O fato político do dia aqui na aldeia foi a desistência do deputado Raul Pont em disputar a indicação para concorrer a prefeito de Porto Alegre.
A coluna da jornalista Rosane Oliveira hoje destaca que seu objetivo principal foi atingido. Era impedir o PT de abrir mão da candidatura própria “como queria a direção nacional”. Diz mais: “Sua candidatura nasceu para contestar quem dizia que o PT deveria indicar o vice de Manuela D’Avila ou José Fortunatti”.
Aí é que está o ponto. Estamos então perto da situação de partido único. Fortunatti e Manuela estavam ávidos por conquistar o apoio petista, defendido pela direção nacional. O famoso José Dirceu chegou a vir a Porto Alegre para encontrar-se discretamente com o governador Tarso Genro para advogar o apoio a Fortunatti. Reuniu-se também com o atual prefeito. E ninguém fala nada! Onde está a oposição? O PMDB local, que faz um discreto barulhinho em contraponto a Tarso Genro, ocupa com o deputado Mendes Ribeiro Filho importante pasta no ministério, nada fala.
A tal “base aliada” de Fortunatti na Câmara de Vereadores, composta de ferrenhos adversários dos petistas, faz cara de paisagem. O PP não deveria se manifestar sobre o flerte do Prefeito com o PT? Mas o que é isso? Onde está a tão proclamada “politização” dos gaúchos nessa hora, onde o adesismo e a disputa por cargos falam mais alto que a coerência e o histórico? Como esperar que com um quadro fisiológico destes o eleitor, o contribuinte, o cidadão, seja representado dignamente?
