Suprema cara-de-pau. Réus do mensalão pagaram advogado com propina do escândalo da Petrobrás.
Qual a diferença entre quem age assim e um assaltante de bancos que rouba outro banco para pagar o advogado do roubo anterior?
A diferença é que o assaltante, pelo menos teve coragem, arriscou a pele em um assalto à mão armada. Já os réus do caso acima, além de tudo são covardes, pois nem para enfrentar perigo servem.
Do blog do Josias de Souza:
“Em depoimento prestado no último dia 11 de fevereiro, o delator premiado Alberto Yousseff revelou que, durante o julgamento do processo do mensalão, a defesa de dois dos réus, os ex-deputados José Janene (PP-PR) e Pedro Corrêa (PP-PE), foi custeada com verbas sujas obtidas em negócios ilíticos de empreiteiras com a Petrobras. O próprio Youssef intermediou os repasses, que somavam até R$ 70 mil mensais.
Suprema desfaçatez: os réus pagaram os honorários do seu defensor num escândalo de corrupção embrenhando-se noutro escândalo ainda maior. (…).
O repórter Jailton de Carvalho conta que Youssef informou que conhecia o escritório de advocacia que cuidava da defesa de Janene e Corrêa. (…).
De acordo com a transcrição do depoimento, o doleiro Youssef disse que fez “vários pagamentos em dinheiro vivo” para cobrir os honorários que o advogado cobrava dos dois deputados. O dinheiro era entregue no escritório do defensor em Brasília —“…entre 40 mil e 70 mil reais por mês”, disse o doleiro.
Ouvido, o advogado confirmou os pagamentos. Mas disse desconhecer Youssef. “Quem me pagava era o PP, de quem eu era advogado desde 2003. Se o dinheiro vinha dele [Youssef] eu não posso saber. Eu emitia notas para o PP”. O doutor declarou que não era ele o responsável pelos recebimentos no escritório. “Não sei se eram transferências bancárias, cheque ou dinheiro vivo. Mas não teve nenhum pagamento que não teve nota emitida.”