“UM PARTIDO PARA TEMPOS DE GUERRA”

Um partido para tempos de guerra

Quem acha que estamos longe de um processo de  “venezualização”, não pode deixar de conhecer o documento intitulado  “Caderno de Teses para o Quinto Congresso Nacional do PT”.

O Congresso está marcado para 11 a 13 de junho, em Salvador.

 

A primeira “tese” da publicação dá o tom:  Um Partido para Tempos de Guerra e vai ao ponto: “O Partido que temos não está à altura dos tempos em que vivemos. Das direções até as bases, é preciso realizar transformações profundas. Precisamos de um partido para tempos de guerra”.

Alguns dos objetivos: “Ocupar as ruas, construir uma Frente Democrática e Popular, mudar a estratégia do Partido e a linha do governo. O PT está diante da maior crise de sua história. Ou mudamos a política do Partido e a política do governo Dilma  ou corremos o risco de sofrer uma derrota profunda, que afetará não apenas o PT, mas o conjunto da esquerda política e social, brasileira e latinoamericana”.

O documento propõe a constituição de  “uma frente popular em defesa da democracia e das reformas “ cujo programa deve conter “a revogação das medidas de ajuste recessivo; O combate à corrupção” (?); a reforma tributária com destaque para o imposto sobre grandes fortunas; a defesa da Petrobrás (?) .

 

 Seguem nos devaneios: “A Frente Democrática e Popular é essencial para derrotar o golpismo e libertar o governo da chantagem peemedebista.”.

Vão além: “Se queremos melhorar a vida do povo, se queremos ampliar a democracia, se queremos afirmar a soberania nacional, se queremos integrar a América Latina, (…) é preciso realizar reformas estruturais no Brasil, que permitam à classe trabalhadora controlar as principais alavancas da economia e da política nacional. Para isto, precisamos (…) dividir e neutralizar a burguesia, isolando e derrotando o grande capital transnacional financeiro”.

“A oposição de direita controla parte importante do Judiciário, (?) do Parlamento e do Executivo, em seus diferentes níveis. Agora está trabalhando intensamente para também controlar as ruas, utilizando para isto sua militância mais conservadora, convocada pelos meios de comunicação, mobilizada com recursos empresariais e orientada pelas técnicas golpistas das chamadas “revoluções coloridas”. Caso a direita ganhe a batalha de ocupação das ruas, não haverá espaço nem tempo para uma contraofensiva por parte da esquerda”.

“É possível derrotar momentaneamente a direita, até mesmo sem a ajuda do governo. Mas é impossível impor uma derrota estratégica à direita, se a ação do governo dividir a esquerda e alimentar a direita. Por isto, o 5º Congresso do PT deve dizer ao governo: que os ricos paguem a conta do ajuste, que as forças democrático-populares ocupem o lugar que lhes cabe no ministério, que a presidenta assuma protagonismo na luta contra a direita, contra o “PIG” e contra a especulação financeira”.

“A mobilização da direita visa criminalizar não só o PT e o conjunto dos partidos de esquerda, mas também a classe trabalhadora nas suas mais diversas expressões, organizações e movimentos: os sem-terras, os sem-tetos, os sindicatos combativos, os grupos e entidades populares etc. Não pode ser outra a leitura do ódio presente nos atos do dia 15 de março”.

 

(…) “ o PT defende tolerância zero com a facção golpista da direita”.

 

 

“Faz-se necessário implementar uma política de comunicação do campo democrático e popular, iniciando pela construção de uma agência de notícias, articulada a mídias digitais, que sirva de retaguarda e de instrumento(…) articulada à produção de um jornal diário de massas, (…)  orientada por valores democrático-populares e socialistas, combatendo a crescente ofensiva conservadora (…)”.

 

” (…)  Que recoloque o socialismo como objetivo estratégico. Que constate que o grande capital é nosso inimigo estratégico. Que não acredite nos partidos de centro-direita como aliados. Que seja baseada na articulação entre luta social, luta institucional, luta cultural e organização partidária. (…)”.

 

“Convencer a nós mesmos, ao PT, de que precisamos sair da situação atual, em que buscamos melhorar as condições de vida do povo nos marcos do capitalismo, para uma nova situação, em que melhoraremos as condições de vida do povo através de reformas estruturais democrático-populares e de medidas de tipo socialista. Só retomaremos a condição de partido hegemônico no governo, se nos dispusermos a conquistar/construir as condições para sermos partido hegemônico no poder de Estado”.

Enfim, quem quiser ler as 165 páginas de ameaças, pode acessá-las no endereço eletrônico http://www.pt.org.br/wp-content/uploads/2015/04/TESES5CONGRESSOPTFINAL.pdf

CADERNO TESES PT

Não é uma leitura agradável, mas é essencial conhecer a íntegra do absurdo.

http://www.eniomeneghetti.com

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