Agora é o “garçom do Lula”.
Na década 80, sindicalistas petistas frequentavam o restaurante São Judas Tadeu, em São Bernardo. Eram atendidos sempre por um garçom simpático, chamado Carlos Roberto Cortegoso. Lula logo ficou seu amigo e levou-o para o PT, onde arranjou-lhe um emprego.
Cortegoso agora é um dos investigados da Operação Custo Brasil. Ele começou a prosperar nos anos 90, quando abriu uma empresa para produzir materiais de campanha. Virou o principal fornecedor do PT, produzindo desde estruturas de palanques a materiais como camisetas, faixas, placas e banners.
Na última campanha de Dilma sua gráfica Focal recebeu pagamentos de cerca R$ 25 milhões. Cortegoso está tendo dificuldades para conseguir explicar à Justiça Eleitoral como sua empresa poderia ter prestado serviços em tal montante. Também é suspeito de ter recebido R$ 309 mil do esquema em apuração pela Operação Custo Brasil, que apura desvio de recursos no Ministério do Planejamento por meio dos empréstimos consignados.
Entre outros clientes, o candidato ao governo de SP, Alexandre Padilha e a candidata ao governo do Paraná, Gleisi Hoffmann, também utilizaram os serviços da Focal.
Em matéria neste domingo, o Estadão trouxe um relatório da Receita Federal repassado à Polícia Federal e ao MPF onde é demonstrado que outra das empresas de Cortegoso, a CRLS Consultoria e Eventos, movimentou cerca de R$ 50 milhões, embora tenha declarado 1/5 deste valor como receita bruta em determinado período.
A suspeita lógica é que tenha havido caixa 2 com recursos vindos do PT , do Petrolão e dos empréstimos consignados do Ministério do Planejamento.
A Lava Jato e a Custo Brasil em conjunto estão apurando a origem das entradas nas contas bancárias e o paradeiro do dinheiro. Buscam provas de que pagamentos de fornecedores de campanhas do PT serviram para ocultar propinas. A relação entre a Focal e a campanha de Dilma Rousseff é alvo de uma perícia contábil no TSE.
Na última campanha de Dilma os pagamentos à Focal ficaram atrás em montante apenas aos feitos ao mago-marqueteiro João Santana, atualmente em prisão preventiva pela Lava Jato em Curitiba.
Onde há fumaça, costuma ter fogo.
Enio Meneghetti
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