Embora ele tenha dado entrevistas negando a possibilidade de concorrer a um mandato tampão, ainda tem gente querendo emplacar Nelson Jobim.
Jobim é atualmente banqueiro, sócio de André Esteves no Banco BTG Pactual. O mesmo Esteves que foi preso preventivamente, juntamente com Delcídio Amaral, como suspeito de envolvimento no caso da compra do silêncio de Nestor Cerveró.
Claro que Jobim não tem nada com isso, mas foi bastante comentado – certamente pura fofoca – que “embargos auriculares” teriam sido promovidos por Jobim para o relaxamento da prisão preventiva de Esteves.
Jobim foi deputado constituinte. Admitiu publicamente ter enxertado na atual Constituição Federal artigos que não foram votados. Teria sido uma manobra combinada com Ulisses Guimarães, segundo ele.
Ele também protagonizou em seu escritório o famoso encontro entre Lula e Gilmar Mendes, quando Lula “intimou” Gilmar a aliviar no julgamento do Mensalão. A tentativa desajeitada rendeu um enorme bafafá, na ocasião.
Ministro da Justiça, ministro e presidente do STF, ministro da Defesa, em cuja gestão fantasiou-se para tirar foto com farda camuflada em uma incursão na Amazônia, Nelson Jobim é o nome preferido por Fernando Henrique Cardoso, por Lula e, ao que se sabe, até por Michel Temer.
Obteria os votos do PMDB, do PSDB, do PT. Essa majestosa preferência só poderia indicar uma coisa: boicote total a Lava Jato. O que mais espanta é que alguém tenha uma ideia dessas em público.
Enquanto essas tramas aconteciam, adeptos de Lula, forças políticas e sindicais, promoveram atos de terrorismo em Brasília. Foram a Esplanada para assustar, destruindo e semeando pânico. Aquela velha ameaça de “chamar o exército do Stedile”, ou a surrada afirmação “pegaremos em armas”, foram ensaiadas com o objetivo único de assustar, usando um bando de arruaceiros.
Exigiam a queda do vice de Dilma. Eleito por quem? Por eles mesmos.
Marcharam em direção ao Congresso dispostos a destruir tudo o que pudessem. Um quebra-quebra disfarçado de protesto. Incendiaram, entre outros, o Ministério da Educação, o mesmo que adoram fingir que defendem. Quiseram demonstrar uma força que não possuem. Temer acionou as Forças Armadas. Com as críticas da extrema esquerda, amarelou. Foi um erro.
Outro sintoma preocupante foram as declarações de Gilmar Mendes, terça feira, defendendo que o STF deveria rever a decisão de decretar prisão após sentença em segundo grau.
A decisão do Supremo, de que seria possível a prisão de réus condenados após a decisão condenatória em segundo grau, ou seja, sem esgotar todos os recursos, foi tomada em fevereiro do ano passado e festejada pela população de bem. Mas a aprovação causou preocupação a réus que contavam com a impunidade pela via da prescrição, graças aos incontáveis recursos possíveis na legislação brasileira.
Em outubro, os ministros voltaram a discutir o tema e após grande expectativa, um placar 6 a 5 confirmou a decisão anterior, mesmo com a mudança de voto de Dias Toffoli.
Uma mudança no voto de Gilmar Mendes, agora, mudaria o quadro. Afinal, por que justamente agora, discutir o mesmo tema pela terceira vez, ministro Gilmar Mendes?
Tem gente influente queimando todas as fichas para não pegar cadeia.