João Santana e Mônica Moura admitiram em juízo terem recebido depósitos no valor de US$ 4,5 milhões feitos pelo lobista Zwi Skornicki na Suíça, relativos à quitação de dívidas de campanha de Dilma. A presidente afastada provisoriamente afirmou que “não sabia”.
Para justificar o fato de só agora terem feito tal revelação, João Santana foi claro: “Eu achava que isso poderia prejudicar a presidente. Ajudei sua eleição, não a queria destruir.” Mônica Moura seguiu na mesma toada: “Eu não quis incriminá-la, não queria piorar sua situação”.
Mônica explicou que eram credores de R$ 10 milhões referentes à campanha de 2010, e que foi instruída pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto a procurar o empresário Zwi Skornicki. Por sua vez, ele confirmou a versão de Mônica: “Ela chegou e disse: ‘vim a mando de Vaccari para acertar o pagamento.’” Zwi explicou que mantinha com Vaccari uma conta para repassar propina de contratos da Keppel Fels com a Petrobras e Sete Brasil. Que o dinheiro da propina do contrato da P-56 foi depositado como doações legais ao partido. Confirmou tudo o que já era sabido.
A única saída que resta a Dilma Rousseff, que já anda reclamando da “agonia do impeachment”, será RENUNCIAR antes da votação do processo de impeachment pelo Senado.
É a manobra óbvia. Selado o impeachment, sua situação – e “agonia” – ficaria muito pior. A única forma que lhe resta para amenizar o tsunami de processos que enfrentará será tentar manter os direitos políticos, que perde imediatamente em caso de impeachment.
Depois poderia tentar uma absurda candidatura no RS, onde não faltarão cabeças dispostas a apoiá-la. E assim tentar manter os processos sob seu controle.
Afinal, se ela considera que o atual momento lhe é desagradável, imagine-se sem emprego, sem a renda de ex presidente – que, impichada, perderia – sem mais contar com equipe de serviçais que o estado garante a ex presidentes. A única maneira de tentar salvar-se dos processos que lhe aguardam no Brasil e no exterior é uma renúncia, com vistas a concorrer em 2018.
Do contrário, ela não terá como enfrentar os processos relativos a crimes relacionados à má gestão na Petrobras, como a compra desastrosa da refinaria de Pasadena, aos tempos em que era Presidente do Conselho de Administração da estatal.
O comentário de que está “cansada da agonia”, não tem outra aparência do que preparo da justificativa para um ato de renúncia.
Que, espera-se, receba o repúdio da população brasileira, farta de chicanas legais.
Um rotundo NÃO à renúncia.
Enio Meneghetti