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Um Funil a Céu Aberto

29 de junho de 2011

Os Nós do Trânsito (01)

A cada dia mais as pessoas que moram em Porto Alegre tem reclamado dos crescentes problemas de trânsito.
 
E o que se vê é muito discurso e pouca ação das autoridades encarregadas de gerenciar o problema.
 
Para começar, abusando do marketing, trânsito virou “Mobilidade Urbana”.
 
Ora, trânsito é TRÂNSITO! Onde andam todos, sejam pobres ou ricos, pedestres ou motorizados, carros, ônibus, caminhões ou motocicletas. 
 
Muitos dos nós existentes poderiam ser resolvidos com intervenções bem simples.

Por exemplo, o problema de fechar os cruzamentos, quando muda o sinal. Especialmente quando o trânsito está engarrafado, os motoristas, levados ao desespero, param ou deixam o “rabo” do carro na área do cruzamento de vias, quando o sinal fecha, impedindo que o tráfego da outra rua avance e aí tudo pára, agravando o problema. A prefeitura se faz de cega e não age. E a solução seria simples. 
 
Em vez de gastar uma fortuna em publicidade de “um novo sinal”  (o sinal da mão que por sinal não deu certo)a prefeitura podia ter melhor empregado estes recursos com um bom programa de educação para o trânsito. No entanto, só confundiram a cabeça de motoristas e pedestres para criar algo que já está na legislação de trânsito (e que é privativa do CONTRAN!). Preferiram jogar pedestres x motoristas e ficar assistindo mais um capítulo do caos.

 
Ora, e por que não deu certo? Se alguns motoristas,  que são habilitados, não conhecem direito as regras de trânsito e confundem-se com o “novo sinal”, imagine o pedestre! Sim, porque com essa medida, a ação de nossas autoridades foi delegar ao pedestre – que não estudou necessariamente a legislação de trânsito e não tem obrigação de saber que o sinal só vale nas esquinas onde não tem sinaleiras – a tarefa de sinalizar o tráfego!  A confusão está instalada.
 
Pensando estrategicamente, educação para o trânsito deveria ser matéria do currículo escolar. Crianças com 10 ou 14 anos, em pouco tempo serão os futuros motoristas. Aulas atrativas e interessantes poderiam mudar o quadro de (maus) motoristas que temos hoje, preservando vidas e com um trânsito fluindo melhor.
 
Mas justiça seja feita, essa má prática de fazer marketing com trânsito não foi iniciada na atual gestão. Isso foi lançado entre nós pela auto proclamada “Administração Popular”.  Eles  cunharam e abusaram da frase:
 
“Não vamos privilegiar o transporte individual”. chegando ao ponto de Raul Pont culpar FHC pelo já caótico trânsito de Porto Alegre, porque facilitava a compra de automóveis – isso há mais de 10 anos. 
 
E fizeram de tudo para dificultar a vida dos pobres coitados que podiam se dar ao luxo (?) de andar de automóvel. Como se os ônibus também não andassem no trânsito, ou se automóvel fosse luxo de ricos e para poucos, como se não existissem milhares de profissionais autônomos ou não, que dependem de um automóvel para deslocar-se para trabalhar. Ou como se pessoas de menor poder aquisitivo não tivessem carro e as frotas de empresas não se deslocassem para ajudar a engordar o PIB e gerar impostos e riqueza para ser desperdiçada em más políticas de toda ordem.
 
 Para começar, afunilaram os cruzamentos, com aquelas tartarugas refletivas pregadas no chão que existem nas esquinas e fazem com que um só carro atravesse por vez. Aquilo foi feito para criar engarrafamentos e o tráfego fica realmente com a rapidez de tartarugas. 
 
Conduziram também obras intermináveis como a III Perimetral, onde o viaduto da Carlos Gomes x Nilo Peçanha chegou a ficar paralizado mais de 6 meses após levarem à falência a empreiteira encarregada da obra. Porto Alegre ainda aguarda por obras planejadas no governo  Vilella. A III Perimetral é ainda de antes daquele tempo. Aliás foi o último prefeito digno de ser assim chamado, pois pensou e planejou a cidade. Os outros foram meros remendões.
 
Igualmente a passo de tartaruga foi a reforma do viaduto da João Pessoa, junto a Faculdade de Direito da UFRGS.
 
E aquele túnel com “rotatória aérea”, na Protásio com Carlos Gomes, obra faraônica da Administração Popular, (aliás, nem dá para chamar de faraônica, porque as obras dos faraós funcionavam e, principalmente, duravam) que poderia, sozinha, ter suprido os recursos para construir os viadutos que ficaram faltando.
 
A Sertório, que nunca havia engarrafado até o dia em que botaram lá aquele corredor tão ocioso como é o da mencionada – e permanentemente engarrafada – III Perimetral –  a obra que nasceu velha e ultrapassada.
 
Então,  como o assunto é amplo, vamos abordá-lo um-a-um, nos próximos posts:


O novo sinal; o hábito de fechar cruzamentos; os nós localizados; o estreitamento de vias; a necessidade de mais espaços de estacionamento; a praga que são alguns serviços de manobristas ou ‘valet’, que atuam no meio da rua; os “tranca-rua” e aí por diante.
 
Sugestões ou críticas, serão muito bem vindas.

Nosso Sonho do Metrô

10 de maio de 2011

Creio que não há um só portoalegrense que não deseje o metrô, última esperança para minorar nossos crescentes problemas de trânsito. 
  
Mas não compreendo por que até hoje ninguém pensou em uma linha entre a Estação Anchieta do Trensurb, junto a Free-Way até a Avenida Assis Brasil, junto a FIERGS. 
 
Esta linha poderia correr paralela a Free-Way, a céu aberto, e estaria integrada ao atual  Trensurb. Atravessaria áreas sub aproveitadas, atendendo a região mais populosa da cidade, que é o extremo da Zona Norte, além de municípios vizinhos. Custaria uma pequena fração do valor previsto para a obra recentemente anunciada pela prefeitura de Porto Alegre e causaria poucos transtornos durante sua realização. Poderia ficar pronta em até um ano, prazo muito inferior ao previsto para a conclusão da totalidade da linha 2. Não inviabiliza o projeto recentemente anunciado pela Prefeitura de Porto Alegre. Pelo contrário, até o suplementa, com a integração não prevista com o atual Trensurb.
  
Com linhas de ônibus de integração, a ligação Estação Anchieta/FIERGS atenderia não só a Zona Norte, como também os municípios de Cachoeirinha, Gravataí e Alvorada, tal e qual o desejo de todos. E facilitaria o acesso aos municípios de Canoas, Sapucaia, Esteio,  São Leopoldo, contribuindo para ajudar a desafogar o  trecho mais problemático da BR 116. 
 
Uma única composição de vagões poderia percorrer o trecho Estação Anchieta/FIERGS em cerca de cinco minutos. 
 
Há espaço suficiente no bairro Anchieta para ser construída a área de embarque/desembarque, bem como para realizar melhorias na passarela de pedestres atual, sobre a BR 116, integrando a Estação Anchieta a esta sugerida. Igualmente, não parece ser problema o espaço disponível próximo a FIERGS/Free-Way, já que o atual projeto da linha 2, inclusive, prevê oficina de manutenção de trens naquela área.
  
Além das linhas de integração por ônibus, poderiam também ser previstos  bolsões de estacionamento  próximos da área junto a FIERGS para usuários da linha oriundos dos vários bairros da Zona Norte, Sarandi, Rubem Berta, Protásio Alves, Mario Quintana, etc, além de Alvorada, Cachoerinha, Gravataí e até Viamão.

O prefeito Fortunati disse não ter um plano “B” para o caso da não inclusão da linha 2 do metrô no PAC da Mobilidade Urbana.  Mas para que os gaúchos e portoalegrenses possam usufruir  dos benefícios do metrô mais rapidamente que os cinco anos estimados para a execução da obra constante do projeto da linha 2 (sem contar o tempo decorrido até a aprovação pelo Governo Federal), fica aqui esta sugestão. Simples, eficiente e muito mais rápida e barata.