser o único a cumprir o que todos os membros do judiciário deveriam estar fazendo. Por que será o Juiz Moro parece ter um comportamento distinto dos demais membros do judiciário brasileiro a ponto de contar com a aprovação maciça da população brasileira?

 

Por que nossa mais alta corte parece estar tão alheia aos problemas que tanto afligem a população brasileira?

 

Até quando?

 

Enio Meneghetti

Artigo publicado no jornal”Correio de Cachoeirinha” de 06.04.2016