Na disputa eleitoral de 1992 nos Estados Unidos, o caminho para a vitória de Bill Clinton sobre George Bush foi resumido por James Carville, que cunhou a frase – “É a economia, estúpido!”, referindo-se a recessão existente, apesar dos louros pela vitória na Guerra do Golfo obtida por Bush.
A frase virou “case” de marketing eleitoral nos Estados Unidos e, com a pequena variação observada no título deste artigo, poderia ensinar alguma coisa a certos grupos que insistem em negar a realidade de hoje, no Brasil.
Refiro-me a ditadura das minorias barulhentas. Um bom exemplo é a síndrome do “politicamente correto”. Essa mania de tentar dizer a todos o que devem pensar, a imposição do que é certo ou errado, na visão autoritária dos radicais de sempre.
Assim, seria bom que examinassem com lupa os resultados de uma pesquisa encomendada pela Record TV e pelo R7 ao instituto Real Time Big Data, que desenhou o perfil desejado pelo eleitor para o próximo Presidente da República.
Entre os dados apurados, 85% dos entrevistados não querem que o presidente esteja sendo investigado por corrupção. Parece meio óbvio, não? Mas não é só isso.
Os temas mais importantes, na avaliação dos eleitores, são o combate à corrupção, com 21%, economia e geração de empregos, com 20%. Saúde, 18%, segurança pública, 17%, Educação, 13%, desenvolvimento social com 11%. Destaque-se o empate técnico entre os quatro primeiros itens.
Com as devidas variações regionais, a média aponta também que 75% dos eleitores desejam ver eleito um candidato de cor branca. Do sexo masculino, preferem 65%. Que acredite em Deus, para esmagadores 89%. Logo, não surpreende que 70% queiram um presidente que seja contra o aborto. Assim como 64% são contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Deu para começar a interpretar os anseios da população ou vão continuar tentando impor às pessoas o que devem pensar e querer?
Amplos 92% querem a diminuição da maioridade penal para os 16 anos. 74% são contrários à liberalização da maconha.
Ao contrário do que se poderia imaginar, experiência política é considerada como imprescindível para 80% dos entrevistados.
Fica absolutamente claro o divórcio entre o que esperam os eleitores em relação ao que a mídia apregoa no dia a dia.
A pesquisa, que está disponível no site da emissora que a encomendou, revela uma tendência claramente conservadora por parte do eleitorado. Mas não apenas isso.
Chama atenção que a maioria silenciosa pensa de forma muito diferente do que certos grupos induzem a pensar. Estes buscam impor suas preferências, mesmo que, se necessário, tenham de trapacear as regras do jogo, se farejarem que algo possa sair de forma contrária a seus interesses.
Recentemente tivemos um exemplo claro deste tipo de atitude, aqui mesmo no Rio Grande do Sul.
Depois de incluírem na Constituição Estadual a exigência de plebiscito para privatizar empresas estatais, imaginando que jamais a população votaria favoravelmente à venda dessas empresas, ao sentirem que havia o perigo do povo decidir contra o que desejavam, tiraram do eleitor a possibilidade de escolher. Vergonhosamente tiraram do povo a faculdade de decidir o que quer, imposta por eles mesmos, como forma de impedir decisões de governo.
Estes são os agentes públicos que costumam tachar de “golpistas”, “fascistas,” a qualquer um que se atreva a pensar de forma diferente da deles.
Para o desespero desse tipo de personagem, só faltou desenhar o rosto de quem a maioria da população deseja ver eleito.