Ele produziu coisas quase impossíveis. Melhor exemplo foram as sucessivas eleições de seus dois mais famosos “bonecos”, atualmente, como ele, atolados em problemas.
As coisas entraram em escalada vertiginosa mesmo a partir daquela famosa mensagem encontrada no celular de Marcelo Odebrecht, sobre o risco da “cta suíça chegar campanha dela”.
No despacho onde prorrogou o prazo de prisão temporária do ventríloquo e sua simpática senhora, o juiz Sergio Moro chegou a mencionar que a Odebrecht utilizou “as mesmas contas empregadas para pagar propina aos agentes da Petrobrás para remunerar João Santana e Mônica Moura”.
Enquanto isso, Lula esperneia como pode. Reclama que está sendo atacado, que o MP está sendo parcial, pois ele não é dono de nenhum apartamento no Guarujá ou sítio em Atibaia.
Vem criticando a decisão do STF, que aprovou a prisão de condenados em segunda instância, mesmo que possam recorrer à instância superior. Seria tudo um complô contra o primeiro boneco.
Ele tem motivos mais do que suficientes para estar preocupado.
A jornalista Monica Bergamo publicou na Folha que representantes de Lula teriam se reunido com a área jurídica da Odebrecht para combinar as explicações que a empresa daria na Justiça sobre a reforma do sítio. O engenheiro Frederico Barbosa disse que não pouparia ninguém. Em seu depoimento disse que fez a reforma do sítio de Lula a mando da empreiteira. Sem outra saída, a Odebrecht confirmou.
O caldo entornou e Emílio Odebrecht se convenceu de que a delação premiada é o melhor caminho para o grupo. Márcio Faria e Rogério Araújo já estariam acertados, com a concordância do patrão. Que inclusive corre o risco de fazer companhia ao filho no cárcere.
Com tudo isso em jogo, Lula, por sua defesa, comunicou ao promotor Cássio Conserino que não comparecerá ao depoimento marcado para a próxima quinta feira no Fórum da Barra Funda por não reconhecer sua autoridade frente ao caso do triplex do Guarujá. Também deveriam depor sua esposa e filho. Tomou esta atitude de confronto antes mesmo da análise do habeas corpus preventivo que impetrou. Será interessante ver qual será a atitude do promotor ante a desobediência dos intimados.
Além das investigações sobre o sítio e o triplex, a Força Tarefa da Lava Jato está intimando empresas, bancos e entidades de classe que fizeram pagamentos a empresa de palestras de Lula para que apresentem os documentos relativos aos pagamentos efetuados e comprovem a efetiva realização das palestras. O COAF identificou R$ 27 milhões em pagamentos à empresa de Lula, de abril de 2011 a maio de 2015. Tais eventos serão dissecados. Será que alguém os registrou em vídeo?
O procurador Deltan Dallagnol declarou à Folha de São Paulo:
“Existem dois modos de responder uma acusação. O primeiro modo é mostrar que aquilo que a pessoa disse é mentira e está errado. O segundo é desacreditar e tirar a credibilidade das pessoas que te acusam. O que vários acusados têm feito diante da robustez das provas é buscar agredir o acusador, tentando tirar desse modo a credibilidade. Mas isso é criar uma espécie de teoria da conspiração.”
Temos várias implosões em gestação. Com o ventríloquo construtor de versões em cana, a gestão do desastre está acéfala. Bom motivo para prolongar sua estada em Curitiba.
Enio Meneghetti
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