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DE QUEM É A CULPA?

29 de maio de 2018

O país parou com a greve dos caminhoneiros.

O aumento quase diário dos combustíveis foi pretexto para a paralisação. É duro enfiar goela abaixo do consumidor de combustíveis a conta pelo rombo causado na Petrobras.

Mas há muito mais. Temos o preço elevadíssimo dos pedágios. Pessoalmente, não me importo de pagar pedágios, desde que sejam oferecidas vias de qualidade. O preço de um pneu inutilizado, de uma roda torta, amortecedores e suspensão gastos prematuramente, sempre será muito menor que o valor cobrado no pedágio. Mas pagar pedágio e receber estradas nas condições em que rodamos?

Temos ainda – sim! – a indústria das multas. Agora praticamente automatizadas. São um fim em si mesmo, onde o que menos interessa é a redução de acidentes e a melhoria das vias. O objetivo é a arrecadação.

Além de sofrerem avarias com as péssimas condições dos pavimentos, o contribuinte, em vários estados, tem de pagar para fazer inspeções veiculares.  O que não se diz é que grande parte dos danos apontados nestas inspeções são consequência direta do mau estado das vias públicas. E ao reparar seus veículos, danificados nos buracos estatais, o contribuinte paga imposto sobre serviços de mão de obra e sobre as auto peças. Alguém já calculou quanto rende a indústria dos buracos?

Eis apenas algumas das muitas razões pelas quais a população – que sente no bolso tudo isso – aceitou com alguma simpatia a greve dos caminhoneiros, apesar dos transtornos causados.

A greve trouxe o caos. A mobilidade ficou enormemente prejudicada, gêneros de necessidade sumiram rapidamente, enquanto alguns inescrupulosos apressaram-se em tirar proveito.

A opção rodoviária, em detrimento da ferroviária, mostra seu preço.

Aeroportos fechados, não se sabe se escolas poderão funcionar, seja por falta de alunos ou de professores. Não se sabe se supermercados terão produtos para vender, se hospitais terão pessoal ou medicamentos, e assim por diante. Caos total. Somos totalmente dependentes de um modal em frangalhos.

Nos governos Lula e Dilma o Brasil jogou fora enormes quantidades de dinheiro em roubos e obras inúteis e/ou inacabadas, em estádios no meio do nada, termoelétricas e portos doados a países falidos, enquanto a malha rodoviária, base de transporte de nossa economia, se deteriorava a olhos vistos.

Descobriu-se ser capaz de parar o país em menos de uma semana.

Aconteça o que acontecer ao longo desta semana, o Brasil sai desta tempestade conhecendo uma enorme vulnerabilidade.

Nossa situação é muito grave.