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Veja: Dinheiro para pagar Dirceu saiu de ‘conta-propina’ do PT

4 de julho de 2015

 

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DISFARCE – José Dirceu faturou 39 milhões de reais supostamente prestando serviços de consultoria. Os documentos de Pessoa mostram que o dinheiro usado para pagar o ex-ministro saiu da conta-propina do PT, abastecida com dinheiro desviado da Petrobras(Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

O petista José Dirceu ganhou muito dinheiro. Desde que deixou a Casa Civil abatido pelo escândalo do mensalão, em 2005, o ex-ministro recebeu cerca de 39 milhões de reais oficialmente fazendo consultorias para o setor privado. As investigações da Operação Lava-Jato, no entanto, desvendaram a verdadeira natureza dos serviços do mensaleiro. Em sua delação premiada, o empreiteiro Ricardo Pessoa apresenta documentos que mostram que as consultorias nada mais eram do que fachada para o recebimento de dinheiro desviado da Petrobras. O dono da UTC contou aos investigadores que foi procurado pelo ex-ministro em meados de 2012. Dirceu, que exercia forte influência sobre os diretores da Petrobras, ofereceu ao empreiteiro os seus serviços de consultor. Assim como no caso do pedido de Edinho Silva, negar dinheiro a Dirceu poderia ser sinônimo de problemas. Melhor não arriscar. Afinal de contas, os negócios iam muito bem. O empreiteiro fechou um acordo para pagar 1,4 milhão de reais ao mensaleiro. O objeto do contrato: prospectar negócios no exterior.

A única coisa que José Dirceu prospectou foram aditivos ao contrato. Sem nenhum tipo de serviço prestado, o consultor conseguiu mais 906 000 reais da UTC no ano seguinte. Quando a última parcela desse segundo contrato venceu, Dirceu já fazia parte da população carcerária do presídio da Papuda, em Brasília. Mas nem a prisão foi capaz de atrapalhar os negócios do ex-ministro. Ricardo Pessoa contou aos investigadores que, a pedido do próprio Dirceu, assinou um segundo aditivo, de 840 000 reais. O contrato foi firmado quando o mensaleiro já estava no terceiro mês de prisão. “Apenas e tão somente em razão de se tratar de José Dirceu e da sua grande influência no PT é que, mesmo sabendo da impossibilidade de ele trabalhar no contrato firmado, porque estava preso, o aditamento foi feito e as parcelas continuaram a ser pagas”, disse o dono da UTC aos procuradores. O mais impressionante: como a tabela acima comprova, metade do dinheiro pago pela UTC a Dirceu foi debitada com autorização de Vaccari da conta-corrente que a empreiteira administrava para o PT. Ou seja, o ex-ministro foi pago com propina da Petrobras.

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Matéria da revista Veja

Propina da Petrobras financiou advogado de réus do mensalão!

10 de março de 2015

Suprema cara-de-pau. Réus do mensalão pagaram advogado com propina do escândalo da Petrobrás.

Qual a diferença entre quem age assim e um assaltante de bancos que rouba outro banco para pagar o advogado do roubo anterior?

A diferença é que o assaltante, pelo menos teve coragem, arriscou a pele em um assalto à mão armada. Já os réus do caso acima, além de tudo são covardes, pois nem para enfrentar perigo servem.

                                                                 YoussefFolha

Do blog do Josias de Souza:

“Em depoimento prestado no último dia 11 de fevereiro, o delator premiado Alberto Yousseff revelou que, durante o julgamento do processo do mensalão, a defesa de dois dos réus, os ex-deputados José Janene (PP-PR) e Pedro Corrêa (PP-PE), foi custeada com verbas sujas obtidas em negócios ilíticos de empreiteiras com a Petrobras. O próprio Youssef intermediou os repasses, que somavam até R$ 70 mil mensais.

Suprema desfaçatez: os réus pagaram os honorários do seu defensor num escândalo de corrupção embrenhando-se noutro escândalo ainda maior. (…).

O repórter Jailton de Carvalho conta que Youssef informou que conhecia o escritório de advocacia que cuidava da defesa de Janene e Corrêa. (…).

De acordo com a transcrição do depoimento, o doleiro Youssef disse que fez “vários pagamentos em dinheiro vivo” para cobrir os honorários que o advogado cobrava dos dois deputados. O dinheiro era entregue no escritório do defensor em Brasília —“…entre 40 mil e 70 mil reais por mês”, disse o doleiro.

Ouvido, o advogado confirmou os pagamentos. Mas disse desconhecer Youssef. “Quem me pagava era o PP, de quem eu era advogado desde 2003. Se o dinheiro vinha dele [Youssef] eu não posso saber. Eu emitia notas para o PP”. O doutor declarou que não era ele o responsável pelos recebimentos no escritório. “Não sei se eram transferências bancárias, cheque ou dinheiro vivo. Mas não teve nenhum pagamento que não teve nota emitida.”