Quarta feira aconteceu uma acareação muito interessante na CPI da Petrobrás.
Um bom resumo do “modus operandi” dos criminosos segue no vídeo abaixo e na descrição feita pelo próprio requerente, deputado Onyx Lorenzoni:
“Na reunião da CPI da Petrobras hoje, aqui em Curitiba, tivemos a acareação a meu pedido entre
Augusto Mendonça Neto, empresário e um dos delatores da Lava Jato,
João Vaccari Neto, ex- tesoureiro do PT que hoje encontra-se preso, e
Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras que também está preso.
Iniciei lembrando que os três já estiveram na CPI em audiências individuais.
Lembrei que Vaccari foi pego na mentira durante a CPI e logo após foi preso. Vaccari se tornou tesoureiro do PT em 2010, mas em 2008 já atuava como arrecadador de propina.
Mendonça Neto confirmou que se reuniu com Vaccari a pedido de Renato Duque para indicar onde deveria ser depositada a propina dos contratos da Petrobras, dando um aparente ar de legalidade.
Além dos depósitos, Vaccari solicitou a Mendonça que contratasse a Gráfica Atitude, que segundo o MPF, tem o mesmo endereço da sede estadual do PT em São Paulo.
Além disso, para pagamento de propina, Mendonça também emitiu notas fiscais de serviços de terraplanagem que nunca foram executados. Mendonça Neto confirmou tudo.
A quadrilha petista que tomou de assalto a Petrobras, só nos contratos da diretoria de serviços, roubou entre 150 e 200 milhões de dólares, segundo um dos delatores do esquema, o ex-gerente Pedro Barusco, ligado a Renato Duque.
Também em sua delação, Barusco afirma que Renato Duque pediu ao lobista da empresa holandesa SBM, Julio Faermann,um reforço de 300 mil dólares para a campanha de Dilma em 2010. Questionei Duque sobre o fato e ele preferiu se calar.
Todos os bandidos que usaram o direito ao silêncio na CPI já foram ou estão presos.”
“O senhor estava prestando serviço para o seu chefe”, disse o deputado do DEM a Paulo Roberto Costa
Por: Felipe Moura Brasil 25/08/2015 às 18:06
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) apontou as ligações de Lula com os membros da “quadrilha da Petrobras” durante a acareação entre os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff na CPI do Petrolão na tarde desta terça-feira.
“Na minha opinião, o senhor está protegendo alguém desde o início”, disse o democrata a Costa, referindo-se a Lula.
Lorenzoni citou o depoimento dado à CPI pelo ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) – condenado no mensalão e preso pela Operação Lava Jato – segundo o qual Lula foi quem indicou Costa para a Diretoria de Abastecimento.
Em seguida, mencionou a intimidade de Lula com o ex-diretor a quem tratava como “Comendador” ou “Paulinho”, além da interlocução que Costa tinha com a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a ponto de lhe mandar, em 29 de setembro de 2009, o e-mail revelado por VEJA em novembro de 2014.
Na ocasião, Costa passou por cima de toda a hierarquia da Petrobras para advertir o Palácio do Planalto que, por ter encontrado irregularidades pelo terceiro ano consecutivo, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia recomendado ao Congresso a imediata paralisação de três grandes obras da estatal, entre elas a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Assim, como quem não quer nada, mas querendo, Costa lembrou a Dilma, naquele e-mail, que em 2007 houve solução política para contornar as decisões do TCU e da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.
Lorenzoni questionou o objetivo da mensagem:
“Para quê? Para não interromper o fluxo da roubalheira! O senhor estava prestando serviço para o seu chefe.”
O deputado do DEM pediu então a convocação de Lula à CPI para “dizer ao Brasil se é verdade que ele escolheu Paulo Roberto para deixar mais fornida a quadrilha, se é verdade que ele foi traficante de influência para a família Odebrecht e se é verdade que o diretor-presidente Ricardo Pessoa, da UTC, não tinha hora para entrar no Palácio, entrava a hora que queria, porque era o homem da copa e da cozinha”:
“Luiz Inácio Lula da Silva tem muita explicação para dar ao Brasil e é missão dessa CPI botá-lo nesta cadeira.”
A intervenção de Lorenzoni sobre Lula começa especialmente a partir dos 6 minutos do primeiro vídeo abaixo e vai até o final do segundo.
Assista. Transcrevo outras partes em seguida.
“O senhor é o homem chamado de Paulinho. Eu não conheço nenhum outro dirigente da Petrobras com quem um presidente da República tinha esse grau de intimidade. O senhor é o homem a quem Lula deu o título de Comendador, decerto pelos ótimos serviços prestados à quadrilha petista que estava lá na Petrobras.”
“Porque o senhor atendeu o PT, o senhor pagou a conta da barriga de aluguel, mas o senhor ajudou muito o PT a fazer caixa. E quando o senhor teve que escolher em ajudar alguém do partido que lhe deu a maior honra, o maior cargo que o senhor ocupou na vida, [para] quem é que o senhor tirou dinheiro do bolso para pagar? Foi para deputado do PT, foi para candidatura do PP? Não, o senhor tirou do seu bolso, da sua conta para doar para a campanha do PT de 2010 no Rio [de Janeiro].”
“O senhor é o homem que tinha a capacidade de mandar um e-mail para a ex-ministra Dilma Rousseff sugerindo que a mesma atitude política adotada em 2007 e 2008 – o senhor confessou isso!… Para evitar que o TCU interrompesse Abreu e Lima, a Renest. Para quê? Para não interromper o fluxo da roubalheira! O senhor estava prestando serviço para o seu chefe.”
“E aí o ex-líder do Partido Progressista, ex-ministro de Dilma Rousseff, no dia 29/03/2014: ‘Quem era o principal interlocutor de Paulo Roberto?’ Não é um qualquer, não é um deputado de oposição falando, era o ex-ministro Mario Negromonte, aqui textualmente: ‘Quem tinha contato direto com ele era Lula’! Isso a gente sabe.”
“Eu encontrei em 6 de maio de 2004, próximo da sua assunção ao cargo de diretor, o Pedro Corrêa, que é um boquirroto, (…) dizendo – antes da sua nomeação – que o novo diretor será Paulo Roberto Costa. Por quê? Porque ele ouviu da boca do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
Enio José Hörlle Meneghetti, 65 anos, é administrador de empresas. Tem cursos de especialização em marketing e mercado de capitais. Liberal conservador, já atuou nas esferas pública e privada. Foi Diretor de Incentivo ao Desenvolvimento da METROPLAN, Gerente Estadual da GEAP. Assessorou o deputado Onyx Lorenzoni, foi Chefe de Gabinete do Vice-Governador (RS) Paulo Afonso Feijó. Autor do livro "Baile de Cobras", biografia do ex-prefeito de Porto Alegre e ex-governador do Rio Grande do Sul, Ildo Meneghetti, seu avô.