publicado no jornal Correio de Cachoeirinha – 29.10.2014
Dilma Rousseff venceu com  51,6% dos votos contra 48,4% de  Aécio Neves. Â
Foi uma decisão praticamente no olho mecânico.
Em Minas Gerais, Dilma venceu.  Mesmo com Aécio vitorioso em Belo Horizonte, com 64,3% dos votos frente aos 35,7% da petista, no estado como um todo, Dilma  obteve 51,18% dos votos.
Antes das eleições, estimava-se que Aécio poderia abrir uma grande diferença em Minas, com até cerca dos 70% dos votos válidos. Um número que, se tivesse acontecido, teria ajudado o tucano a inverter o resultado da disputa ao Planalto.Â
E por que isso não ocorreu? Devido às calúnias, mentiras e agressões baixas que sofreu, tanto nos comerciais da adversária como pela ação da guerrilha petista, amestrada para atuar nas redes sociais.
Sem a máquina de pressão do governo esta senhora jamais teria sido eleita. Esta é uma desgraça com a qual teremos que conviver durante os próximos 4 anos.
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Mesmo as bobagens cometidas pelos petistas, como o ataque à sede de Veja, não foram suficientes para derrotá-los.
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A reportagem com as  revelações de Alberto Youssef, de que Lula e Dilma sabiam de tudo na Petrobras, também não foram suficientes para convencer o eleitorado da responsabilidade do governo com o descalabro na estatal.
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A consequência é que a economia deve piorar já. Nenhum investidor que se preze apostará em um governo acusado frontalmente de responsabilidade em um escândalo das proporções do que foi mostrado na revista editada pela Abril.Â
E todo o apoio à revista Veja, um dos únicos veÃculos de imprensa independentes e corajosos frente aos absurdos que ocorrem neste paÃs.
Possivelmente sofrerá o combate do governo. Estejamos atentos, em defesa da liberdade de informação. A imprensa que se cuide, porque Dilma poderá vir com mão pesada para perseguir opositores.
Afinal, ela não terá condições de governabilidade se for tragada pelos escândalos na Petrobras. Desta forma, o governo não poupará esforços para arrefecer o andamento e os efeitos da investigação em andamento e sua divulgação.Â
Atualmente, dos 11 ministros do STF –  a última instância da Justiça brasileira cuja função éÂ
resguardar a Constituição – os governos Lula/Dilma já nomearam sete. Dilma logo nomeará o substituto de Joaquim Barbosa e ao longo dos quatro anos do próximo mandato, até seis ministros deverão entrar em aposentadoria.
Será que a população brasileira se dá conta dos perigos que isso representa, em matéria de interferência do Poder Executivo no Poder Judiciário, no momento gravÃssimo que vivemos?
Duvido muito.
Aécio – e todos nós, por consequência – foi de um azar fatal por ter perdido a eleição em Minas Gerais, na Bahia, no Rio de Janeiro e em Pernambuco.
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Caberá a ele agora um papel de referência.  Terá de ser firme na oposição. Encarando o fato de que os petistas teriam feito de tudo para sabotar um eventual governo seu.
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Espera-se que como oposição, o senador Aécio Neves não caia em conversas falsamente conciliatórias do petismo, que apresentou a campanha mais baixa de nossa História. Tentarão um arrefecimento da oposição, da mesma forma como fez Lula para evitar um pedido de impeachment em seu primeiro mandato, logo após Duda Mendonça ter revelado pagamento com caixa 2 no exterior.
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Para livrar os corruptos envolvidos na operação Lava Jato – alguns de alto coturno – farão qualquer coisa.
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Espera-se que Alberto Youssef aguente firme, para que tudo caminhe de forma célere, enquanto o Supremo Tribunal Federal ainda tem remanescentes de tempos mais saudáveis, pois muitos dos envolvidos tem foro privilegiado. Â
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No poder, Dilma, Lula e os petistas, têm todos os motivos para sentirem-se aliviados. Mas sua situação no aspecto legal ainda não é confortável. Embora mantendo-se no poder, tenham muito mais capacidade de manobra. Mas já se veem no horizonte possibilidades concretas de ajuizamento de processos nos Estados Unidos, já que a Bolsa de Nova York não costuma ser tolerante com manipulações como as que derrubaram o preço das ações da Petrobras comercializadas lá, causando enormes prejuÃzos a investidores. Nos EUA isto é considerado gravÃssimo e dá cadeia das brabas.
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Não é como aqui, onde o sÃmbolo dos mensaleiros, José Dirceu, já deverá começar a cumprir sua pena em casa. Um deboche, lembrando ainda que a presidente reeleita recusa-se a classificá-lo como criminoso. É o “herói brasileiro”, aclamado pela bandalha. O sentimento de indignação deverá aumentar, a não ser que a mÃdia seja calada. O modelo de propaganda baseado na negação mentirosa dos crimes cometidos vem dando certo. Não se sabe até quando. Â
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É possÃvel que a vitória apertada leve à radicalização do processo polÃtico.Â
O Decreto totalitário n.o 8243 segue em vigor, para enfraquecer o Congresso e às Instituições democráticas.  (E.T.: este artigo foi enviado para o jornal antes da votação de ontem na Câmara Federal)
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O Brasil sofrerá para aguentar quatro anos de desperdÃcio, ineficiência, clientelismo e a corrupção endêmica para manutenção do poder. Â
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Os brasileiros conscientes estão de luto. Â
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Tags: Aécio, Bolsa de Nova York, Condolências, Dilma, eleições, escândalo, interferência do Executivo no Judiciário, Luto polÃtico, Pertobrás, Petrolão
29 de outubro de 2014 Ã s 23:10 |
Nem tudo está perdido. Melhorando a estratégia poderemos nas próximas eleições, em 18. O PT levou um susto. O escândalo da Petrobrás ainda vai causar muito barulho dentre os larápios. Precisamos caprichar: cuidar da água de São Paulo, termos um bom candidato no Rio, melhorar o voto no interior de Minas, não dar trégua no congresso, na medida do possÃvel. Temos lá bons senadores, acho que não vão dar moleza. Marina precisa ser mais decidida e abraçar a campanha contra o PT” no cedo” e prá valer. Abç.