O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse a propósito das prisões da nova etapa da Lava Jato, a Operação Pixuleco, que o esquema vai além de José Dirceu como recebedor e beneficiário.
A investigação tem José Dirceu como o instituidor do esquema Petrobrás ainda no tempo da Casa Civil.
– Chegamos a um dos líderes principais, que instituiu o esquema. – disse o procurador.
O uso do plural enche de esperança a todos aqueles que reclamam pelo fim da impunidade.
Comenta-se que Dirceu teria afirmado que caso fosse preso de novo, estaria propenso a “entregar todo mundo”. Segundo a revista Época, Dirceu teria calculado que se contar o que sabe, “poderia estar solto em três anos”.
O procurador afirmou também que “isso passou pelo mensalão, passou pela investigação do caso, passou pela prisão e perdurou, apesar da movimentação da máquina do STF e do Judiciário”.
O atrevimento da reincidência e o descaso às instituições levam a uma pergunta óbvia: quem deu a Dirceu a confiança necessária para que chafurdasse tão profundamente na roubalheira?
“Temos uma ideia boa e clara de onde podemos chegar, mas isso é fato sigiloso”, disse o procurador.
“Toda empresa tem uma estrutura piramidal, os cabeças tomam as decisões. Essas pessoas dizem ‘faça’ e os outros fazem. Eles não tomam nota, não fazem reuniões com operadores financeiros. Simplesmente têm uma função de colocar as pessoas nos lugares certos e de determinar. José Dirceu, evidentemente, colocou Renato Duque na Diretoria de Serviços da Petrobrás e Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento, atendendo a pedido de José Janene. Repetiu o esquema do Mensalão. A responsabilidade de José Dirceu é evidente no Mensalão e na Lava Jato, como beneficiário. Não mais como partidário, mas para enriquecimento pessoal”, afirmou o procurador.
Para os principais líderes da oposição, as investigações aproximam-se cada vez mais de Lula, Dilma e o núcleo principal do partido do governo.
Comenta-se ter sido constatado um aumento na vazão do esgoto cloacal em São Bernardo do Campo, SP.
Seria algum mito?
Enio Meneghetti
