O delator Milton Pascowitch sabe muito. Suas revelações ajudaram a colocar José Dirceu de volta atrás das grades.
“Na reunião da #CPIdaPetrobras para ouvir o lobista Milton Pascowitch abrimos uma possibilidade enorme para combater alguns casos em que os depoentes vêm com o “vou ficar em silêncio”, como foi o caso de hoje.
Só que aqui a gente estuda a constituição e as leis. Ele não poderia fazer isso.
Segundo a Lei da delação premiada – 12850/2013, quando é feito o acordo, o colaborador/delator renuncia ao direito de ficar calado e é obrigado a falar a verdade quando estiver frente à autoridade judicial ou ao delegado de polícia responsável pelo caso.
Nós, membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, somos autoridades judiciais, a Constituição nos assegura esse poder em seu artigo 58, § 3º.
Portanto, Pascowitch teria a obrigação de falar.
A lei da delação também obriga a manter o sigilo enquanto a denúncia não for oferecida pela justiça, o que ainda não aconteceu com Pascowitch, mas já foi homologada.
Tenho o hábito de me preparar. Estudar as leis, delações, depoimentos e tudo que envolve o meu trabalho.
Por isso, quando Pascowitch resolveu se calar, coloquei a possibilidade de uma reunião fechada para que ele pudesse falar sem ferir o acordo e, principalmente, a lei.
Recebi apoio da maioria dos partidos, exceto PSOL e PT, o que já era esperado.
Fizemos a reunião fechada, Pascowitch se calou, mesmo com todos os alertas.
Por isso, representarei à Justiça Federal e agora o depoente pode perder os benefícios da delação premiada, mas o que ele contou à justiça ainda está valendo.
Pascowitch fez a sua escolha.
Na minha opinião, fez a pior escolha.
E nós podemos ter construído uma importante jurisprudência.
CPI é coisa séria.”
Onyx Lorenzoni
#LavaJato #Corrupção #Pascowitch
Tags: CPI da Petrobras, delação premiada, José Dirceu, Milton Pascowicht, o direito de permanecer calado, Onyx, poderes das CPIs
Deixe um comentário