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Disputa Entre Prefeitura e Estado por Imposto

19 de maio de 2011

Há alguns dias, ao comentar o post sobre a Inspeção Veicular, o José Antônio Freitas perguntou por uma questão que dirigi ao prefeito José Fortunatti, durante palestra deste no tradicional Tá Na Mesa da Federasul, ocorrida em 23 de março.
  
Ao final
do encontro, dirigi a seguinte pergunta ao Prefeito:

“Até 2010 a Prefeitura de Porto Alegre taxou com ISSQN mais de 400 empresas que recolhiam ICMS.
A Constituição brasileira deixa claro que quando incide ICMS não pode incidir ISSQN.

Apenas uma pequena empresa, que sempre esteve em dia com o fisco, foi autuada em R$ 1,5 milhão pela prefeitura, conforme matéria do Jornal do Comércio de 12 de abril de 2010.


Por que nossos agentes públicos insistem em asfixiar o setor produtivo?”
 
Para que se entenda melhor a questão, vejam a matéria do Jornal do Comércio abaixo:

 

fonte: Jornal do Comércio – 12/04/2010



Ao responder, Fortunati demonstrou visível irritação.
 
De cara disse que não era verdade que os “agentes públicos” quisessem asfixiar o setor produtivo. E ainda:

“até, quando os empresários precisam, nos encaminham demandas, como em relação à mobilidade urbana…” – (imaginem, como se isso não fosse obrigação).

E depois tangenciou a questão em si, dizendo: “Isso é um tema polêmico… as empresas estão recorrendo à justiça…” – e mais não disse. Ou seja, ele sabe muito bem do que se trata, não negou e é óbvio que não arredará o pé.

Parece incrível a falta de empatia que muitos de nossos administradores públicos tem por quem empreende e corre riscos no mercado.
 
Você está em dia com seus tributos e um dia recebe a visita do Fisco. E termina autuado em R$ 1,5 milhão.
 
 
 
Não se trata simplesmente de esperar “a justiça decidir”. Além de perder horas de sono, de reuniões com advogados, da preocupação, das despesas, um tempo precioso que estaria sendo melhor usado pensando em formas de melhorar o negócio e o produto, de expandir, de ganhar mercado e produzir ARRECADAÇÃO é desperdiçado enquanto alguns pretendem que se deixe de recolher algo que iria para o CAIXA A e querem que vá para o CAIXA B.

Só há duas maneiras de aumentar a arrecadação. A mais fácil e preferida da maior parte de nossos  governantes é aumentando impostos. Seja pelo simples aumento das alíquotas ou, mais discretamente, pela mudança compulsória dos métodos de cálculo – caso da Substituição Tributária (assunto obrigatório de um dos próximos posts). Ou ainda  criando novos tributos, como o caso da taxa da Inspeção Veicular. Usando e abusando dessa prática, chegou-se ao absurdo atual de, ao redor de 50% de tudo o que ganhamos ou produzimos, direta ou indiretamente, vai para as mãos dos governos via impostos.

A segunda maneira de arrecadar, muito mais racional, justa e inteligente, seria aumentando a produção.  Reduzindo impostos. E assim barateando os produtos. Vendendo mais e com isso arrecadando mais pelo maior volume. Opção já testada e comprovada em várias oportunidades.
 
Do jeito que vamos, em pouco tempo, as receitas (Municipais, Estaduais, Federais) públicas estarão brigando por um corpo inerte e sem vida, que será o da empresa nacional. Usam de toda a sua expertise, eficiência e voracidade na cobrança de tributos para desperdiçar na sua irrefutável prodigalidade irresponsável, sempre com o fim único de manter o poder a qualquer custo, desde que seja dos outros. É duro constatar que a única parte do governo que funciona, e com rapidez, é a arrecadação. Até demais. Todas as outras são deficientes ou inexistentes.

 

A Inspeção Veicular

12 de maio de 2011

O governador Tarso Genro, que elegeu-se dizendo que não aumentaria impostos, está enviando para a Assembléia o chamado “pacotarso”, que entre outras coisas, cria a Inspeção Veicular.
 
Parece até que o governador estaria usando jogo de palavras: afinal, aumentar é diferente de criar…
 
Nada contra a Inspeção Veicular em si. Tudo o que possa trazer mais segurança ao nosso já caótico trânsito, em princípio, é bemvindo.
 
O que fica difícil de aceitar é que além do IPVA, do licenciamento e outras taxas, seja criada mais uma.
 
Que façam a vistoria. Mas que esteja dentro do que já é pago.

E justamente quando se começa a discutir o projeto da Inspeção Veicular, um grupo de estudantes de publicidade elaborou e postou na Internet um excelente e bem humorado vídeo, intitulado: “Porto Alegre – Paraíso do Golf”.
 
Onde os buracos do campo improvisado são justamente os existentes nas ruas e avenidas de nossa capital.
         
 

 
 
Ora, se a Inspeção Veicular examinará itens de segurança como molas, amortecedores e estado geral da suspensão dos veículos,  não seria o caso de combinar antes com o prefeito (afinal, já foram até companheiros!) e tapar os buracos como os que são mostrados nesse vídeo?
 
Agora, tem de asfaltar direitinho. Não adianta fazer como outros fizeram,  simplesmente passar camadas de asfalto uma sobre a outra. Antes de asfaltar, tem de fazer a fresagem do piso. Senão acontece como aquele pintor apressado, que pinta sem lixar a pintura velha. Descasca.
 
Que é o que está acontecendo agora.
 
Também seria bom nivelar as tampas dos bueiros. Reparem. Passaram várias camadas de asfalto, durante anos seguidos  e deixaram as tampas dos bueiros como estavam. Uma tampa desnivelada, obviamente, equivale a buraco.
 
Primeiro cumpram a obrigação.  Depois podem cobrar.   
 
Triste sina a nossa, de eternos pagadores de impostos taxas e contribuições.