Tem gente achando de muito “má educação” aqueles que vaiaram e xingaram Dilma no jogo de abertura da copa. Foi indelicado. Mas por que será, toda vez que a impopularidade dos governistas aparece, a comoção falsificada virá tática de defesa?
Não é novidade árbitros, bandeirinhas, times e jogadores ouvirem as mesmas expressões. A vida inteira se viu xingarem mãe de juiz de futebol e nunca disseram nada. Um ministro do STF pode ser humilhado e testemunhar sua reputação sofrer pesada campanha difamatória, racista e caluniosa por ter cumprido seu dever, sem que se dê um pio.
O presidente do partido que está no poder pode insinuar que o adversário político consome drogas.
Quem não se lembra do arsenal de indelicadezas cometidos neste país em benefício ao grupo dos agora vaiados?
Dossiês sujos, ataques de intelectuais à classe média, o “relaxa e goza”, desqualificações sistemáticas daqueles que discordam, o linguajar hostil, espalhado por membros ilustres do partido dos detentores do poder.
Onde estavam os arautos chapas-brancas quando Marco Aurélio top top Garcia fez o gesto obsceno para o povo brasileiro, para as famílias e as vítimas do acidente da TAM no Aeroporto de Congonhas, mostrado pela televisão, quando a hipótese de falha mecânica como causa do terrível acidente aliviava a responsabilidade do governo? Não lembro desses agora indignados virem a público condenar o gesto.
Os defensores do governo recorrem à velha e simples teoria da luta de classes para condenar as vaias e xingamentos no jogo de abertura da Copa. Líderes petistas alegaram que o ato de protesto mal educado partiu de uma “elite” formada por “cretinos”, “moleques”, “preconceituosos”. Tudo, claro, incitada pela “imprensa”. Essa que é hoje muito mais aliada do que adversária do PT.
Ao optar pelo ataque como tática de defesa, Lula foi o principal usuário da tese: “Você viu que no estádio não tinha ninguém com cara de pobre?!? Não tinha ninguém moreninho. Era a parte bonita da sociedade. Os responsáveis por aqueles xingamentos contra uma mulher e uma presidente são moleques. Não é dinheiro, nem escola, nem qualquer tipo de título que garante educação. A educação se aprende dentro de casa com o pai e com a mãe. Mesmo quando eu fazia oposição, nunca tive coragem de faltar com respeito a um presidente da República. Não foi uma ofensa à presidente, foi um ato de cretinice. A nossa vitória será a nossa vingança. Essa campanha corre o risco de ser uma campanha violenta, porque a elite está conseguindo fazer o que nunca conseguimos fazer: despertar o ódio e que ele tome conta de uma campanha. E não medirão esforços para a quantidade de mentira e preconceitos que vão contar. Nós temos que dizer, em alto bom som: se ofender a Dilma estão ofendendo a cada um de nós”.
Pois é. Usando e abusando da hipocrisia como método de defesa, Lula distorce e interpreta a verdade a seu favor, conforme seus interesses do momento.
Lula comete o ato falho (?) e sinaliza o que vem por aí no estágio pré-revolucionário, depois da edição do soviético Decreto 8243?
Enio Meneghetti
http://www.eniomeneghetti.com
Lula: “Mesmo quando eu fazia oposição, nunca tive coragem de faltar com respeito a um presidente da República.”
Ele mentiu.
19 de junho de 2014 às 0:34 |
De novo usam a velha tática Leninista que parece uma fórmula mágica que nunca falha: “Acusem-nos do que você faz; xingue-os de quem você é”. Ele chama a “elite branca” de preconceituosa e fala que não viu “nenhum pobre ou moreninho” no estádio. Só cometeu preconceito duas vezes: uma contra a “elite branca”, entidade abstrata que criou para servir de bode expiatório (expressão altamente preconceituosa contra os brancos e contra os bem sucedidos, os que mais se esforçam e produzem para sustentar ratazanas como ele e sua corja de vagabundos); outra contra os pardos, como só os pardos fossem pobres no Brasil.