A primeira pesquisa sobre a eleição presidencial realizada após a Copa, apresentada pelo Datafolha na última quinta- feira, não trouxe boas notícias para a presidente Dilma Rousseff. Depois do vexame do 7 x 1, Dilma voltou a apresentar números similares aos anteriores à Copa.
Ruim mesmo para os governistas é a notícia do empate técnico em um eventual II turno. Neste levantamento, Dilma tem 44% e Aécio Neves, 40%. Como a margem de erro da pesquisa e e dois pontos percentuais para mais ou para menos, estão em empate técnico. Em fevereiro essa diferença era 27%. E durante a parte boa da Copa, de 7%.
A tendência hoje é a situação a piorar para a presidente, pois a taxa de desconhecimento que o público tem de seus adversários é maior do que a da atual presidente. Em resumo: ela já teria atingido seu ponto máximo, enquanto os adversários, com o início efetivo da campanha eleitoral, teriam a exposição pública aumentada.
Some-se a isso o fato de que a rejeição de Dilma é bastante superior aos dois principais adversários: 35% dos entrevistados afirmaram que não votariam em Dilma “de jeito nenhum”, contra 17% do segundo colocado, Aécio Neves e 12 % do terceiro, Eduardo Campos.
A pior notícia trazida pelo levantamento do Datafolha, portanto, não está no primeiro turno, mas no segundo.
O Datafolha constatou também que 29% dos 5.377 ouvidos nos dias 16 e 16 de julho desaprovam o governo. E 38% definem o governo como “regular”. Os dois índices críticos somados totalizam preocupantes 67%. Um descontentamento facilmente constatado nas ruas. Basta ouvir as pessoas informalmente, para constatar isso.
A má avaliação sofre a influência dos números da economia e da sensação que as pessoas vem tendo da perda da estabilidade da moeda. A inflação é perceptível e só não é pior devido a contenção artificial do preço dos combustíveis e da maquiagem das tarifas públicas, que o governo segura, para soltar depois da eleição. O endividamento das famílias já é enorme e a tendência é aumentar, inclusive pela inadimplência crescente. O mercado imobiliário já demonstra tendência de estagnação, assim como a venda de automóveis e eletrodomésticos. Os juros altos e a carga tributária cavalar, com 56 impostos sobre a atividade produtiva, mostram seu peso. E o governo segue gastando, endividando-se cada vez mais.
O calcanhar de Aquiles é a economia, portanto. É isto que decidirá a eleição.
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Tags: carga tributária, desgoverno, desvalorização, Dilma, eleição presidencial, endividamento, II turno, inflação, perda do poder de compra, pesquisa
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